4 sinais de que você é viciado em compras

Os indícios de que você é viciado em compras aparecem como uma compulsão progressiva neste transtorno. Existem maneiras de detectar os sinais iniciais e buscar ajuda rapidamente.
4 sinais de que você é viciado em compras
Leonardo Biolatto

Escrito e verificado por médico Leonardo Biolatto.

Última atualização: 07 outubro, 2022

Saber se você é viciado em compras é um processo difícil se você não conhece o transtorno o suficiente. Em geral, quando há um vício, o paciente é o último a perceber as ações que resultam do seu comportamento.

O vício em compras é a forma compulsiva de fazer compras de bens e até de serviços. Na maioria das vezes, são produtos típicos de consumo, que não são claramente úteis e são instalados como uma necessidade pela publicidade.

É normal que você precise fazer compras para cobrir as necessidades lógicas do cotidiano. No entanto, se você desenvolver um vício, perde o controle do consumo. Além disso, o processo pode ser acompanhado por frustração quando você não consegue ter o que quer, e alguma culpa subsequente por causa das despesas elevadas.

Embora se fale de uma sociedade consumista atual, com tendência a gastar com os supérfluos, nem todas as pessoas são suscetíveis ao desenvolvimento desse comportamento. Mais suscetibilidade tem sido observada entre aqueles que são mais compulsivos, têm pouca tolerância à frustração, ou cuja autoestima é muito baixa.

Qual é o perfil típico do comprador compulsivo?

Qualquer pessoa pode ser viciada em compras, embora exista um perfil que apresenta esse transtorno com mais frequência. De um modo geral, geralmente são pessoas jovens com fácil acesso à Internet.

De acordo com estimativas globais nos países desenvolvidos, as mulheres tendem a ter esse problema mais do que os homens, em uma proporção elevada. Também é perceptível que elas passam mais tempo escolhendo o produto, sem fazer compras imediatas da primeira coisa que encontram, o que é comum entre os homens.

A idade desses viciados varia de 20 a 65 anos em sua maioria. Os idosos, por outro lado, parecem reduzir seus hábitos de compra e ser mais austeros no consumo.

A Internet significou uma mudança e uma explosão retumbante do fenômeno do vício em compras. A facilidade de acessar lojas virtuais cheias de produtos, ofertas, promoções e frete grátis impulsionou a compulsão.

Embora existam viciados em compras também em lojas físicas e tradicionais, a aquisição online é registrada como norma para quem tem esse transtorno. Ela também garante um certo anonimato, o que evita o constrangimento de frequentar regularmente um lugar e ser descoberto.

Mulher comprando online
A Internet deu início a uma explosão das compras compulsivas, pois favoreceu o anonimato.

Sinais de que você é viciado em compras

Há uma série de sinais e comportamentos que podem alertá-lo para o vício em compras. Nós iremos explicá-los a seguir:

  • Sentir um desejo incontrolável de comprar: o vício em compras é uma compulsão. A pessoa quer ter um novo produto de qualquer maneira, o mais rápido possível. Isso resulta em sintomas de ansiedade.
  • Perda de controle: uma característica de todos os vícios é a dificuldade do paciente em se controlar. Um sinal de que você é viciado em compras é não conseguir parar de gastar ou exagerar na quantidade de itens que compra.
  • Intromissão do hábito em tudo: outro sinal do vício é que ele afeta várias facetas da vida do paciente. Não é um hábito reduzido a uma hora do dia, mas perturba a família, o trabalho e a vida social.
  • Sentimento de frustração por não poder fazer compras: quando você fica nervoso, ansioso e irritado porque não pode comprar o que queria, você pode estar demonstrando um sinal de vício em compras. É normal ficar chateado por não fazer algo que queria fazer, mas se esta frustração é intensa e constante, então pode ser algo patológico.

Tratamentos para um viciado em compras

Este é um vício e, como tal, o esquema de tratamento é baseado em uma abordagem psicológica. O uso de medicamentos pode ser justificado se houver sinais muito poderosos de ansiedade ou depressão, mas eles devem ser receitados por um psiquiatra.

Quanto à psicoterapia, são preferidas técnicas de relaxamento e modificação de comportamento. O objetivo é aumentar o controle sobre o momento e evitar situações que possam favorecer a compra compulsiva.

Às vezes, através da terapia, o paciente se depara com a origem do seu vício. Isso exige que a pessoa afetada esteja ciente do seu transtorno e aprenda a acompanhar o que gasta e os sentimentos que surgem cada vez que compra.

Em termos de modificação de comportamento, o envolvimento de terceiros para auxiliar no tratamento é fundamental. Você pode escolher um responsável pelas compras que gerencie o dinheiro do viciado, e que o aconselhe para decidir quais itens são considerados necessários e quais são supérfluos.

Mulher com sacolas de compras
O vício em compras não é brincadeira. Ele pode ter consequências familiares e sociais sérias.

O vício em compras não é uma piada

Embora pareça uma brincadeira, e muitos estejam acostumados a gastar dinheiro em produtos que estão longe de ser classificadas como necessários, você deve entender que comprar é um vício e um transtorno psicológico.

Como tal, merece cuidados e um tratamento específico em casos que o requerem. As consequências familiares, financeiras e profissionais da compulsão não são nada desprezíveis.


Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.


  • PELLICER, MC. “Adicción a las compras.” Isis tradicional Psicologia Humanista (2006): 81-101.
  • Echeburrúa, E., and P. Corral. “El reto de las nuevas adicciones: objetivos terapéuticos y vías de intervención.” Psicología conductual 13.5 (2005).
  • Doğan Keskin, A., and S. Günüç. “Testing models regarding online shopping addiction.” Addicta: The Turkish Journal on Addictions 4 (2017): 221-242.
  • Uzarska, A., S. K. Czerwiński, and P. A. Atroszko. “Shopping Addiction Is.” (2019).
  • Kirezli, Özge, and Fatma Müge Arslan. “Analyzing Motivational Determinants of Shopping Addiction Tendency.” Ege Akademik Bakis 19.1 (2019): 61-74.

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.