Propriedades e benefícios da raiz de helênio

A raiz de helênio possui propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes. Estudos tentaram demonstrar os seus efeitos em quadros respiratórios e digestivos. Saiba mais sobre os seus benefícios.
Propriedades e benefícios da raiz de helênio

Escrito por Daniela Andarcia

Última atualização: 09 agosto, 2022

Inula helenium, também conhecida por nomes como raiz de helênio e erva-campeira, é uma planta nativa da Europa que se caracteriza pela sua rigidez, pelas flores amarelas com pétalas grandes e pelas raízes grossas e bifurcadas.

Estima-se que o seu nome venha de Helena, aquela por quem o conflito de Tróia começou. Além disso, era usada pelos antigos romanos para tratar vários problemas de pele, do sistema digestivo e até mesmo dos rins.

Da mesma forma, a raiz e os rizomas geralmente são usados ​​pela medicina tradicional chinesa e pela herbologia e, por esse motivo, podem ser encontrados em chás, tinturas, xaropes, extratos e doces. Vamos explicar tudo que você precisa saber a seguir.

Como a raiz de helênio é usada?

A raiz de helênio é usada como um remédio tradicional para um grande número de doenças. Conforme já dissemos, os antigos romanos costumavam usá-la para tratar doenças que afetavam o estado de órgãos como pele, estômago, útero, rins e cérebro.

No século XVII, popularizou-se a sua utilização em forma de comprimidos mastigáveis, enquanto atualmente ela é usada para resfriados, bem como para combater infecções estafilocócicas e aliviar problemas estomacais. Além disso, também é usada para dar sabor a alimentos e bebidas e imprimir a sua fragrância agradável a produtos de beleza.

Possíveis benefícios para a saúde

Embora a raiz de helênio seja amplamente utilizada na medicina popular, não há muitas evidências científicas sobre o assunto. Veremos em detalhes o que já foi esclarecido.

1. É anti-inflamatória e antioxidante

De acordo com uma pesquisa publicada no Journal of Ethnopharmacology, a raiz de helênio tem propriedades anti-inflamatórias capazes de ajudar a tratar distúrbios respiratórios.

Além disso, uma revisão de mais de 120 estudos revelou que a Inula helenium é uma fonte de antioxidantes que combatem o estresse oxidativo e doenças causadas pela inflamação crônica, como, por exemplo, a diabetes. Em geral, essa ação é atribuída ao composto químico conhecido pelo nome de alantolactona.

Mulher tossindo

2. Pode melhorar a saúde respiratória

Na medicina popular, a raiz de helênio é valorizada por causa da sua capacidade de reduzir a tosse e aliviar doenças respiratórias, tais como rinite, bronquite e infecções de garganta.

De acordo com um estudo publicado na revista Respiratory Research, a alantolactona contida no helênio foi capaz de inibir a inflamação causada pelo contato com a fumaça de cigarro. A pesquisa também sugeriu que este composto tem o potencial de contribuir para o tratamento da doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC).

Além disso, em um estudo com crianças com tosse aguda, foi descoberto que tomar um supressor com helênio durante 8 dias não só era seguro, como também reduzia a gravidade e a duração da tosse. No entanto, é preciso notar que este supressor tinha outros ingredientes e, portanto, a raiz pode não funcionar sozinha.    

3. Pode ter propriedades anticancerígenas

Embora ainda sejam necessárias mais pesquisas, há evidências científicas que relacionam os compostos químicos do helênio com uma diminuição da atividade carcinogênica.

Um estudo in vitro também mostrou que o extrato de helênio é tóxico para algumas células cancerosas e tem potencial antitumoral. Outro estudo in vitro mostrou que o composto eudesmane sesquiterpenoide presente no helênio pode eliminar as células leucêmicas.

De forma semelhante, pesquisas publicadas nas revistas Phytotherapy Research e Archives of Pharmacal Research sugeriram que o extrato de helênio pode inibir as células do câncer de mama. Isso se deveria à ação das lactonas sesquiterpênicas e da alantolactona.

No entanto, não há certezas sobre o seu uso como tratamento de primeira linha na oncologia. Recomenda-se cautela e nunca fazer uso da raiz sem a aprovação profissional.

4. É um antimicrobiano natural

Foi demonstrado que o extrato de helênio possui compostos ativos que combatem a bactéria Staphylococcus. De fato, um estudo publicado no European Journal of Clinical Microbiology & Infectious Diseases revelou que a raiz era eficaz contra essa bactéria.

Um estudo publicado na revista Planta Medica também revelou que o extrato de helênio pode combater a bactéria Mycobacterium tuberculosis, que causa a tuberculose. Além disso, está associado à inibição do fungo Candida.

5. Pode melhorar problemas digestivos

Por causa das suas propriedades antimicrobianas, anti-inflamatórias, carminativas e antiespasmódicas, acredita-se que a raiz de helênio possa ajudar a reduzir náuseas, flatulências e diarreia.

Seu teor de alantolactona e isoalantolactona também está associado à morte de parasitas intestinais e tricocéfalos, causadores de um número significativo de doenças digestivas.

Efeitos colaterais e contraindicações da raiz de helênio

O consumo de uma dose padrão de raiz de helênio por via oral é considerado seguro. No entanto, algumas ervas do gênero Inula  podem afetar a pressão arterial e o controle do açúcar no sangue e, portanto, elas não são recomendadas para diabéticos ou pessoas que tomam medicamentos para a hipertensão.

Por outro lado, uma revisão de estudos observou que a lactona sesquiterpênica presente na raiz de helênio pode causar uma reação alérgica em pessoas intolerantes às plantas da família Asteraceae.

Da mesma forma, há evidências anedóticas de que a raiz de helênio não deve ser consumida por quem usa medicamentos para dormirO consumo também não é recomendado para gestantes e lactantes, uma vez que não existem pesquisas para atestar a sua segurança.

Senhora com diabetes

Apresentações e dosagem

A raiz de helênio pode ser encontrada em forma de pó seco, extrato líquido, chá a granel e em pedaços de raiz secos. No entanto, as suas dosagens podem variar e não há evidências suficientes para estabelecer a mais adequada.

Portanto, embora haja produtos que indicam o consumo de 1/4 ou 1/2 colher de chá por dia, o mais recomendável é conversar com o seu médico sobre o assunto.

A raiz de helênio, fonte de múltiplas propriedades

O helênio ou erva-campeira é uma planta nativa da Europa. De acordo com a mitologia, o seu nome vem de Helena de Tróia, cujas lágrimas deram vida a esta erva. A parte mais utilizada é a sua raiz, apreciada por causa de uma série de propriedades que permitem a sua eficácia no alívio de certas condições.

Em geral, a raiz de helênio é conhecida por ter benefícios antioxidantes, antimicrobianos, anti-inflamatórios e até mesmo carminativos. Ela seria capaz de melhorar a saúde respiratória e aliviar problemas digestivos.

No entanto, embora seja considerada segura na sua dosagem padrão, mulheres grávidas e lactantes, bem como diabéticos e pessoas que tomam certos medicamentos, devem evitá-la.


Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.


  • O’Shea, S., Lucey, B., & Cotter, L. (2009). In vitro activity of Inula helenium against clinical Staphylococcus aureus strains including MRSA. British journal of biomedical science, 66(4), 186–189. https://doi.org/10.1080/09674845.2009.11730271
  • Gierlikowska, B., Gierlikowski, W., Bekier, K., Skalicka-Woźniak, K., Czerwińska, M. E., & Kiss, A. K. (2020). Inula helenium and Grindelia squarrosa as a source of compounds with anti-inflammatory activity in human neutrophils and cultured human respiratory epithelium. Journal of ethnopharmacology, 249, 112311. https://doi.org/10.1016/j.jep.2019.112311
  • Tavares, W. R., & Seca, A. (2019). Inula L. Secondary Metabolites against Oxidative Stress-Related Human Diseases. Antioxidants (Basel, Switzerland), 8(5), 122. https://doi.org/10.3390/antiox8050122
  • Dang, X., He, B., Ning, Q., Liu, Y., Guo, J., Niu, G., & Chen, M. (2020). Alantolactone suppresses inflammation, apoptosis and oxidative stress in cigarette smoke-induced human bronchial epithelial cells through activation of Nrf2/HO-1 and inhibition of the NF-κB pathways. Respiratory research, 21(1), 95. https://doi.org/10.1186/s12931-020-01358-4
  • Carnevali, I., La Paglia, R., Pauletto, L., Raso, F., Testa, M., Mannucci, C., Sorbara, E. E., & Calapai, G. (2021). Efficacy and safety of the syrup “KalobaTUSS®” as a treatment for cough in children: a randomized, double blind, placebo-controlled clinical trial. BMC pediatrics, 21(1), 29. https://doi.org/10.1186/s12887-020-02490-2
  • Seca, A. M., Grigore, A., Pinto, D. C., & Silva, A. M. (2014). The genus Inula and their metabolites: from ethnopharmacological to medicinal uses. Journal of ethnopharmacology, 154(2), 286–310. https://doi.org/10.1016/j.jep.2014.04.010
  • Koc, K., Ozdemir, O., Ozdemir, A., Dogru, U., & Turkez, H. (2018). Antioxidant and anticancer activities of extract of Inula helenium (L.) in human U-87 MG glioblastoma cell line. Journal of cancer research and therapeutics, 14(3), 658–661. https://doi.org/10.4103/0973-1482.187289
  • Ding, Y., Pan, W., Xu, J., Wang, T., Chen, T., Liu, Z., Xie, C., & Zhang, Q. (2019). Sesquiterpenoids from the roots of Inula helenium inhibit acute myelogenous leukemia progenitor cells. Bioorganic chemistry, 86, 363–367. https://doi.org/10.1016/j.bioorg.2019.01.055
  • Chun, J., Song, K., & Kim, Y. S. (2018). Sesquiterpene lactones-enriched fraction of Inula helenium L. induces apoptosis through inhibition of signal transducers and activators of transcription 3 signaling pathway in MDA-MB-231 breast cancer cells. Phytotherapy research : PTR, 32(12), 2501–2509. https://doi.org/10.1002/ptr.6189
  • Cui, L., Bu, W., Song, J., Feng, L., Xu, T., Liu, D., Ding, W., Wang, J., Li, C., Ma, B., Luo, Y., Jiang, Z., Wang, C., Chen, J., Hou, J., Yan, H., Yang, L., & Jia, X. (2018). Apoptosis induction by alantolactone in breast cancer MDA-MB-231 cells through reactive oxygen species-mediated mitochondrion-dependent pathway. Archives of pharmacal research, 41(3), 299–313. https://doi.org/10.1007/s12272-017-0990-2
  • O’Shea, S., Lucey, B., & Cotter, L. (2009). In vitro activity of Inula helenium against clinical Staphylococcus aureus strains including MRSA. British journal of biomedical science, 66(4), 186–189. https://doi.org/10.1080/09674845.2009.11730271
  • Stojanović-Radić, Z., Comić, L. j., Radulović, N., Blagojević, P., Denić, M., Miltojević, A., Rajković, J., & Mihajilov-Krstev, T. (2012). Antistaphylococcal activity of Inula helenium L. root essential oil: eudesmane sesquiterpene lactones induce cell membrane damage. European journal of clinical microbiology & infectious diseases : official publication of the European Society of Clinical Microbiology, 31(6), 1015–1025. https://doi.org/10.1007/s10096-011-1400-1
  • Cantrell, C. L., Abate, L., Fronczek, F. R., Franzblau, S. G., Quijano, L., & Fischer, N. H. (1999). Antimycobacterial eudesmanolides from Inula helenium and Rudbeckia subtomentosa. Planta medica, 65(4), 351–355. https://doi.org/10.1055/s-1999-14001
  • Deriu, A., Zanetti, S., Sechi, L. A., Marongiu, B., Piras, A., Porcedda, S., & Tuveri, E. (2008). Antimicrobial activity of Inula helenium L. essential oil against Gram-positive and Gram-negative bacteria and Candida spp. International journal of antimicrobial agents, 31(6), 588–590. https://doi.org/10.1016/j.ijantimicag.2008.02.006
  • Hakkou, Z., Maciuk, A., Leblais, V., Bouanani, N. E., Mekhfi, H., Bnouham, M., Aziz, M., Ziyyat, A., Rauf, A., Hadda, T. B., Shaheen, U., Patel, S., Fischmeister, R., & Legssyer, A. (2017). Antihypertensive and vasodilator effects of methanolic extract of Inula viscosa: Biological evaluation and POM analysis of cynarin, chlorogenic acid as potential hypertensive. Biomedicine & pharmacotherapy = Biomedecine & pharmacotherapie, 93, 62–69. https://doi.org/10.1016/j.biopha.2017.06.015
  • Paulsen E. (2017). Systemic allergic dermatitis caused by sesquiterpene lactones. Contact dermatitis, 76(1), 1–10. https://doi.org/10.1111/cod.12671

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.