O que fazer se seu filho ou filha repetir de ano?

Saiba o que os pais podem fazer para ajudar o aluno reprovado. O suporte emocional é essencial para que seu filho não desanime na escola mesmo se ele repetir de ano.
O que fazer se seu filho ou filha repetir de ano?

Escrito por Equipe Editorial

Última atualização: 04 janeiro, 2023

Ter uma filha ou filho reprovado é uma experiência difícil para o estudante e os pais. Depois de muito investimento financeiro e emocional, a sensação para a família pode ser de fracasso, frustação, raiva, medo e vergonha. No entanto, apesar da inevitável tristeza, os especialistas recomendam que a família dê apoio ao filho.

Para quem tem filhos em idade escolar, os últimos dias do ano podem ser de muita expectativa e tensão, principalmente se as chances de reprovação da criança ou do adolescente forem altas. A atitude dos pais pode fazer muita diferença nessa situação.

“Sem dúvida, a paciência é fundamental. Independentemente da idade, os pais devem ter um diálogo claro com o filho, conscientizando-o de que a reprovação faz parte do processo de amadurecimento. Não se deve apresentar a situação como um fracasso, mas como uma consequência de dificuldades, indisciplina ou falta de interesse pelos estudos”, comenta Lucy Carvalhar, psicopedagoga.

O que fazer se seu filho ou filha repetir de ano?

O papel dos pais é dar apoio e ensinar aos filhos a consertar os próprios erros, lidar com a dor e trabalhar as falhas para trazer novos aprendizados numa segunda tentativa.

O suporte emocional é essencial para que aluno não desanime na escola no próximo ano letivo. É importante ressaltar que o novo ano será uma oportunidade de consolidar o aprendizado e de entender melhor.

É sempre bom ressaltar que o fato não deve ser surpreendente nem para os pais, nem para o filho. A reprovação é o resultado de um ano inteiro e as dificuldades enfrentadas pelo estudante ao longo do ano letivo deveriam estar sendo sinalizadas pela escola.

Mesmo sendo uma situação desagradável, esse é um bom momento para ensinar que a vida não é feita só de aprovação e que as escolhas feitas durante o ano tiveram consequências.

Aplicar castigos e punições não funciona

Repetir de ano já é, por si só, uma punição. Segundo Carvalhar, castigos ou outras penalidades só tendem a afetar a autoestima e aumentar a frustração da criança ou do jovem.

Pode-se, entretanto, adotar regras mais rígidas, com rotinas e responsabilidades.

“Muitos pais reagem de forma emocional e negligenciam o racional e prático nas situações. Os pais são referências e precisam ser resilientes e fazer uma autoavaliação: ‘Como eu aprenderia as consequências de minhas atitudes?’”, comenta Lala Fonseca, psicóloga.

Evite dizer: “Está vendo? Eu te falei!”, diz a especialista, porque isso traz raiva a quem já está fragilizado e não tem conscientização dos próprios erros.

Uma conduta agressiva e repressora pode afastar seu filho da conversa. É mais produtivo aguardar o filho se olhar no espelho, sentir angústia e frustração e avaliar as consequências sozinho, até se abrir para o diálogo.

“Há que se respeitar o ritmo e as diferenças sempre, sem as comparações”, disse Dagmar Rivieri, pedagoga e fundadora da Casa do Zezinho.

O ideal é promover condições para que todos sejam motivados a seguir em frente, apesar da reprovação, e reconheçam os pontos que precisam ser melhorados.

Possíveis motivos da reprovação

Não é possível padronizar as razões porque o contexto de cada estudante pode ser muito diverso, mas a pedagoga aponta algumas coisas a serem observadas:

  • Déficit de atenção ou dificuldade em determinadas matérias.
  • Provas cansativas e até equivocadas.
  • Falta de vínculos estabelecidos com o aluno para impulsionar a aprendizagem.
  • Vergonha de se manifestar em sala e/ou medo da reação dos colegas.
  • Baixa qualidade do diálogo em casa e/ou com o professor e a escola.
  • Crianças e jovens desincentivados ou sem costume de tirar dúvidas na classe.

A escola, no decorrer do ano, percebe que o rendimento do aluno não está bom, então para evitar uma reprovação seria importante que todos participassem do processo: estudante, escola e família.

“Cada intervenção deve mobilizar a todos”, ressalta Rivieri. “Muitas vezes, com a reprovação, o filho ou os pais acham adequado mudar de escola, porém isso deve ser analisado com calma, procurando identificar os fatores que levaram à reprovação.”

Manter atitudes positivas

A especialista lista outras atitudes que podem ser positivas desse momento em diante:

  • Ajudar o estudante a expressar seu sentimento em relação à escola, aos colegas e aos professores.
  • Buscar apoio psicopedagógico ou pedagógico, como reforço presencial ou on-line.
  • Ser rede de apoio para o aluno, animando-o para o próximo período.
  • Conversar com os professores e a coordenação para compreender o que está acontecendo, se são dificuldades pontuais ou problemas disciplinares.

Também pode ser necessária a psicoterapia. Principalmente porque outros problemas emocionais e comportamentais, como ansiedade, bullying ou depressão, podem afetar os estudos.

Informações: Universa, Educa+ Brasil.


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.