Quando oferecer alimentos sólidos para os bebês?
Revisado e aprovado por médico Leonardo Biolatto
Oferecer alimentos sólidos para os bebês é um assunto delicado. Isso não pode ser feito nos primeiros dias de vida da criança, e sim depois de um certo tempo e aos poucos.
Durante a gravidez, a placenta desempenha parcialmente as funções nutricionais. Portanto, o sistema digestivo da criança deve se adaptar após o nascimento. Esta é a razão pela qual um recém-nascido não tolera todos os tipos de alimentos.
Neste artigo, veremos quando oferecer alimentos sólidos para os bebês, como saber se eles estão prontos para isso, quais alimentos são recomendados e algumas orientações gerais que devem ser levadas em consideração.
Como saber se meu bebê está pronto para comer alimentos sólidos?
A criança deve ser amamentada exclusivamente durante os primeiros meses da sua vida. Quando chegam aos seis meses, os alimentos sólidos são apresentados aos bebês. Porém, a amamentação pode continuar por até dois anos ou mais, alternando as duas formas de alimentação.
Além da idade, um segundo elemento a ser considerado está relacionado à altura e ao peso. Por volta dos 4 meses, os bebês pesam duas vezes mais do que pesavam ao nascer. Em alguns casos específicos, pode-se avaliar a necessidade de antecipar a ingestão de sólidos, embora sejam exceções específicas que o pediatra deve analisar e indicar.
Outros aspectos a serem considerados são os vários sinais que o bebê emite. Alguns são indicativos de que ele está pronto para aceitar alimentos sólidos:
- Ele consegue permanecer sentado e com a cabeça erguida.
- Mostra interesse pela comida que circula perto do seu rosto.
- Se algo se aproxima da sua boca, ele a abre como se fosse comer.
- Faz gestos ou movimentos de mastigação.
Quais alimentos são recomendados para esta fase?
Não existe um único tipo de alimento que você possa incluir na dieta do seu bebê para iniciar esta nova fase. No entanto, alguns são mais recomendados do que outros. Entre eles estão os seguintes:
- Cereais: arroz, aveia, milho ou cevada são alimentos ricos em vitaminas e minerais. Além disso, são uma importante fonte de fibra.
- Hortaliças e verduras: fornecem uma grande variedade de nutrientes, incluindo proteínas. Elas podem ser oferecidas à criança em papinhas.
- Frutas: são agradáveis ao paladar. De preferência, escolha frutas frescas, não enlatadas.
- Alimentos de origem animal: a carne e o peixe fornecem proteínas, vitamina A, ferro, zinco, fósforo e cálcio. Em relação aos ovos, devido às alergias alimentares, é preferível esperar até um ano de vida para fazer o teste de tolerância.
- Leguminosas: são a melhor fonte de proteína de origem não animal.
Como devo oferecer alimentos sólidos para os bebês?
Ao oferecer alimentos sólidos para os bebês, é importante garantir que a criança não rejeite o novo alimento. Embora isso possa acontecer, é preciso ter perseverança sem transformar a situação em algo traumático.
Nesse sentido, pequenas quantidades devem ser administradas. Lembre-se de que é uma criança pequena, que come muito menos do que um adulto. Dê um tempo para que seu sistema digestivo se ajuste à mudança. Portanto, não fique frustrado se ele comer apenas uma pequena porção do alimento sólido.
Em segundo lugar, é mais fácil oferecer alimentos sólidos alternando com o leite materno ou a fórmula. Isso significa: oferecer uma mamadeira ou o peito, depois uma colher de chá de comida e um pouco mais de leite. Isso vai acostumá-lo com a comida.
Durante o processo, em muitas ocasiões, a criança brinca com a comida. Às vezes, o alimento vai parar no rosto, nas mãos, no babador ou no chão; em qualquer lugar, exceto na boca.
Não repreenda a criança por isso, porque da próxima vez a rejeição pode ser maior. Pelo contrário, você precisa falar baixinho com o bebê, encorajando-o a ingerir. Se ele chorar ou não quiser abrir a boca, é melhor esperar e não insistir.
Que mudanças o bebê experimentará ao comer alimentos sólidos?
Ao oferecer alimentos sólidos, você começará a notar várias mudanças no seu filho. As fezes serão de consistência mais sólida, com cor e odor diferentes da aparência anterior. Da mesma forma, a urina ficará mais turva.
Algumas fezes podem conter pedaços de comida não digerida, mas isso não deve ser uma bandeira vermelha. O período de evacuação também pode variar, tornando-se menos frequente. Porém, isso não é um sinal de prisão de ventre.
Por outro lado, você notará que, conforme ele se adapta aos alimentos sólidos, terá mais apetite e as porções que ingere aumentarão. Aos poucos, ele vai abandonando a mamadeira.
Recomendações gerais sobre a alimentação do bebê
Aqui estão algumas recomendações simples que você pode levar em consideração neste primeiro momento, quando você começar a oferecer alimentos sólidos para o bebê:
- Alimentos para ele comer com a mão: normalmente, nesta fase, temos que levar a colher à boca da criança, mas não devemos perder a oportunidade quando o bebê quiser comer sozinho e estender a mão. Claro, você deve se certificar de que não seja uma quantidade grande de comida.
- Experimentar outros alimentos: não dê à criança um prato com uma grande variedade de coisas. O ideal é oferecer um alimento de cada vez em cada refeição, e então passar para outro alimento na próxima vez em que ele comer, observando o que ele mais gosta. Hoje, experimentaremos um cereal; amanhã, um purê de legumes.
- Suco de fruta: você pode preparar sucos de fruta para dar na mamadeira desde que sejam frescos. O açúcar não deve ser adicionado.
Nem todos os sólidos são recomendados para os bebês
Alguns pais podem ficar preocupados se virem que seus filhos estão comendo pouco da comida sólida no início. No entanto, a princípio, uma quantidade próxima a 120 gramas é suficiente para a criança se ajustar.
Assim como há alimentos recomendados, há alguns que você deve evitar, como embutidos, frios, enlatados, pipoca e outros que podem engasgá-lo. É fundamental avaliar o tamanho das porções para não gerar riscos ao bebê.
Sempre tente fazer um purê, amassando ou triturando, para que os alimentos possam ser ingeridos. Não ofereça nenhum alimento inteiro. Por fim, não acrescente sal ou temperos, pois eles não são necessários para o paladar da criança, além de aumentarem o risco de doenças crônicas no futuro.
Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.
- De la Torre J. Pediatría accesible: guía para el cuidado del niño. México: Siglo XXI, 1998.
- Eisenberg A, Murkoff H, Hathaway S. El primer año del bebé. Bogotá: Norma, 2010.
- Organización Panamericana de la Salud. La alimentación del lactante y del niño pequeño: Capítulo Modelo para libros de texto dirigidos a estudiantes de medicina y otras ciencias de la salud. Washington: OPS, 2010.
- UNICEF. Estado Mundial de la Infancia. Niños, alimentos y nutrición: crecer bien en un mundo en transformación. Nueva York: UNICEF, 2019.
- UNICEF. Evaluación del crecimiento de niños y niñas. Argentina: Gobierno de la Provincia de Salta, 2012.
- Vallet M. Educar a niños y niñas de 0 a 6 años. Madrid: Wolters Kluwer, 2007.
- Walker W, Humphries C. Alimentación sana para niños. Barcelona: Paidós, 2011.
- Pérez-Escamilla, Rafael. “Evidence based breast-feeding promotion: the Baby-Friendly Hospital Initiative.” The journal of nutrition 137.2 (2007): 484-487.
- Pérez-Escamilla, Rafael, Sofia Segura-Pérez, and Megan Lott. “Feeding guidelines for infants and young toddlers: a responsive parenting approach.” Nutrition Today 52.5 (2017): 223-231.
- Madani, Shailender, Lisa Tsang, and Deepak Kamat. “Constipation in children: a practical review.” Pediatric annals 45.5 (2016): e189-e196.
- Bournez, Marie, et al. “Use of added sugar, salt and fat in the first year in France and associated factors in the ELFE cohort study.” 5. international conference on Nutrition and growth. 2018.
Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.