Progesterona baixa: complicações, causas e mais
A progesterona é um hormônio feminino produzido nos ovários após a ovulação. É uma parte crucial do ciclo menstrual e do desenvolvimento da gravidez.
Embora seja fundamental no ciclo todo mês, sua principal função é engrossar o revestimento do útero e prepará-lo para um óvulo fertilizado. Se não houver um óvulo fertilizado, os níveis desse hormônio caem e a menstruação começa.
A progesterona é fundamental para o desenvolvimento dos seios e a lactação. É complementar de alguns efeitos do estrogênio. Com relação à testosterona, se encarrega de ser o hormônio precursor dos hormônios suprarrenais.
Apesar de se tratar de um hormônio feminino, o corpo masculino o utiliza em pequenas quantidades para o desenvolvimento dos espermatozoides. Como você pode ver, é um hormônio importante.
Se você é uma mulher com progesterona baixa, é conveniente conhecer as complicações que isso pode trazer.
Por que a progesterona baixa pode ser preocupante?
Ela é especialmente importante em seus anos reprodutivos. Se você não apresenta progesterona suficiente, é possível que não consiga engravidar ou manter uma gravidez.
Quando o revestimento do útero não é suficientemente grosso, não pode manter o óvulo fecundado, como afirma este estudo da Clínica Las Condes, no Chile. Os sintomas da progesterona baixa em mulheres que não estão grávidas incluem:
- Dor de cabeça ou enxaqueca.
- Mudanças de humor, que incluem ansiedade ou depressão.
- Desejo sexual baixo.
- Ondas de calor.
- Irregularidades no ciclo menstrual.
Durante a gravidez, a progesterona baixa pode fazer com que a gestação não chegue até o final, devido a que o útero não estará forte o suficiente. É o que sugere uma pesquisa realizada pelo Instituto Nacional de Ciências Médicas e Nutrição Salvador Zubirán.
Os sintomas da deficiência desse hormônio durante a gravidez são:
- Dor abdominal localizada.
- Sensibilidade constante nos seios.
- Fadiga implacável.
- Frequência de açúcar baixa no sangue.
- Ressecamento vaginal.
Pode te interessar: Conheça o motivo pelo qual a menstruação muda as emoções das mulheres
Os baixos níveis de progesterona podem indicar a existência de pré-eclâmpsia ou uma gravidez ectópica, o que causa a morte do feto ou um aborto involuntário. De acordo com um estudo da Pontifícia Universidade Católica do Chile, as vezes também coloca em risco a vida da mãe.
Por outro lado, quando a progesterona está baixa, o estrogênio pode causar danos à saúde e fazer com que você apresente diversos sintomas. Entre estes destacam-se:
- Aumento de peso.
- Diminuição do desejo sexual.
- Ciclos irregulares e sangramento abundante.
- Endometrioses, tal como afirma um artigo publicado no site IntraMed.
- Problemas da vesícula biliar, embora os estudos, como o realizado pela Universidade de Ciências Médicas de Pinar del Río, em Cuba, não sejam totalmente conclusivos.
- Disfunção da tireoide.
Quais são os níveis adequados de progesterona?
Um exame de progesterona pode ajudar seu ginecologista a determinar se o seu nível está baixo. Basta um exame de sangue que não requer preparação especial.
Este teste pode oferecer indicações sobre o que acontece com o seu corpo, e talvez a causa pela qual você não consegue engravidar. Costuma ser utilizado, além disso, para monitorar terapias de reposição hormonal e determinar como está a saúde da sua gravidez ou se é de alto risco.
Os níveis de progesterona variam ao longo do ciclo menstrual, chegando a picos quando estamos a uma semana da menstruação, e pode variar no curso de um dia. Também aumentam normalmente durante a gravidez. Quanto mais bebês sendo gestados, maiores serão os níveis.
Em geral, homens, crianças e mulheres pós-menopausa são aqueles que apresentam níveis baixos de progesterona em comparação com mulheres de meia-idade.
A partir do exposto acima, os níveis de progesterona que podem ser considerados “normais” dependerão da idade, do gênero e das condições especiais como a gravidez ou a menstruação.
Posso fazer algo em relação à progesterona baixa?
Ter níveis baixo de progesterona pode não causar nenhum sintoma, por isso talvez não seja necessário um tratamento.
No entanto, se você quiser ter um bebê, a terapia hormonal para aumentar a progesterona pode ajudar a engrossar o revestimento do útero. Isso aumentará suas chances de ter uma gravidez saudável e até o fim. Mas é importante que você saiba que o uso dessas técnicas aumentaria o risco de câncer de ovário, como afirma um estudo realizado pelo Centro de Saúde Cartuja, em Granada.
Por outro lado, as irregularidades menstruais podem ser corrigidas também com terapias hormonais. Para os sintomas severos da menopausa, a terapia hormonal é uma combinação de estrogênio e progesterona.
As opções de tratamento mais comuns são:
- Cremes e géis, que podem ser utilizados via tópica ou vaginal.
- Supositórios, que são utilizados como tratamento para os problemas de fertilidade.
- Anéis vaginais, como tratamento mais lento do que os medicamentos orais.
- Medicamentos orais.
As terapias hormonais podem te ajudar a levar uma vida plena e sem complicações. Essas terapias eliminam sintomas como as ondas de calor, os suores noturnos e o ressecamento vaginal. Além disso, também reduzem o risco de osteoporose, como aponta uma pesquisa realizada pelo Hospital Universitário de Pisa, na Itália.
Algumas mulheres, inclusive, percebem melhoras em seu estado de ânimo. A opção oral pode proporcionar um efeito calmante, o que faz com que seja mais fácil conciliar o sono.
Leia também: 4 encantos da menopausa
Consulte um médico
Lembre-se de que qualquer tratamento deve ser realizado sob a supervisão de um médico. Em casos muito extremos, o tratamento hormonal pode aumentar o risco de acidentes vasculares cerebrais, coágulos sanguíneos e problemas da vesícula biliar.
Se você tem câncer de mama ou câncer de endométrio, a terapia hormonal pode não ser a melhor opção. O único que pode ajudar a descobrir o melhor para a sua saúde é o médico.
Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.
- Orizaba, B., Alba, G., & Ocharán, M. (2013). Farmacocinética de la progesterona. Revista Del Hospital Juárez de México.
- Maggio, L., & Rouse, D. J. (2014). Progesterone. In Clinical Obstetrics and Gynecology. https://doi.org/10.1097/GRF.0000000000000039
- Jacobsen, B. M., & Horwitz, K. B. (2012). Progesterone receptors, their isoforms and progesterone regulated transcription. Molecular and Cellular Endocrinology. https://doi.org/10.1016/j.mce.2011.09.016
- Mohammed, H., Russell, I. A., Stark, R., Rueda, O. M., Hickey, T. E., Tarulli, G. A., … Carroll, J. S. (2015). Progesterone receptor modulates ERα action in breast cancer. Nature. https://doi.org/10.1038/nature14583