O que é a pitiríase versicolor?

Muitas patologias são capazes de alterar a pigmentação normal da pele, e a pitiríase versicolor é uma delas. Trata-se de uma infecção fúngica muito comum em jovens do mundo todo.
O que é a pitiríase versicolor?
Leidy Mora Molina

Revisado e aprovado por a enfermeira Leidy Mora Molina.

Última atualização: 01 outubro, 2022

A pele é a primeira frente de defesa contra microrganismos patogênicos; por esse motivo, as infecções fúngicas são um dos motivos mais frequentes de consulta na área da dermatologia. Uma dessas infecções é a pitiríase versicolor.

Em primeiro lugar, é importante destacar que, na superfície da pele, encontra-se um grande número de microrganismos, fazendo parte da flora natural. Em condições normais, eles não causarão nenhum dano, mas podem ocasionar infecções em determinadas circunstâncias.

O que é a pitiríase versicolor?

Trata-se de uma infecção fúngica da pele causada por um fungo do gênero Malassezia. De acordo com alguns estudos, o agente etiológico mais comum pode variar dependendo da localização geográfica. Nesse sentido, em países de clima temperado costuma ser a M. globosa, enquanto em países tropicais é causada por M. furfur.

A pitiríase versicolor atinge igualmente todos os estratos sociais e tem distribuição mundial, mas a infecção é mais frequente em países de clima quente e úmido. Isso porque essas condições favorecem a colonização do fungo na pele.

As pessoas mais afetadas costumam ser os jovens, com maior pico de incidência entre 20 e 40 anos. O agente causador coloniza a pele sem provocar nenhum dano, mas é capaz de se proliferar em certas condições e gerar a doença.

Fungo na pele
As manchas cutâneas da pitiríase versicolor podem surgir em qualquer idade, mas o pico de apresentação é entre os 20 e 40 anos.

Quais são as suas causas?

Como mencionamos, um fungo do gênero Malassezia, que costuma ser encontrado na pele, causa a infecção. Na verdade, a Malassezia furfur foi isolada em 95% das áreas com grande quantidade de glândulas sebáceas em diferentes indivíduos.

O fungo se encontra nessas áreas porque precisa de lipídios ou gorduras para se alimentar. Portanto, alguns fatores capazes de alterar a composição de gordura da pele farão com que o microrganismo se prolifere. Dessa forma, irão aumentar o número de cepas.

Entre as situações capazes de favorecer o aparecimento da pitiríase versicolor, estão as seguintes:

Por outro lado, a deficiência do sistema imunológico e a administração de antibióticos também podem favorecer o aparecimento da doença. Ambas as situações afetam os mecanismos de controle que o corpo humano possui para prevenir a proliferação de patógenos.

Sintomas da pitiríase versicolor

A infecção se caracteriza pelo aparecimento de máculas ou manchas na pele de formato oval e com leve descamação na superfície. Essas manchas podem ser mais claras ou mais escuras do que o tecido ao redor, e a sua tonalidade pode variar entre marrom claro, marrom escuro ou branco.

As manchas podem aparecer em qualquer parte do corpo, embora seja mais comum encontrá-las nas costas, pescoço, tórax e terço superior do braço. No entanto, existem vários casos em que aparecem nas dobras cutâneas, podendo ser confundidas com a psoríase.

Além das manchas, a infecção geralmente não apresenta outros sintomas, embora em certas ocasiões a área possa coçar, especialmente durante a transpiração. É importante destacar que a pitiríase versicolor não é dolorosa nem contagiosa, mas causa um grande desconforto psicológico em quem a sofre.

Como se faz o diagnóstico?

A detecção da pitiríase versicolor é bastante simples. Os dermatologistas são capazes de dar um diagnóstico preciso apenas olhando para as manchas. No entanto, a patologia pode ser confundida com outras condições de pele, como a dermatite seborreica.

Dentre os exames indicados para o diagnóstico diferencial, o mais frequente é a observação direta ao microscópio. Nesse sentido, o profissional realiza uma raspagem das escamas cutâneas das lesões, às quais adiciona hidróxido de potássio e observa o resultado pelo microscópio.

Em certas ocasiões, pode ser necessário indicar uma cultura da amostra com o único propósito de diferenciar os tipos de Malassezia que podem estar causando a infecção.

Análise de fungos
Realiza-se a cultura do material para diferenciar as variantes do fungo, mas não para confirmar o diagnóstico.

Tratamentos para a pitiríase versicolor

Por se tratar de uma infecção causada por fungos, o tratamento de escolha é orientado ao uso de antifúngicos. Segundo fontes médicas, o uso de xampu e cremes específicos é eficaz na maioria dos casos. O tratamento sistêmico deve ser reservado para os pacientes com recidivas e falhas na abordagem usual.

Em relação ao tratamento tópico, o uso de cremes, géis ou xampus com cetoconazol ou ciclopirox demonstrou a sua eficácia. Na maioria dos casos, as manchas na pele geralmente desaparecem após 1 ou 2 semanas. Além disso, o uso de xampu com sulfeto de selênio a 2,5% é benéfico.

Por outro lado, se o tratamento tópico não for eficaz, o dermatologista indicará um tratamento sistêmico. Pode-se administrar fluconazol, cetoconazol ou itraconazol por via oral durante o tempo que o profissional indicar.

Como prevenir a pitiríase versicolor?

Apesar de ser causada por um fungo que vive na pele, várias são as medidas que podemos tomar para prevenir o aparecimento da doença. A maioria das dicas preventivas visa manter a higiene pessoal adequada e reduzir a quantidade de oleosidade da pele.

Além disso, deve-se levar em consideração que a pitiríase versicolor é uma doença que tende a se repetir com o tempo. Se você já sofreu com ela em ocasiões anteriores, é recomendável tomar antifúngicos orais nos meses quentes, com a prévia indicação do seu médico.


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