Pais de primeira viagem: 7 erros e problemas comuns na criação dos filhos

Os pais de primeira viagem costumam estar cheios de medos e dúvidas. Saber as principais dificuldades da criação dos filhos é a melhor forma de abordá-las, e pode tornar essa tarefa mais fácil.
Pais de primeira viagem: 7 erros e problemas comuns na criação dos filhos
Elena Sanz

Escrito e verificado por a psicóloga Elena Sanz.

Última atualização: 23 agosto, 2022

A paternidade é uma das aventuras mais gratificantes, mas também mais desafiadoras que ser humano pode começar. Ser responsável por outra vida pode ser uma pressão para os pais, e o caminho muitas vezes é cheio de dúvidas. De fato, os pais de primeira viagem são especialmente afetados pelo medo de educar.

É importante saber que os erros são inevitáveis. Ninguém é perfeito e, ao longo dessa jornada, você falhará várias vezes. De fato, existem certas áreas em que a maioria dos pais têm dúvidas e dificuldades de forma frequente.

No entanto, estar prevenido para esses momentos pode ajudar a evitar certos contratempos e permitir que você aproveite ao máximo o tempo com o seu filho. Você está pronto para descobrir alguns dos erros mais comuns?

1. Rigidez: uma característica comum em pais de primeira viagem

Hiperpaternidade: o que é e quais são as consequências?
Um dos erros mais comuns que os novos pais cometem é serem extremamente rígidos.

Diante da incerteza, é normal que surja a tendência de querer controlar tudo para evitar problemas. Por esse motivo, os pais de primeira viagem frequentemente cometem o erro de manter uma atitude rígida em relação à criação dos filhos.

Antes da chegada do bebê, costuma-se estabelecer uma série de metas e objetivos, por exemplo: alimentá-lo exclusivamente com aleitamento materno, praticar coleito, manter rotinas e horários estáveis ou não levar a criança à creche até os três anos de idade.

Mas o que ocorre é que esses propósitos bem intencionados nem sempre podem ser cumpridos, ou acabam não sendo a opção mais adequada para a família.

É importante ser flexível e estar aberto às mudanças; ou seja, saber mudar de rumo sem que isso implique um grande fardo de culpa ou um sentimento de fracasso. Da teoria à prática existe um longo caminho; Portanto, não tenha medo de não ser capaz de atender às suas expectativas iniciais.

2. Não saber definir limites

É comum que os pais de primeira viagem recebam muitos conselhos de todos ao seu redor sobre como criar os filhos. Por isso, é essencial estabelecer limites para evitar que familiares e amigos interfiram nas decisões dos pais. Ele é seu filho e você escolhe como educá-lo; esclarecer essa premissa desde o início evitará problemas e conflitos entre o casal.

3. Não contar com a ajuda de profissionais de confiança

Os pais precisam de ajuda, apoio e orientação para cuidar bem da criança, por isso é essencial ter profissionais de confiança a quem recorrer. Certifique-se de que o pediatra compartilha da mesma linha de pensamento de vocês e esteja disponível para responder às perguntas sem gerar culpa ou desconforto.

Além disso, existem outras figuras que podem acompanhá-lo neste processo, como doulas, psicólogos perinatais ou consultores de lactação. Esses profissionais são especializados nesta fase que você está atravessando e recorrer a eles nos momentos de necessidade pode mudar drástica e positivamente o rumo da sua maternidade.

4. Esquecer que o casal é uma equipe

É comum que após a chegada de um filho a vida do casal seja afetada. O bebê exige atenção, tempo e cuidado e os momentos de intimidade podem ser cada vez mais escassos. No entanto, é importante continuar cultivando o amor, promovendo a comunicação e lembrando que o vínculo com seu parceiro também é uma prioridade.

Além disso, é comum que a divisão de tarefas e papéis gere certos problemas e conflitos. Em algumas famílias as mães se voltam totalmente para o bebê e assumem todos os cuidados, relegando o pai a um segundo plano. No entanto, eles também devem estar envolvidos desde o início na criação dos filhos, e o casal precisa agir como uma equipe em todos os momentos.

5. Agir sem definir uma base sólida

É verdade que o instinto é um bom guia em muitos momentos da criação dos filhos, pois indica um caminho a seguir naturalmente ditado pelas emoções de carinho e proteção em relação ao  filho. No entanto, improvisar nem sempre é a melhor alternativa.

É muito positivo que ambos se perguntem desde o início que tipo de pais desejam ser, estabeleçam o estilo parental que desejam seguir e se preparem para aplicá-lo. Assim, saberão como agir em momentos desafiadores e não se arrependerão posteriormente por uma ação impulsiva que não estava alinhada aos valores do casal.

6. Não estimular um bom relacionamento com a comida

Alimentos para bebês.
Incentivar um bom relacionamento com a comida depende dos pais. Não cometa o erro de forçar o seu filho a comer.

A alimentação é um dos aspectos mais problemáticos para os pais de primeira viagem. Na tentativa de fazer a criança comer o suficiente e de tudo, os pais podem cometer alguns erros que podem prejudicar a relação do filho com a comida. Por exemplo, superalimentá-lo, forçá-lo a comer quando ele não quer ou recorrer a chantagens ou ameaças.

Isso pode levar ao excesso de peso, conflitos familiares e, paradoxalmente, mais dificuldades com a alimentação. Portanto, é melhor permitir que as crianças se autorregulem (elas lidam bem com as sensações de fome e saciedade) e se concentrar em motivá-las, criando pratos atraentes e tornando as refeições calmas, agradáveis e satisfatórias.

7. Má gestão do sono

Durante os primeiros meses ou anos de vida de uma criança, o descanso dos pais é afetado e pode ser reduzido em quantidade e qualidade. Isso é inevitável, já que o ritmo do sono dos bebês é diferente que em adultos, e é preciso se adaptar. No entanto, certas práticas podem ajudar a melhorar o sono de toda a família:

  • Revezar entre o casal para que a cada noite um cuide do bebê e o outro descanse.
  • Experimentar a alimentação dos sonhos para prolongar o sono noturno do bebê.
  • Quando o bebê acorda chorando no meio da noite, não confortá-lo gera altos níveis de estresse em seu cérebro, que são tóxicos e muito prejudiciais para o desenvolvimento emocional presente e futuro. Evite fazer isso.
  • Praticar coleito ou não é uma decisão de cada família; assim como decidir quando levar a criança para seu próprio quarto. No entanto, é importante garantir que essa transição não coincida com o estágio de ansiedade de separação ou com o nascimento de um irmãozinho.

Não aproveitar a experiência: o maior erro dos pais de primeira viagem

Embora cometer qualquer um dos erros acima possa ser assustador, sem dúvida, o maior erro que os pais de primeira viagem podem cometer é não aproveitar a experiência por se preocuparem demais.

Não deixe que a incerteza ou o medo atrapalhem os seus primeiros meses ou anos com o seu filho. Se tiver dificuldade em controlar as emoções provocadas por essa nova situação, não hesite em procurar ajuda profissional.


Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.


  • Bryson, T. P. (2021). El abecé del recién nacido: Una guía esencial que responde a las principales dudas y preocupaciones de la crianza de bebés y niños pequeños. ALBA Editorial.
  • Torres, J., Mira, A. M. & Zapata, P. A. (s.f.) Dinámicas sexuales en la pareja después de la llegada del primer hijo o hija. Recuperado de: https://core.ac.uk/download/pdf/196580035.pdf
  • Ardid, C., Usta, O., Omar, E., Yıldız, C., & Memis, E. (2019). Efectos de las prácticas alimentarias durante la lactancia y de las características maternas en la obesidad infantil. Archivos argentinos de pediatría117(1), 26-33.

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.