Pai adapta carrinho de reciclagem para não deixar filhos sozinhos em casa

Conheça a emocionante história de Sidnei, um pai que adaptou o carrinho de reciclagem para levar os filhos em sua jornada de trabalho.
Pai adapta carrinho de reciclagem para não deixar filhos sozinhos em casa

Escrito por Equipe Editorial

Última atualização: 07 março, 2022

Não são poucas as histórias de pais e mães que superam diversos obstáculos pela felicidade dos filhos. Mais um grande exemplo disso é o catador de material reciclável Sidnei Lopes de Jesus, um morador da cidade de Campo Grande (MS) que adaptou seu carrinho de reciclagem para levar consigo os 4 filhos durante sua jornada de trabalho.

“Não adianta eu querer ir sozinho não, viu? Você precisa ver, quando eu estou me ajeitando pra sair, como eles ficam (…) Mas ser pai é um carinho, um amor incondicional que não tem dinheiro nesse mundo que pague”.

Sidnei, de 46 anos, e a esposa Luciane Rodrigues Cavalcante, de 40, são pais de 4 filhos: Osvaldo, de 5 anos, Heloisa, 3 anos, Davi que tem 2 anos e o pequeno Isaque, com apenas 8 meses. A família vive em uma casa simples, no Bairro Santo Amaro, com um quintal espaçoso para o armazenamento do material coletado.

O motivo para a adaptação do carrinho de reciclagem

“A gente sempre viveu disso e não tinha com quem deixar as crianças. Então, por isso, ele fez a adaptação, colocou os dois assentos com bebê conforto, pra eles ficarem confortáveis enquanto a gente trabalha”.

– Luciane Rodrigues Cavalcante –

Pai adapta carinho de reciclagem para não deixar filhos sozinhos em casa

Luciane conta que as crianças se divertem durante o trabalho do pai: “A gente sai logo cedo pela manhã e volta só à noite. E eles acham um barato, porque está sempre andando”, ela comenta. “É só não deixar faltar comida e água, que a gente sempre leva pra eles. Aí eles chegam em casa já dormindo”, comenta Sidnei.

A mãe das crianças trabalha como manicure e possui alguns problemas de saúde, por isso não pode ajudar na coleta de materiais. O pai é responsável por esse trabalho, carregando o carrinho durante o dia e separando o material no fim da jornada, sempre acompanhado dos filhos.

“Esses dias eu carreguei os quatro de uma vez aqui. Os dois menores nas cadeiras, o Osvaldo atrás e a Heloisa aqui na frente do carrinho, pra equilibrar”.

Sidney conta que também esteve presente na rotina do pai durante sua própria infânciaMeu pai me criou dessa forma. Osvaldo de Jesus, ele era um excelente fotógrafo, que faleceu há 30 anos. Ele não tinha leitura, mas as fotos dele eram perfeitas. Como eu já sabia ler e escrever, me falaram pra eu ir com ele e anotar os endereços pra ele”, ele lembra.

“Ele tinha uma Monark, eu ia sempre na garupa dele. Aí, eu cresci, fiquei pesado, ele teve que comprar uma bicicleta pra mim. E assim fui indo, até que ele faleceu quando eu tinha 16 anos. Assim, eu, como único filho homem da família, tive que trabalhar”, ele complementa.

Atualmente Sidnei oferece sua companhia e cuidado aos próprios filhos, assim como recebeu de seu pai. Ele comenta que as crianças dormem “em cima dele”, mostrando a linda conexão que existe entre o pai e as crianças. Ele planeja fazer melhorias em seu carrinho de reciclagem para melhorar a eficiência e o conforto dos filhos.

“Mas ainda falta coisa. Falta pintar, colocar uma proteção melhor aqui em cima. E mais pra frente, se Deus quiser, é ter uma caminhonete, pra ficar melhor de carregar tudo e todo mundo”.


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.