O que é uma histeroscopia e para que ela serve?
Atualmente existem dezenas de intervenções e exames que permitem explorar a vagina, o útero e as trompas uterinas em busca de anomalias que expliquem determinados sintomas. A utilização de cada método varia de acordo com o contexto, paciente e critérios do especialista. No artigo de hoje ensinaremos o que é uma histeroscopia, como ela é realizada e qual a utilidade deste procedimento.
A histeroscopia foi inventada em 1865. Existem dois tipos: diagnóstica e cirúrgica. No primeiro caso trata-se de um exame exploratório, enquanto o segundo é uma intervenção para corrigir condições uterinas. Nas linhas a seguir mostraremos tudo o que você precisa saber sobre esse assunto e também esclareceremos algumas dúvidas frequentes.
O que é uma histeroscopia?
A histeroscopia é um procedimento clínico ou ambulatorial utilizado para acessar a cavidade uterina. Para isso é utilizado o histeroscópio, um instrumento fino e flexível com câmera e iluminação que facilita a investigação do especialista.
Leia também: Sinais de alerta sobre o câncer de colo do útero
Trata-se de uma intervenção minimamente invasiva e uma técnica padrão-ouro para avaliação e tratamento de patologias do útero, como apontam os especialistas. Dois tipos de procedimentos são identificados:
- Histeroscopia diagnóstica: É usada para diagnosticar problemas no útero. Conforme apontam os pesquisadores, essa é uma opção complementar, por isso não elimina ou substitui outros métodos como a biópsia endometrial, laparoscopia, teste de Rubin e histerossalpingografia. Muitas vezes o procedimento é realizado em ambulatório.
- Histeroscopia cirúrgica: é usada para corrigir uma anomalia ou condição que foi detectada no processo diagnóstico. Para isso, são inseridos pequenos instrumentos através do histeroscópio que permitem ao especialista realizar a intervenção.
Com o desenvolvimento de novas tecnologias, esse procedimento é um dos mais seguros e mais utilizados no tratamento de anomalias intrauterinas. Apesar disso, seu uso pode ser restrito em determinados contextos: mulheres gestantes, com sangramento vaginal intenso ou moderado (no momento da inspeção), infecções pélvicas ativas, herpes genital ativo, etc.
Para que serve uma histeroscopia?
Como nos lembra o Colégio Americano de Obstetras e Ginecologistas, a histeroscopia é usada principalmente para determinar as causas de um sangramento vaginal anormal. O especialista pode usar este procedimento para diagnosticar ou tratar várias condições localizadas no útero. Vejamos uma seleção de contextos em que ela pode ser usada:
- Determinar as causas de um aborto espontâneo.
- Determinar possíveis problemas de infertilidade.
- Localizar um dispositivo intrauterino e removê-lo.
- Realizar processos de esterilização.
- Verificar se existem resultados anormais no exame de Papanicolau.
- Examinar e remover fibromas uterinos e pólipos.
- Coletar amostras de tecido (biópsia).
Também pode te interessar: Pólipos no útero, o que você deveria saber?
De forma geral, esses são os usos mais frequentes para procedimento, embora o especialista possa utilizá-lo para outros fins ou para completar as informações de outros exames já realizados. Qualquer tipo de condição desenvolvida no útero ou nas suas imediações é candidata a ser diagnosticada ou tratada através desta intervenção.
Como é feita uma histeroscopia?
As histeroscopias geralmente são feitas uma semana após o período menstrual. Isso permite uma melhor investigação, diagnóstico e tratamento de possíveis condições no útero. Uma anestesia local, regional ou geral pode ser utilizada no processo, dependendo do estado de saúde da paciente e dos critérios do profissional que realiza o exame.
Antes de inserir o histeroscópio, o especialista dilatará o colo do útero. Para isso, ele usará dilatadores especiais ou medicamentos locais. Ele então irá inserir o histeroscópio e movê-lo através da vagina, colo do útero e, finalmente, pelo útero. Neste ponto será introduzido um gás, solução ou líquido que expandirá esta cavidade.
Geralmente é utilizado dióxido de carbono ou uma solução salina para isso. A quantidade exata é cuidadosamente controlada para alcançar a expansão necessária para explorar a área. A partir daí o profissional começará a verificar o revestimento do útero e as aberturas que se conectam às trompas uterinas. Dependendo do objetivo (diagnóstico ou intervenção cirúrgica) o procedimento pode durar de 15 minutos a 1 hora.
Caso tenha sido planejada uma histeroscopia diagnóstica mas durante a investigação seja detectada uma anormalidade que pode ser tratada no momento, o procedimento pode ser convertido em uma histerectomia cirúrgica. Isso evita a realização de duas intervenções, desde que haja o consentimento do paciente.
Dúvidas frequentes sobre o procedimento
Se é a primeira vez que você irá realizar um procedimento desse tipo, com certeza terá muitas dúvidas que não foram respondidas nas seções anteriores. Por isso responderemos a algumas das perguntas frequentes sobre a histeroscopia.
Quais são os perigos deste procedimento?
De acordo com a John Hopkins Medicine, as complicações mais comuns são infecções, sangramento, doença inflamatória pélvica, danos ao colo do útero e complicações provocadas pelo gás ou fluido usado para expandir o útero.
As evidências sugerem que 0,76% das histeroscopias cirúrgicas podem levar à perfuração da cavidade uterina. Os riscos são muito baixos, por isso esse é um procedimento seguro.
Como é o processo de recuperação?
Dependendo da anestesia utilizada (local, regional ou geral), será necessária uma avaliação médica entre alguns minutos e várias horas depois da intervenção. Ela consiste na avaliação da pressão arterial, respiração e outros valores. Quando tudo estiver estável, você pode deixar o centro médico.
O que posso esperar depois?
Você pode experimentar alguns efeitos colaterais após o procedimento. Os mais comuns são sangramento leve e dor na região abdominal. Você também pode sentir desconforto ou formigamento na área do estômago e no ombro. O especialista irá sugerir a ingestão de alguns medicamentos caso esses efeitos sejam desconfortáveis (converse com ele antes de tomar qualquer medicamento).
Tenho que passar a noite no centro médico?
Por este ser um procedimento simples, você poderá deixar o hospital no mesmo dia em que a intervenção for realizada. Isso com exceção de que ocorram complicações maiores, alguma reação incomum à anestesia ou caso o médico considere pertinente.
Caso não tenha sanado todas as suas dúvidas em relação a esta intervenção, te convidamos a consultar diretamente o seu médico. É importante que você saiba por que o procedimento é feito e o que esperar dele. A histeroscopia é um procedimento seguro e rápido, portanto, não é preciso ter medo.
Atualmente existem dezenas de intervenções e exames que permitem explorar a vagina, o útero e as trompas uterinas em busca de anomalias que expliquem determinados sintomas. A utilização de cada método varia de acordo com o contexto, paciente e critérios do especialista. No artigo de hoje ensinaremos o que é uma histeroscopia, como ela é realizada e qual a utilidade deste procedimento.
A histeroscopia foi inventada em 1865. Existem dois tipos: diagnóstica e cirúrgica. No primeiro caso trata-se de um exame exploratório, enquanto o segundo é uma intervenção para corrigir condições uterinas. Nas linhas a seguir mostraremos tudo o que você precisa saber sobre esse assunto e também esclareceremos algumas dúvidas frequentes.
O que é uma histeroscopia?
A histeroscopia é um procedimento clínico ou ambulatorial utilizado para acessar a cavidade uterina. Para isso é utilizado o histeroscópio, um instrumento fino e flexível com câmera e iluminação que facilita a investigação do especialista.
Leia também: Sinais de alerta sobre o câncer de colo do útero
Trata-se de uma intervenção minimamente invasiva e uma técnica padrão-ouro para avaliação e tratamento de patologias do útero, como apontam os especialistas. Dois tipos de procedimentos são identificados:
- Histeroscopia diagnóstica: É usada para diagnosticar problemas no útero. Conforme apontam os pesquisadores, essa é uma opção complementar, por isso não elimina ou substitui outros métodos como a biópsia endometrial, laparoscopia, teste de Rubin e histerossalpingografia. Muitas vezes o procedimento é realizado em ambulatório.
- Histeroscopia cirúrgica: é usada para corrigir uma anomalia ou condição que foi detectada no processo diagnóstico. Para isso, são inseridos pequenos instrumentos através do histeroscópio que permitem ao especialista realizar a intervenção.
Com o desenvolvimento de novas tecnologias, esse procedimento é um dos mais seguros e mais utilizados no tratamento de anomalias intrauterinas. Apesar disso, seu uso pode ser restrito em determinados contextos: mulheres gestantes, com sangramento vaginal intenso ou moderado (no momento da inspeção), infecções pélvicas ativas, herpes genital ativo, etc.
Para que serve uma histeroscopia?
Como nos lembra o Colégio Americano de Obstetras e Ginecologistas, a histeroscopia é usada principalmente para determinar as causas de um sangramento vaginal anormal. O especialista pode usar este procedimento para diagnosticar ou tratar várias condições localizadas no útero. Vejamos uma seleção de contextos em que ela pode ser usada:
- Determinar as causas de um aborto espontâneo.
- Determinar possíveis problemas de infertilidade.
- Localizar um dispositivo intrauterino e removê-lo.
- Realizar processos de esterilização.
- Verificar se existem resultados anormais no exame de Papanicolau.
- Examinar e remover fibromas uterinos e pólipos.
- Coletar amostras de tecido (biópsia).
Também pode te interessar: Pólipos no útero, o que você deveria saber?
De forma geral, esses são os usos mais frequentes para procedimento, embora o especialista possa utilizá-lo para outros fins ou para completar as informações de outros exames já realizados. Qualquer tipo de condição desenvolvida no útero ou nas suas imediações é candidata a ser diagnosticada ou tratada através desta intervenção.
Como é feita uma histeroscopia?
As histeroscopias geralmente são feitas uma semana após o período menstrual. Isso permite uma melhor investigação, diagnóstico e tratamento de possíveis condições no útero. Uma anestesia local, regional ou geral pode ser utilizada no processo, dependendo do estado de saúde da paciente e dos critérios do profissional que realiza o exame.
Antes de inserir o histeroscópio, o especialista dilatará o colo do útero. Para isso, ele usará dilatadores especiais ou medicamentos locais. Ele então irá inserir o histeroscópio e movê-lo através da vagina, colo do útero e, finalmente, pelo útero. Neste ponto será introduzido um gás, solução ou líquido que expandirá esta cavidade.
Geralmente é utilizado dióxido de carbono ou uma solução salina para isso. A quantidade exata é cuidadosamente controlada para alcançar a expansão necessária para explorar a área. A partir daí o profissional começará a verificar o revestimento do útero e as aberturas que se conectam às trompas uterinas. Dependendo do objetivo (diagnóstico ou intervenção cirúrgica) o procedimento pode durar de 15 minutos a 1 hora.
Caso tenha sido planejada uma histeroscopia diagnóstica mas durante a investigação seja detectada uma anormalidade que pode ser tratada no momento, o procedimento pode ser convertido em uma histerectomia cirúrgica. Isso evita a realização de duas intervenções, desde que haja o consentimento do paciente.
Dúvidas frequentes sobre o procedimento
Se é a primeira vez que você irá realizar um procedimento desse tipo, com certeza terá muitas dúvidas que não foram respondidas nas seções anteriores. Por isso responderemos a algumas das perguntas frequentes sobre a histeroscopia.
Quais são os perigos deste procedimento?
De acordo com a John Hopkins Medicine, as complicações mais comuns são infecções, sangramento, doença inflamatória pélvica, danos ao colo do útero e complicações provocadas pelo gás ou fluido usado para expandir o útero.
As evidências sugerem que 0,76% das histeroscopias cirúrgicas podem levar à perfuração da cavidade uterina. Os riscos são muito baixos, por isso esse é um procedimento seguro.
Como é o processo de recuperação?
Dependendo da anestesia utilizada (local, regional ou geral), será necessária uma avaliação médica entre alguns minutos e várias horas depois da intervenção. Ela consiste na avaliação da pressão arterial, respiração e outros valores. Quando tudo estiver estável, você pode deixar o centro médico.
O que posso esperar depois?
Você pode experimentar alguns efeitos colaterais após o procedimento. Os mais comuns são sangramento leve e dor na região abdominal. Você também pode sentir desconforto ou formigamento na área do estômago e no ombro. O especialista irá sugerir a ingestão de alguns medicamentos caso esses efeitos sejam desconfortáveis (converse com ele antes de tomar qualquer medicamento).
Tenho que passar a noite no centro médico?
Por este ser um procedimento simples, você poderá deixar o hospital no mesmo dia em que a intervenção for realizada. Isso com exceção de que ocorram complicações maiores, alguma reação incomum à anestesia ou caso o médico considere pertinente.
Caso não tenha sanado todas as suas dúvidas em relação a esta intervenção, te convidamos a consultar diretamente o seu médico. É importante que você saiba por que o procedimento é feito e o que esperar dele. A histeroscopia é um procedimento seguro e rápido, portanto, não é preciso ter medo.
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- Jansen, F. W., Vredevoogd, C. B., Van Ulzen, K., Hermans, J. O., Trimbos, J. B., & Trimbos-Kemper, T. C. Complications of hysteroscopy: a prospective, multicenter study. Obstetrics & Gynecology. 2000; 96(2): 266-270.
- Moore, J. F., & Carugno, J. Hysteroscopy. StatPearls [Internet]. 2020.
- Valle, R. F. Hysteroscopy in the evaluation of female infertility. American journal of obstetrics and gynecology. 1980; 137(4): 425-431.
Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.