Logo image
Logo image

O que é uma histeroscopia e para que ela serve?

5 minutos
A histeroscopia é uma técnica padrão-ouro para detectar e tratar anomalias uterinas. No artigo de hoje ensinaremos tudo o que você precisa saber sobre esse assunto.
O que é uma histeroscopia e para que ela serve?
Última atualização: 09 agosto, 2022

Atualmente existem dezenas de intervenções e exames que permitem explorar a vagina, o útero e as trompas uterinas em busca de anomalias que expliquem determinados sintomas. A utilização de cada método varia de acordo com o contexto, paciente e critérios do especialista. No artigo de hoje ensinaremos o que é uma histeroscopia, como ela é realizada e qual a utilidade deste procedimento.

A histeroscopia foi inventada em 1865. Existem dois tipos: diagnóstica e cirúrgica. No primeiro caso trata-se de um exame exploratório, enquanto o segundo é uma intervenção para corrigir condições uterinas. Nas linhas a seguir mostraremos tudo o que você precisa saber sobre esse assunto e também esclareceremos algumas dúvidas frequentes.

O que é uma histeroscopia?

Some figure
Na grande maioria dos casos a histeroscopia é um procedimento ambulatorial. No entanto, uma pequena porção de pacientes pode precisar de acompanhamento médico adicional.

A histeroscopia é um procedimento clínico ou ambulatorial utilizado para acessar a cavidade uterina. Para isso é utilizado o histeroscópio, um instrumento fino e flexível com câmera e iluminação que facilita a investigação do especialista.

Leia também: Sinais de alerta sobre o câncer de colo do útero

Trata-se de uma intervenção minimamente invasiva e uma técnica padrão-ouro para avaliação e tratamento de patologias do útero, como apontam os especialistas. Dois tipos de procedimentos são identificados:

  • Histeroscopia diagnóstica: É usada para diagnosticar problemas no útero. Conforme apontam os pesquisadores, essa é uma opção complementar, por isso não elimina ou substitui outros métodos como a biópsia endometrial, laparoscopia, teste de Rubin e histerossalpingografia. Muitas vezes o procedimento é realizado em ambulatório.
  • Histeroscopia cirúrgica: é usada para corrigir uma anomalia ou condição que foi detectada no processo diagnóstico. Para isso, são inseridos pequenos instrumentos através do histeroscópio que permitem ao especialista realizar a intervenção.

Com o desenvolvimento de novas tecnologias, esse procedimento é um dos mais seguros e mais utilizados no tratamento de anomalias intrauterinas. Apesar disso, seu uso pode ser restrito em determinados contextos: mulheres gestantes, com sangramento vaginal intenso ou moderado (no momento da inspeção), infecções pélvicas ativas, herpes genital ativo, etc.

Para que serve uma histeroscopia?

Some figure
Sendo este um método invasivo, existem algumas condições muito específicas que permitem ao especialista realizar a histeroscopia.

Como nos lembra o Colégio Americano de Obstetras e Ginecologistas, a histeroscopia é usada principalmente para determinar as causas de um sangramento vaginal anormal. O especialista pode usar este procedimento para diagnosticar ou tratar várias condições localizadas no útero. Vejamos uma seleção de contextos em que ela pode ser usada:

  • Determinar as causas de um aborto espontâneo.
  • Determinar possíveis problemas de infertilidade.
  • Localizar um dispositivo intrauterino e removê-lo.
  • Realizar processos de esterilização.
  • Verificar se existem resultados anormais no exame de Papanicolau.
  • Examinar e remover fibromas uterinos e pólipos.
  • Coletar amostras de tecido (biópsia).

Também pode te interessar: Pólipos no útero, o que você deveria saber?

De forma geral, esses são os usos mais frequentes para procedimento, embora o especialista possa utilizá-lo para outros fins ou para completar as informações de outros exames já realizados. Qualquer tipo de condição desenvolvida no útero ou nas suas imediações é candidata a ser diagnosticada ou tratada através desta intervenção.

Como é feita uma histeroscopia?

As histeroscopias geralmente são feitas uma semana após o período menstrual. Isso permite uma melhor investigação, diagnóstico e tratamento de possíveis condições no útero. Uma anestesia local, regional ou geral pode ser utilizada no processo, dependendo do estado de saúde da paciente e dos critérios do profissional que realiza o exame.

Antes de inserir o histeroscópio, o especialista dilatará o colo do útero. Para isso, ele usará dilatadores especiais ou medicamentos locais. Ele então irá inserir o histeroscópio e movê-lo através da vagina, colo do útero e, finalmente, pelo útero. Neste ponto será introduzido um gás, solução ou líquido que expandirá esta cavidade.

Geralmente é utilizado dióxido de carbono ou uma solução salina para isso. A quantidade exata é cuidadosamente controlada para alcançar a expansão necessária para explorar a área. A partir daí o profissional começará a verificar o revestimento do útero e as aberturas que se conectam às trompas uterinas. Dependendo do objetivo (diagnóstico ou intervenção cirúrgica) o procedimento pode durar de 15 minutos a 1 hora.

Caso tenha sido planejada uma histeroscopia diagnóstica mas durante a investigação seja detectada uma anormalidade que pode ser tratada no momento, o procedimento pode ser convertido em uma histerectomia cirúrgica. Isso evita a realização de duas intervenções, desde que haja o consentimento do paciente.

Dúvidas frequentes sobre o procedimento

Se é a primeira vez que você irá realizar um procedimento desse tipo, com certeza terá muitas dúvidas que não foram respondidas nas seções anteriores. Por isso responderemos a algumas das perguntas frequentes sobre a histeroscopia.

Quais são os perigos deste procedimento?

De acordo com a John Hopkins Medicine, as complicações mais comuns são infecções, sangramento, doença inflamatória pélvica, danos ao colo do útero e complicações provocadas pelo gás ou fluido usado para expandir o útero.

As evidências sugerem que 0,76% das histeroscopias cirúrgicas podem levar à perfuração da cavidade uterina. Os riscos são muito baixos, por isso esse é um procedimento seguro.

Como é o processo de recuperação?

Dependendo da anestesia utilizada (local, regional ou geral), será necessária uma avaliação médica entre alguns minutos e várias horas depois da intervenção. Ela consiste na avaliação da pressão arterial, respiração e outros valores. Quando tudo estiver estável, você pode deixar o centro médico.

O que posso esperar depois?

Você pode experimentar alguns efeitos colaterais após o procedimento. Os mais comuns são sangramento leve e dor na região abdominal. Você também pode sentir desconforto ou formigamento na área do estômago e no ombro. O especialista irá sugerir a ingestão de alguns medicamentos caso esses efeitos sejam desconfortáveis (converse com ele antes de tomar qualquer medicamento).

Tenho que passar a noite no centro médico?

Por este ser um procedimento simples, você poderá deixar o hospital no mesmo dia em que a intervenção for realizada. Isso com exceção de que ocorram complicações maiores, alguma reação incomum à anestesia ou caso o médico considere pertinente.

Caso não tenha sanado todas as suas dúvidas em relação a esta intervenção, te convidamos a consultar diretamente o seu médico. É importante que você saiba por que o procedimento é feito e o que esperar dele. A histeroscopia é um procedimento seguro e rápido, portanto, não é preciso ter medo.

Atualmente existem dezenas de intervenções e exames que permitem explorar a vagina, o útero e as trompas uterinas em busca de anomalias que expliquem determinados sintomas. A utilização de cada método varia de acordo com o contexto, paciente e critérios do especialista. No artigo de hoje ensinaremos o que é uma histeroscopia, como ela é realizada e qual a utilidade deste procedimento.

A histeroscopia foi inventada em 1865. Existem dois tipos: diagnóstica e cirúrgica. No primeiro caso trata-se de um exame exploratório, enquanto o segundo é uma intervenção para corrigir condições uterinas. Nas linhas a seguir mostraremos tudo o que você precisa saber sobre esse assunto e também esclareceremos algumas dúvidas frequentes.

O que é uma histeroscopia?

Some figure
Na grande maioria dos casos a histeroscopia é um procedimento ambulatorial. No entanto, uma pequena porção de pacientes pode precisar de acompanhamento médico adicional.

A histeroscopia é um procedimento clínico ou ambulatorial utilizado para acessar a cavidade uterina. Para isso é utilizado o histeroscópio, um instrumento fino e flexível com câmera e iluminação que facilita a investigação do especialista.

Leia também: Sinais de alerta sobre o câncer de colo do útero

Trata-se de uma intervenção minimamente invasiva e uma técnica padrão-ouro para avaliação e tratamento de patologias do útero, como apontam os especialistas. Dois tipos de procedimentos são identificados:

  • Histeroscopia diagnóstica: É usada para diagnosticar problemas no útero. Conforme apontam os pesquisadores, essa é uma opção complementar, por isso não elimina ou substitui outros métodos como a biópsia endometrial, laparoscopia, teste de Rubin e histerossalpingografia. Muitas vezes o procedimento é realizado em ambulatório.
  • Histeroscopia cirúrgica: é usada para corrigir uma anomalia ou condição que foi detectada no processo diagnóstico. Para isso, são inseridos pequenos instrumentos através do histeroscópio que permitem ao especialista realizar a intervenção.

Com o desenvolvimento de novas tecnologias, esse procedimento é um dos mais seguros e mais utilizados no tratamento de anomalias intrauterinas. Apesar disso, seu uso pode ser restrito em determinados contextos: mulheres gestantes, com sangramento vaginal intenso ou moderado (no momento da inspeção), infecções pélvicas ativas, herpes genital ativo, etc.

Para que serve uma histeroscopia?

Some figure
Sendo este um método invasivo, existem algumas condições muito específicas que permitem ao especialista realizar a histeroscopia.

Como nos lembra o Colégio Americano de Obstetras e Ginecologistas, a histeroscopia é usada principalmente para determinar as causas de um sangramento vaginal anormal. O especialista pode usar este procedimento para diagnosticar ou tratar várias condições localizadas no útero. Vejamos uma seleção de contextos em que ela pode ser usada:

  • Determinar as causas de um aborto espontâneo.
  • Determinar possíveis problemas de infertilidade.
  • Localizar um dispositivo intrauterino e removê-lo.
  • Realizar processos de esterilização.
  • Verificar se existem resultados anormais no exame de Papanicolau.
  • Examinar e remover fibromas uterinos e pólipos.
  • Coletar amostras de tecido (biópsia).

Também pode te interessar: Pólipos no útero, o que você deveria saber?

De forma geral, esses são os usos mais frequentes para procedimento, embora o especialista possa utilizá-lo para outros fins ou para completar as informações de outros exames já realizados. Qualquer tipo de condição desenvolvida no útero ou nas suas imediações é candidata a ser diagnosticada ou tratada através desta intervenção.

Como é feita uma histeroscopia?

As histeroscopias geralmente são feitas uma semana após o período menstrual. Isso permite uma melhor investigação, diagnóstico e tratamento de possíveis condições no útero. Uma anestesia local, regional ou geral pode ser utilizada no processo, dependendo do estado de saúde da paciente e dos critérios do profissional que realiza o exame.

Antes de inserir o histeroscópio, o especialista dilatará o colo do útero. Para isso, ele usará dilatadores especiais ou medicamentos locais. Ele então irá inserir o histeroscópio e movê-lo através da vagina, colo do útero e, finalmente, pelo útero. Neste ponto será introduzido um gás, solução ou líquido que expandirá esta cavidade.

Geralmente é utilizado dióxido de carbono ou uma solução salina para isso. A quantidade exata é cuidadosamente controlada para alcançar a expansão necessária para explorar a área. A partir daí o profissional começará a verificar o revestimento do útero e as aberturas que se conectam às trompas uterinas. Dependendo do objetivo (diagnóstico ou intervenção cirúrgica) o procedimento pode durar de 15 minutos a 1 hora.

Caso tenha sido planejada uma histeroscopia diagnóstica mas durante a investigação seja detectada uma anormalidade que pode ser tratada no momento, o procedimento pode ser convertido em uma histerectomia cirúrgica. Isso evita a realização de duas intervenções, desde que haja o consentimento do paciente.

Dúvidas frequentes sobre o procedimento

Se é a primeira vez que você irá realizar um procedimento desse tipo, com certeza terá muitas dúvidas que não foram respondidas nas seções anteriores. Por isso responderemos a algumas das perguntas frequentes sobre a histeroscopia.

Quais são os perigos deste procedimento?

De acordo com a John Hopkins Medicine, as complicações mais comuns são infecções, sangramento, doença inflamatória pélvica, danos ao colo do útero e complicações provocadas pelo gás ou fluido usado para expandir o útero.

As evidências sugerem que 0,76% das histeroscopias cirúrgicas podem levar à perfuração da cavidade uterina. Os riscos são muito baixos, por isso esse é um procedimento seguro.

Como é o processo de recuperação?

Dependendo da anestesia utilizada (local, regional ou geral), será necessária uma avaliação médica entre alguns minutos e várias horas depois da intervenção. Ela consiste na avaliação da pressão arterial, respiração e outros valores. Quando tudo estiver estável, você pode deixar o centro médico.

O que posso esperar depois?

Você pode experimentar alguns efeitos colaterais após o procedimento. Os mais comuns são sangramento leve e dor na região abdominal. Você também pode sentir desconforto ou formigamento na área do estômago e no ombro. O especialista irá sugerir a ingestão de alguns medicamentos caso esses efeitos sejam desconfortáveis (converse com ele antes de tomar qualquer medicamento).

Tenho que passar a noite no centro médico?

Por este ser um procedimento simples, você poderá deixar o hospital no mesmo dia em que a intervenção for realizada. Isso com exceção de que ocorram complicações maiores, alguma reação incomum à anestesia ou caso o médico considere pertinente.

Caso não tenha sanado todas as suas dúvidas em relação a esta intervenção, te convidamos a consultar diretamente o seu médico. É importante que você saiba por que o procedimento é feito e o que esperar dele. A histeroscopia é um procedimento seguro e rápido, portanto, não é preciso ter medo.


Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.


  • Jansen, F. W., Vredevoogd, C. B., Van Ulzen, K., Hermans, J. O., Trimbos, J. B., & Trimbos-Kemper, T. C. Complications of hysteroscopy: a prospective, multicenter study. Obstetrics & Gynecology. 2000; 96(2): 266-270.
  • Moore, J. F., & Carugno, J. Hysteroscopy. StatPearls [Internet]. 2020.
  • Valle, R. F. Hysteroscopy in the evaluation of female infertility. American journal of obstetrics and gynecology. 1980; 137(4): 425-431.

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.