O que é a doença inflamatória pélvica?

É fundamental saber reconhecer os sintomas da doença inflamatória pélvica e procurar um médico para iniciar um tratamento para que não gere complicações maiores
O que é a doença inflamatória pélvica?
José Gerardo Rosciano Paganelli

Escrito e verificado por o médico José Gerardo Rosciano Paganelli.

Última atualização: 17 fevereiro, 2023

A doença inflamatória pélvica, conhecida ainda como DIP, é uma infecção que tende a ser causada por uma bactéria ou por uma doença de transmissão sexual (DST).

O principal sintoma é a dor no baixo ventre que está presente quase todo o tempo, não apenas em um momento determinado.

Neste artigo você conhecerá a resposta da pergunta o que é a inflamação pélvica crônica, assim como também informações importantes sobre como detectá-la a tempo.

Perguntas frequentes sobre a DIP

Muitas vezes as mulheres não consultam com um ginecologista quando a pélvis dói porque consideram como “algo normal”, “em poucos dias estarei menstruada”, “certamente é porque fiquei sentada o dia inteiro”, etc.

No entanto, isto pode se tratar de uma doença como a inflamação pélvica crônica. Algumas perguntas comuns são:

O que é Doença Inflamatória Pélvica?

A DIP é uma infecção que aparece nos órgãos reprodutivos, ou seja, nas tubas uterinas, útero, ovários, vagina e colo do útero.

Quais são as causas da DIP?

Este problema pode ser causado por uma doença sexualmente transmissível (principalmente a clamídia e a gonorreia) ou por uma bactéria. Neste último caso, a bactéria pode penetrar no organismo através do parto, de uma biópsia do endométrio, de inserção de um dispositivo intrauterino (DIU) ou até mesmo um aborto espontâneo, eletivo ou terapêutico.

Quem pode contrair a DIP?

Na realidade qualquer mulher é vulnerável de sofrer uma inflamação pélvica crônica, no entanto, os fatores a seguir aumentam os riscos:

  • Relações sexuais desprotegidas
  • Relação sexuais com vários parceiros
  • Se o parceiro apresenta uma doença sexualmente transmissível (se sabe ou não)
  • Se teve uma doença sexualmente transmissível
  • Começo de atividade sexual antes dos 20 anos
  • Colocar um DIU
Mulher com inflamação pélvica crônica

Como se contrai a DIP?

A doença inflamatória pélvica começa como uma infecção na vagina e no colo do útero. Se não for tratada com antibióticos, a doença pode se estender para o endométrio (revestimento do útero) e posteriormente para as tubas uterinas, ovários, útero e até o abdômen.

Quais são os principais sintomas da Doença Inflamatória Pélvica?

Quando uma mulher tem uma inflamação pélvica crônica pode sofrer:

  • Dor na parte baixa do abdômen
  • Dor na zona inferior da coluna
  • Períodos menstruais muito prolongados (mais de uma semana)
  • Menstruação excessiva
  • Períodos menstruais muito dolorosos
  • Câimbras abdominais
  • Corrimento ao longo do mês (fora do período)
  • Secreções vaginais anormais
  • Febre
  • Náuseas
  • Vômitos
  • Dores durante ou depois das relações sexuais
  • Dor ao realizar um exame ginecológico
  • Ardor ao urinar
  • Dor ao urinar
  • Dor ao ficar sentada
  • Sensibilidade excessiva na pélvis
  • Calafrios
  • Fadiga anormal
  • Falta de energia
  • Micção frequente
  • Ausência de menstruação ou atrasos

Em poucos casos as mulheres apresentam DIP sem revelar nenhum destes sintomas, mas estes se tornam mais notáveis quando acontecem gravidezes ectópicas (fora do útero) ou infertilidade.

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Como acontece o diagnóstico de DIP?

O ginecologista mandará realizar uma série de exames para comprovar que se trata de uma doença inflamatória pélvica ou qualquer outra doença. Basicamente são 2 exames solicitados pelo médico:

O médico também pode chegar a solicitar uma ultrassonografia (exame radiológico sem radiação) para procurar evidencias de abscessos ou complicações, ou mesmo uma laparoscopia (uma cirurgia pequena que examina os órgãos reprodutivos e diagnostica corretamente a doença).

Vale a pena destacar que realizar checkups anuais completos é muito importante para detectar e tratar a tempo todo o tipo de doença ginecológica.

O Papanicolau e a colposcopia podem ser realizados desde que tenha havido a primeira relação sexual e são exames rápidos, simples e indolores. Podem evitar muitos problemas e complicações futuras.

Qual é o tratamento para a DIP?

Tudo depende do quão avançada está a doença. O médico pode optar por um tratamento ambulatório ou internação. Entretanto, na maioria dos casos se aplica uma injeção com antibióticos, indica-se consumir um medicamento específico durante 2 semanas e receber controle médico posterior.

Se a paciente tem um caso mais grave de DIP, pode ser hospitalizada. Nesse caso, são indicados antibióticos por via intravenosa e comprimidos via oral. Além disso, é preciso tratar a causa da inflamação, por exemplo, a gonorreia ou a clamídia.

Mulher com dor por causa da inflamação pélvica crônica

É perigoso ter DIP?

Pode sim, se não for tratada como corresponde. Se formar tecido cicatricial nas tubas uterinas, por exemplo, causa problemas para a mulher engravidar ou até mesmo infertilidade.

Se ficam parcialmente obstruídas, a gravidez pode se formar fora do útero (ectópica). Se a infecção é muito severa pode ser realizada uma cirurgia para retirar os tecidos ou órgãos danificados.

Como se pode prevenir a DIP?

Seja para não contrair ou para a doença não voltar, caso já tenha sofrido algum episódio:

  • Não ter relações sexuais sem proteção (sempre com preservativo).
  • Não ter relações com pessoas que possam estar infectadas com uma DST.
  • Limitar a quantidade de parceiros.
  • Não realizar duchas vaginais ou banhos de assento porque a bactéria pode se propagar.
  • Não fumar.
  • Consumir os antibióticos e seguir o tratamento indicado pelo médico.
  • Prestar atenção aos sintomas.
  • Abstinência sexual até a recuperação completa.
  • Exigir dos futuros parceiros a realização de um exame médico para detectar ou descartar DSTs.
  • Realizar exames ginecológicos uma vez por ano.
  • Seguir uma dieta adequada para que o sistema imune fique forte e não permita o avanço das bactérias ou vírus.

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