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Montelucaste: usos, mecanismo e riscos

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Se você consumir montelucaste, estiver pensando em tomá-lo ou administrá-lo a um de seus filhos por indicação médica, saiba que há precauções a serem consideradas. Continue lendo e descubra-as!
Montelucaste: usos, mecanismo e riscos
Última atualização: 23 agosto, 2022

O montelucaste é consumido por milhões de pessoas asmáticas ou alérgicas em todo o mundo. Destas, cerca de um terço são menores de idade.

Este medicamento é usado para tratar os vários sintomas da asma e da rinite alérgica sazonal. É considerado bastante eficaz. No entanto, tem alguns efeitos colaterais adversos, como dor de cabeça e dor de ouvido, cansaço e fraqueza.

Neste artigo saberemos o que é o montelucaste, para que serve, como é administrado, seus riscos e contraindicações. Vale lembrar que este artigo tem apenas fins informativos. Portanto, sua leitura não substitui a consulta médica, que continua sendo extremamente necessária.

O que é o montelucaste e para que é utilizado?

O montelucaste é encontrado nas farmácias, após a apresentação de receita médica, com um de seus nomes comerciais: Singulair ®, Senovital ®, Sansibast ®, Airón ®, Aireal ® ou Everest ®.

Este é um medicamento usado para combater os sintomas da asma, como tosse, respiração ruidosa, broncoespasmo e aperto no peito. Além disso, ajuda a prevenir dificuldades respiratórias causadas por exercícios em pessoas com esta doença.

Este medicamento também é usado para tratar os sintomas da febre do feno, conhecida como alergia sazonal ou rinite alérgica sazonal. Este quadro inclui espirros, congestão nasal, coriza e coceira no nariz.

Em geral, o montelucaste bloqueia a ação dos leucotrienos. Essas substâncias, produzidas pelos leucócitos e derivadas do ácido araquidônico, têm um efeito broncoconstritor mais potente do que a histamina, causando estreitamento e inflamação das vias aéreas.

O montelucaste foi aprovado pela Food and Drug Administration (FDA). É utilizado no tratamento da asma em adultos e crianças com mais de 6 anos, e da rinite alérgica em adultos e crianças a partir dos 2 anos.

É considerado eficaz e tem resultados positivos na redução dos sintomas, de acordo com pesquisas. No entanto, ele não cura essas condições.

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O montelucaste costuma complementar a ação dos inaladores tradicionais em pacientes asmáticos.

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Como tomar o montelucaste?

O montelucaste vem em várias formas: comprimidos, pastilhas mastigáveis e grânulos. Em todos os casos, é administrado por via oral. Não é recomendado quando ocorrem crises de asma agudas ou súbitas, pois permite apenas uma ingestão por dia.

No tratamento da asma, deve ser tomado à noite. No entanto, para prevenir as dificuldades respiratórias associadas a esta doença, é preferível ingeri-lo duas horas antes do exercício. O ideal é manter um cronograma fixo.

No caso da rinite alérgica, pode ser tomado a qualquer momento, embora nas mesmas condições: uma vez a cada 24 horas.

Se estiver administrando este medicamento em grânulos a crianças, eles podem ser despejados em uma colher de chá ou ser colocados diretamente na boca. A criança pode beber um pouco de líquido após ingeri-los.

Também pode ser misturado com um pouco de leite, purê ou um pouco de mingau. O ideal é que essa mistura seja feita para consumo imediato. Decorridos 15 minutos após a preparação, ele não deve ser armazenado.

Não altere a dose nem a suspenda, a menos que indicado pelo médico ou se houver reação. O montelucaste demora um dia para começar a funcionar.

Se você esquecer uma dose por engano, tome-a assim que se lembrar. No entanto, se já se passaram quase 24 horas e faltam poucos minutos para o horário habitual, é aconselhável aguardar e tomar apenas uma.

Riscos e precauções associados ao montelucaste

Seja antes de começar a tomá-lo ou durante o tratamento, alguns cuidados devem ser tomados para evitar riscos e problemas associados ao consumo, armazenamento ou descarte do medicamento. Vamos ver.

Antes de começar a tomá-lo

Informe o seu médico se você é alérgico a este medicamento, a algum de seus ingredientes ou a qualquer outro medicamento. Verifique quais são os componentes da apresentação do montelucaste que você está consumindo.

Da mesma forma, você deve informar ao seu médico quais medicamentos ou suplementos está tomando ou planeja começar a tomar. O montelucaste pode interagir com outros medicamentos, como fenobarbital, rifampicina e gemfibrozil.

Em outras situações, como ter sofrido de doença hepática, estar grávida, planejando engravidar ou se estiver amamentando, é uma boa idéia consultar o seu médico. Até agora, nenhum estudo foi feito em pessoas com insuficiência renal.

Armazenamento

Assim como acontece com muitos outros medicamentos, o montelucaste deve ser mantido em local fresco e seco à temperatura ambiente. Isso exclui locais que são úmidos (como o banheiro) ou quentes (a cozinha).

Da mesma forma, deve ser mantido o mais longe possível da visão e do alcance das crianças. De preferência, trancado à chave em um lugar alto. Esta precaução se aplica até mesmo a crianças que estão consumindo montelucaste por indicação médica.

Duração, expiração e descarte

Observe a data de validade no rótulo da embalagem. Em geral, a duração é de um ano. A recomendação é que você evite consumir medicamentos vencidos.

Depois de expirados ou quando o tratamento estiver concluído, se os medicamentos tiverem que ser descartados, isso deve ser feito com segurança. Os medicamentos não devem ser descartados pelo ralo.

Efeitos colaterais do montelucaste

Apesar dos resultados positivos do montelucaste, efeitos colaterais adversos também foram relatados. Embora sejam considerados raros, alguns se tornam graves.

Os possíveis efeitos colaterais do montelucaste incluem:

  • Sinais de reação alérgica na pele: erupção na pele, vermelhidão, coceira, bolhas, descamação.
  • Problemas de garganta: rouquidão, dificuldade em engolir ou falar.
  • Falta de ar: tosse, respiração ofegante e aperto no peito.
  • Dor de ouvido ou infecção.
  • Queixas gastrointestinais: náuseas, dor abdominal, fezes aquosas.
  • Sinais de problemas no fígado: olhos e pele amarelados.
  • Dor de cabeça e tontura.
  • Distúrbios do sono: pesadelos, sonambulismo ou sonolência.
  • Depressão: estudos clínicos verificaram que experiências adversas relacionadas ao comportamento após o consumo de montelucaste ocorreram com uma prevalência de 2,73%. A pesquisa não revelou casos em que um suicídio consumado possa ser diretamente atribuído à droga.
  • Outros distúrbios comportamentais: a síndrome de Alice no País das Maravilhas foi associada à risperidona e ao montelucaste.

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Alguns distúrbios do sono podem estar associados a uma reação adversa ao montelucaste, embora não sejam tão comuns.

Os estudos também não estabeleceram uma correlação negativa entre o uso de montelucaste e acidente vascular cerebral, doença cardiovascular e infarto do miocárdio.

Recomendações e cuidados com o montelucaste

O FDA, levando em consideração os relatos de eventos neuropsiquiátricos adversos relacionados ao uso do montelucaste, reavaliou os benefícios e riscos desse medicamento. Nesse sentido, determinou que as empresas farmacêuticas coloquem uma advertência na embalagem deste fármaco.

Se alguém perceber alguma reação adversa ao consumi-lo, seja ela física ou comportamental (agitação, agressividade, ansiedade, irritabilidade), deve procurar um médico imediatamente e interromper o uso do medicamento, mesmo que nunca tenha tido problemas de saúde mental anteriores.


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Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.