Logo image
Logo image

Milhares de pessoas deprimidas sem saber: descubra se esse é o seu caso

4 minutos
Se nada do que fazemos nos preenche, se sentimos uma apatia constante e, de um dia para o outro, nossos problemas começam a derivar em dores físicas, é possível que estejamos deprimidos.
Milhares de pessoas deprimidas sem saber: descubra se esse é o seu caso
Última atualização: 05 fevereiro, 2019

O dado, sem dúvidas, pode nos parecer um tanto contraditório: há pessoas profundamente deprimidas que não são conscientes de sua realidade interna.

Não percebem o peso de suas emoções negativas e nem a contradição psicológica que se surge como um redemoinho em suas mentes.

Entretanto, é uma realidade evidente que muitos psicólogos e médicos detectam quando devem tratar sintomas secundários associados.

A dor muscular, o mau humor, a raiva, o ódio de si mesmo, as mudanças de humor ou o desprezo para com tudo o que lhes envolve são sintomas relacionados com a depressão.

As pessoas intuem que algo acontece, que a vida, às vezes, parece desafinada e estranha, que tudo corre na direção oposta ao que esperavam.

No entanto, continuam avançando. Fazem isso porque dispõem dos mecanismos adequados de defesa, mediante os quais se adaptam à força.

Assim, silenciam emoções, afogam amarguras, dissolvem o estresse com a ansiedade, e a ansiedade, por sua vez, com múltiplas dores psicossomáticas.

Pode nos surpreender mas é um fato: a depressão encoberta existe e milhares de pessoas passam por ela sem saber.

A seguir, te explicamos quais são as principais características desta situação tão complexa. Confira.

As pessoas deprimidas desenvolvem seu estado indefeso e seu mal-estar de forma lenta e progressiva

Some figure

Grande parte das depressões não têm desencadeante pontual e objetivo, como pode ser uma perda, um rompimento afetivo ou o fato de ter de viver com uma situação de desemprego.

  • As pessoas mais deprimidas são as que parecem ter quase tudo para serem felizes: uma família, um lar, um trabalho…
  • Os psicólogos nos indicam que os sentimentos depressivos crescem como a erva daninha em um jardim bonito. Chega um dia em que cobre tudo com sua densidade, com seus espinhos e frios arbustos.
  • A insatisfação, a letargia emocional, a sensação de estar perdendo o controle da própria vida se misturam.

Recomendamos também a leitura: Autoestima, chave para a nossa felicidade

Notamos que deixamos de fazer tudo o que gostamos porque as obrigações nos superam dia após dia…. Normalizamos essas sensações negativas.

Aí que o problema surge…

Não relacionamos a maioria dos sintomas com uma depressão

Some figure

Vamos aos centros de atenção primária porque estamos esgotados, sem energia.

O médico, como é normal, faz exames de sangue e, depois de ver os resultados, nos diz que não temos nada ruim, e que basta melhorar a dieta, descansar e tomar vitaminas.

  • Em poucos meses voltamos porque nossas costas doem muito. O médico, então, nos recomenda procurar um fisioterapeuta.
  • Porém, pouco tempo depois marcamos uma nova consulta porque sofremos de insônia e muito nervosismo. É então que começam a receitar benzodiazepinas.
  • Finalmente, e diante da recomendação de parar o tratamento destes psicofármacos para evitar a dependência, o médico nos envia a um psiquiatra que faz o diagnóstico final: depressão.

O mais provável é que, até que cheguemos a esse diagnóstico final e certeiro, passem entre 1 e 2 anos sem que percebamos realmente o que está acontecendo.

Uma realidade muito complexa à qual deveríamos prestar mais atenção.

As pessoas deprimidas não aceitam seu estado

A palavra depressão não assusta. Ela gera uma rejeição, tanto pela pessoa que está passando por ela, quanto por parte da sociedade.

  • Somos esse mundo que ainda continua pensando que “as pessoas deprimidas estão tristes, e que não é mais do que uma atitude fraca e derrotista ao não saber encarar as coisas de outro modo”.
  • Pensar isso é um erro. A depressão, em qualquer uma de suas formas, é uma doença que deve ser tratada de forma multidisciplinar, ou seja, por meio de fármacos, psicoterapia e um apoio social adequado.
  • Porém, quando uma pessoa recebe seu diagnóstico, sente como se o mundo de súbito parasse, e tudo muda.
  • Assumir o problema real lhes obriga a ter que enfrentar seus demônios internos, seus vazios, o tecido quebrado de seus corações e pôr ordem na mente obsessiva em esconder as emoções.

Acham que precisam seguir como se nada estivesse acontecendo para que continuem sendo funcionais.

Assumir a depressão não é fácil para ninguém; porém, chegará um instante em que nos será impossível continuar avançando.

Leia também: A diferença entre o amor e a obsessão

Como reconhecer que estou sofrendo de depressão?

Some figure

Os psicólogos têm pontos chave que lhes orientam na hora de estabelecer um possível diagnóstico.

Estes são os principais sinais:

  • Insônia
  • Apatia
  • Mudanças constantes de humor
  • Indefesa, sensação de que, faça o que fizer, nada vai sair bem.
  • Sensação de que não se tem o controle de nada.

Estes são, sem dúvidas, os fatores mais recorrentes. A eles lhes somariam outros mais graves que não costumam passar despercebidos para o próprio paciente, como são as automutilações ou os pensamentos relacionados a suicídio.

Aprendamos, portanto, a identificá-los o quanto antes e pedir ajuda.

Imagem principal oferecida por © wikiHow.com


Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.


  • COUTINHO, Maria da Penha de Lima et al. Depressão, um sofrimento sem fronteira: representações sociais entre crianças e idosos. PsicoUSF, v. 8, n. 2, p. 183-192, 2003.
  • ALMEIDA, Osvaldo P.; ALMEIDA, Shirley A. Confiabilidade da versão brasileira da Escala de Depressão em Geriatria (GDS) versão reduzida. Arq Neuropsiquiatr, v. 57, n. 2B, p. 421-6, 1999.
  • TENG, Chei Tung; HUMES, E. de C.; DEMETRIO, Frederico Navas. Depressão e comorbidades clínicas. Revista de Psiquiatria Clínica, v. 32, n. 3, p. 149-159, 2005.

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.