Miastenia gravis: tudo que você precisa saber sobre esta doença
Escrito e verificado por médico Leonardo Biolatto
A miastenia gravis é uma doença autoimune caracterizada, principalmente, pela fraqueza dos músculos que são controlados voluntariamente.
É uma patologia na qual o sistema imunológico ataca os receptores dos músculos que lhes permitem mover-se normalmente. Ou seja, a conexão entre nervos e músculos é interrompida, e por isso eles não funcionam corretamente.
O termo “miastenia gravis” vem do latim e significa “fraqueza muscular grave”. Estima-se que afete 1 em cada 5.000 pessoas. Embora possa ocorrer em qualquer idade, é mais comum aparecer antes dos 40 anos em mulheres, e depois dos 50 anos em homens.
É uma patologia muito incapacitante e complexa que ainda não tem cura. No entanto, existem certos tratamentos que ajudam a aliviar os sintomas. Neste artigo, explicamos tudo que você precisa saber sobre a miastenia gravis.
O que é a miastenia gravis?
Para entender essa patologia, primeiro precisamos entender um pouco o funcionamento dos músculos. Os músculos têm receptores que recebem sinais químicos dos nervos. Normalmente, quando queremos fazer um movimento voluntário, essas substâncias são liberadas nas extremidades nervosas. Essas substâncias atuam nos receptores musculares e o movimento ocorre com a força e a precisão procuradas.
No entanto, o que acontece na miastenia gravis é que o sistema imunológico fica alterado e ataca esses receptores musculares. Isso faz com que as substâncias químicas não possam ativar os músculos, por isso há quadros de fraqueza e fadiga.
A fraqueza muscular aumenta quando um período de atividade é realizado. A miastenia gravis geralmente afeta os músculos como aqueles que controlam expressões faciais, mastigação e deglutição. Até mesmo os músculos respiratórios podem ser afetados.
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Quais sintomas a miastenia gravis produz?
Como mencionamos, o principal sintoma é a fraqueza muscular. Essa fraqueza aumenta à medida que um músculo é usado repetidamente, e melhora com o repouso. Infelizmente, os sintomas costumam piorar com o tempo e se tornam bastante graves poucos anos após a descoberta da doença.
Vários grupos musculares podem ser afetados, mas os mais comuns são:
- Músculos oculares: a maioria das pessoas que sofrem de miastenia gravis tem problemas de visão, como visão dupla. Além disso, elas geralmente têm uma pálpebra caída, ou ambas.
- Grande parte dos pacientes tem dificuldade para falar. A voz costuma ter um tom suave e nasal.
- O processo de deglutição é afetado: movimentos simples como mastigar ou engolir tornam-se fracos e complexos. Isso significa que existe o risco de a pessoa vir a se asfixiar ao comer ou beber qualquer alimento.
- As expressões faciais são perdidas: os pacientes com miastenia gravis não conseguem sorrir normalmente.
- A fraqueza pode aparecer nas extremidades ou no pescoço. Quando isso ocorre, a capacidade de andar ou manter a cabeça em uma posição natural é perturbada e a cabeça tende a cair de lado.
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Como é feito o diagnóstico?
Para diagnosticar a miastenia gravis, primeiro o médico precisa conhecer todos os sintomas e todos os aspectos do histórico clínico do paciente. Então, será feito um exame físico completo.
Geralmente são necessários vários exames complementares para confirmar o diagnóstico. Os médicos realizam um exame neurológico para verificar a força e o tônus muscular, os reflexos, a coordenação e assim por diante.
Os exames de sangue também fornecem informações bastante úteis para o diagnóstico. Como explicamos, esta é uma doença autoimune; portanto, geralmente são encontrados anticorpos específicos no sangue do paciente. Outros testes também são utilizados, como:
- Teste da bolsa de gelo, que é útil quando o paciente tem uma pálpebra caída. A bolsa é colocada na pálpebra por cerca de dois minutos e depois verifica-se se há movimento nessa área.
- Estimulação repetitiva de um nervo. Esse teste permite que os impulsos sejam enviados pelos nervos para ver se eles podem estimular o músculo.
Conclusão
A miastenia gravis é uma doença complexa que envolve fraqueza muscular. Ela pode afetar diferentes partes do corpo, como olhos, extremidades e músculos respiratórios.
É uma patologia séria que coloca em risco a vida de quem a sofre. Ainda não há cura, por isso é essencial consultar um médico ao detectar qualquer alteração e iniciar o tratamento mais apropriado para controlar os sintomas.
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