A jogadora de vôlei Ana Paula Borgo morreu de câncer de estômago aos 29 anos
Um dos assuntos mais comentados da semana foi a morte da ex-jogadora da seleção brasileira feminina de vôlei Ana Paula Borgo, de 29 anos. Ela foi diagnosticada há cerca de oito meses com câncer de estômago.
A notícia do falecimento da atleta foi postada na rede social da sua mãe, Débora Borgo, no dia 11 maio. Ana Paula se afastou das quadras em setembro do ano passado, após descobrir o tumor durante exames médicos no clube Barueri, que a contratara para a Superliga 2022-23. Desde então, ela fazia tratamento contra a doença.
Como não há esquema de detecção precoce, em geral, um tumor como o de Ana Paula costuma ser diagnosticado quando já está avançado. Pode não haver sintomas de câncer de estômago no início: ele é silencioso, não dá sinais. E caso haja algum sintoma, pode se confundir com outras manifestações benignas.
Quais são os sintomas do câncer de estômago?
Os principais sintomas são:
- Náusea.
- Vômitos.
- Sensação de estômago cheio.
- Anemia.
- Perda de apetite.
- Perda de peso.
Quando a doença já está em estado mais avançado, dependendo da localização do tumor, como na parte do esôfago que liga o estômago, ou na região em que o estômago se liga ao intestino (o duodeno), podem ser notados sintomas de obstrução.
Como é feito o diagnóstico?
Na primeira consulta, o médico ouvirá a história do paciente e fará um exame físico (palpação), especialmente para verificar as condições da região do abdome.
Para um diagnóstico correto, o especialista deve solicitar uma endoscopia digestiva. Nesse exame, um tubo flexível é usado para visualizar as condições do aparelho digestivo. Quando os sintomas já existem há muito tempo, essa requisição é considerada obrigatória.
Se o resultado da endoscopia revelar alguma lesão, deverá ser feito uma biópsia (retirada de parte do tecido local para análise). Na maioria das vezes, é ela que define o diagnóstico.
Se o diagnóstico do câncer de estômago for confirmado, o médico deverá pedir outros exames, como tomografia computadorizada ou ressonância magnética, para verificar o estágio da doença. O objetivo é conhecer a extensão da enfermidade para que seja elaborado um tratamento adequado.
Como funciona o tratamento
O tratamento a ser aplicado depende da evolução do câncer. Quanto antes o diagnóstico é feito, maior a chance de cura. A partir do resultado da tomografia, o médico terá informações que definirão as melhores estratégias terapêuticas que podem ser:
- Cirurgia – é o método de tratamento considerado mais importante. A extensão da operação vai depender de quanto e para onde o tumor se espalhou.
- Radioterapia – costuma ser a opção de tratamento após a cirurgia, quando o tumor não pôde ser completamente extraído.
- Quimioterapia – em pessoas com metástase, ela pode aumentar a sobrevida e melhorar a qualidade de vida.
A quimioterapia, a radioterapia e até a endoscopia (10% dos casos) podem compor o plano de tratamento.
Possíveis causas e fatores de risco de câncer de estômago
Apesar de ainda não ter causa conhecida, alguns fatores podem aumentar o risco de câncer de estômago. As causas podem decorrer de várias situações, desde ambientais até genéticas.
Veja abaixo os fatores de risco associados ao problema:
- Idade (é mais comum entre pessoas de 60 a 70 anos, embora esteja avançando entre os jovens também).
- Tabagismo.
- Sedentarismo.
- Obesidade.
- Infecção pela bactéria Helicobacter pylori (H. pylori) —geralmente relacionada à falta de saneamento básico e hábitos de higiene;
- Lesões pré-cancerosas (como gastrite atrófica e metaplasia intestinal).
- Histórico familiar —ter parentes de primeiro grau (pai ou mãe, irmãos, tios)— com câncer de estômago pode indicar a propensão para uma síndrome, o câncer gástrico difuso hereditário.
- Dieta rica em sal, em conservantes como os nitratos (presentes em embutidos e outros alimentos industrializados).
- Dieta pobre em frutas e vegetais.
- Consumo de carnes processadas (salsicha, linguiça, hambúrguer industrializado etc.).