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Entre a infância e a velhice há um instante chamado vida

4 minutos
Não podemos permitir que as preocupações do passado ou do futuro nos impeçam de viver o momento presente. É importante que nos conscientizemos do aqui e agora e aproveitemos ao máximo
Entre a infância e a velhice há um instante chamado vida
Raquel Aldana

Escrito e verificado por o psicólogo Raquel Aldana

Última atualização: 14 março, 2023

Às vezes nos esquecemos que a vida é feita de instantes engarrafados em suspiros que assumimos em força de tropeços e, como consequência, de aprendizagens. A verdade é que não é fácil parar para pensar nas centenas de preocupações e coisas por fazer que se acumulam em nossa mente todos os dias.

Assim, chega o momento em que completamos 40 ou 50 anos e nos damos conta de que nos encontramos entre duas gerações que evidenciam o quanto a vida é efêmera. Então, começamos a correr em busca de condições vitais que nos permitam aproveitar melhor cada instante.

Porém, a experiência nos oferece a oportunidade de poder conciliar as diferentes esferas de nossa vida, deixando de nos preocupar com aquilo que passou e com o que ainda passará para assim, concentrarmos nossa atenção em aproveitar o que está acontecendo agora.

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A passagem de nossa vida

“O quanto sua vida pesa? ” Imagine por um segundo que você carrega uma mochila. Preste atenção nas alças sobre seus ombros. Agora, encha essa bolsa com todas as coisas que existem em sua vida. Começam com as que estão nas estantes e caixas, as bobeiras que coleciona… perceba como o peso se acumula.

Agora coloque coisas maiores na mochila: roupas, pequenos eletrodomésticos, abajurs, toalhas, a televisão… a mochila já pesa mais, certo? Agora coloque coisas ainda maiores: sofás, camas, mesas…

Coloque tudo mentalmente em essa mochila: o carro, a casa, um estudo ou apartamento de dois quartos, e depois, tente caminhar com isso. Seria difícil, não?

Pois, isso é o que fazemos com nossas vidas diariamente. Vamos nos sobrecarregando até que não podemos mais nos mover. E não se engane, mover-se é viver!

Agora, coloque fogo nessa mochila. Tiraria alguma coisa? Talvez as fotos? Mas as fotos são apenas para pessoas que não podem se recordar, então pegue gasolina e queime-as também!  E mais, deixe que tudo se queime e se imagine acordando pela manhã sem mais nada. Seria estimulante, não?

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Agora imagine outra mochila, só que dessa vez, enche-a de pessoas. Você pode começar pelos conhecidos: amigos de amigos, pessoas do trabalho e depois coloque as pessoas nas quais confia seus segredos: seus primos, tios, tias, irmãos, irmãs, pais e, por fim, seu esposo ou sua esposa, ou ainda, seu namorado ou namorada.

Coloque todos na mochila. E agora, sente o peso? Sem dúvidas, suas relações são o tipo de carga mais pesada em sua vida. Não sente um peso se cravando em seus ombros? Todas as negociações, discussões, segredos e compromissos…. Você não precisa carregar isso.

Porque não deixam sua mochila? Existem animais que vivem carregando outros em simbiose por toda a sua vida. Não somos esses animais. Se nos movermos devagar morreremos rápido. Não somos cisnes, somos tubarões.

– Bingham, em Up in the air –

Esta alegoria nos serve para exemplificar algo que geralmente é difícil de ver: carregamos muito peso em nossas costas. Algumas coisas são necessárias e há algumas das quais deveríamos nos desfazer, visto que só deveríamos carregá-las temporariamente.

Além disso, parte do peso que levamos deveríamos carregar no coração, visto que cada obrigação se torna mais leve quando aceitamos e encontramos um lugar para ela. Este tipo de peso é constituído por sentimentos, emoções e pessoas.

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O que queremos dizer é que não somos responsáveis por expor nossas emoções, mas sim por aceitá-las e manejá-las. Da mesma forma, as pessoas não devem ser uma carga que somos obrigados a levar.

Somos especialistas em carregar excessos em nossa mochila, o que torna realmente complicado fazer uma limpeza de conteúdo. De vez em quando deveríamos selecionar o que queremos em nossa vida e o que não queremos, evitando assim que as pedrinhas se tornem pedregulhos.

A vida não é estabilidade, é saber andar em equilíbrio

Ainda que em algumas ocasiões tenhamos a sensação de regredir, simplesmente o que acontece é que nossa vida está mudando a cada segundo. Às vezes gostamos das mudanças, e às vezes não, mas tudo isso faz parte do equilíbrio.

Nossa vida é uma dança entre a sorte e a desventura. Por isso, devemos aceitar que a noite e o dia, a alegria e a tristeza, a estabilidade e a mudança, sempre serão casais de dança.

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A vida nos sussurra de forma constante que confiemos, que aprendamos e cresçamos com tudo. Paradoxalmente, na adversidade é quando nos tornamos grandes, apesar de nos enxergarmos muito pequenos e vulneráveis nesses momentos.

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Para somar vida aos anos não existe idade

Não existem limites temporais para que nos enchamos de força. Este instante que chamamos de vida, nos permite olhar com serenidade ao redor e gritar sem medo para nossos temores. Apenas dessa forma conseguiremos fazer o que desejamos, pois, o único fracasso é não viver.

Trata-se de conviver com as rugas e com a sabedoria que o passar dos anos nos oferece. As marcas em nosso rosto são reflexo de nossas aprendizagens e experiências, das flechas que nos feriram da forma mais inesperada e das asas de nossa mochila.

Não deixe que os medos freiem sua vida. Entesoure instantes e viaje com seus desejos nas costas. Nunca renuncie à vida que quer viver.

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.