Gestação tardia: a esperança da maternidade madura

Entenda as chances da gestação tardia como a da bailarina e atriz Claudia Raia, que revelou que está grávida aos 55 anos.
Gestação tardia: a esperança da maternidade madura

Escrito por Equipe Editorial

Última atualização: 30 setembro, 2022

Recentemente, a atriz Claudia Raia anunciou que está grávida. A notícia surpreendeu, já que ela tem 55 anos. Mas é importante notar que, nessa idade, quando já se passou pela menopausa, uma concepção natural é altamente improvável.

Cláudia não revelou se a gestação ocorreu de forma espontânea, mas afirmou estar muito surpresa com a notícia. Algumas reações nas redes sociais demonstraram espanto e incredulidade, e também foram acompanhadas de mensagens de felicitações e boas energias.

Apesar de incomum, a gravidez é possível após os 50 anos. Contudo, a maioria das mulheres que optam por adiar a chance de ser mãe jovem recorre a procedimentos de reprodução assistida.

“Quando a médica me pediu um beta, exame de sangue de gravidez. Eu falei: ‘Amor, você está bem louca. De onde você tirou isso? Eu tenho 55 anos de idade’. Ai ela falou: ‘Mas eu preciso investigar porque todas as suas taxas estão diferentes, estão estranhas’”, afirmou a atriz.

O resultado do teste apontou que ela já estaria com uma gestação com mais de três semanas. Mas por que o anúncio de uma gestação aos 55 anos surpreendeu a tanta gente?

De acordo com o ginecologista e obstetra Caio Parente Barbosa, as chances de acontecer uma gravidez naturalmente após a menopausa são quase nulas.

Isso porque no período de menopausa, que acontece entre os 45 e 55 anos, os ovários entram em falência e o estrogênio e a progesterona, hormônios femininos, caem irreversivelmente.

A mulher produz um número limitado de óvulos que vão diminuindo durante a vida, e sem a produção adequada dos hormônios, a gravidez se torna praticamente inviável.

A gravidez tardia é cada vez mais comum

A maternidade tardia é cada vez mais uma realidade, como resultado de mudanças sociais e culturais.

A mudança de mentalidades que se tem verificado contribui igualmente para a situação, ao que se soma a evolução técnica e científica hoje disponível, de acordo com o Journal of Reproductive Medicine, Gynaecology and Obstetrics.

Nesse sentido, atualmente não só é possível recorrer a técnicas de procriação medicamente assistida (PMA), que ajudam a contornar o problema da fertilidade diminuída, como também a vigilância destas gravidezes é muito mais próxima. Como consequência, a idade da mulher que é mãe pela primeira vez tem aumentado.

É uma tendência mundial. Cada vez mais as mulheres postergam esse momento, por priorizar os estudos ou a carreira profissional. Algumas se casam mais tarde, querem aproveitar essa fase com o marido, querem ter uma vida econômica estável. De fato, em 2020, muitas mulheres congelaram óvulos para poderem engravidar em um período que consideram mais adequado.

Os riscos da gestação tardia

A gravidez tardia representa alguns riscos, por esse motivo é imprescindível evidenciá-los para as mulheres que optam por adiar a gestação. Doenças como hipertensão e diabetes, trabalho de parto prematuro, abortos do primeiro trimestre, além de uma maior ocorrência de alterações cromossômicas e maior probabilidade de complicações na hora do parto e após o parto estão entre as principais situações dentro de uma gravidez tardia.

No entanto, apesar de ser um assunto que mereça total atenção para a decisão, uma boa notícia é que os recursos da medicina estão cada vez melhores e, assim, a assistência médica integrada pode garantir todo o suporte e a informação adequada para essa gestação.

Normalmente, o acompanhamento será similar ao que acontece com qualquer gestação. Por isso é tão importante um pré-natal bem feito para avaliar e diminuir riscos da gravidez tardia.


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.