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Filosofía escolástica: significado e importancia histórica

4 minutos
A filosofia escolástica foi uma corrente teológico-filosófica que predominava no pensamento medieval. Seu objetivo era a integração da fé e da razão.
Filosofía escolástica: significado e importancia histórica
Escrito por Equipe Editorial
Última atualização: 21 fevereiro, 2023

A filosofia escolástica é uma corrente filosófica e teológica medieval que se concentrou em integrar a razão com a fé religiosa, mas dando maior preponderância a esta última. Seus primórdios remontam ao século IX e foi a doutrina de pensamento predominante na cultura ocidental até o século XVI.

Uma das contribuições mais significativas da filosofia escolástica para a história do pensamento foi o seu método de ensino, que ainda hoje se conserva, mas com algumas variantes modernas e contemporâneas. Abaixo detalhamos as características desse movimento intelectual e sua importância histórica.

O que é filosofia escolástica?

A palavra escolástica é derivada do termo latino scholasticus, que significa “erudito” ou “escolar”. E também do grego scholastikos, que significa “dedicar o tempo livre ao aprendizado”.

Foi a corrente teológico-filosófica predominante do pensamento medieval e baseava-se na integração entre fé e razão. No entanto, nela sempre houve uma clara subordinação da razão à fé.

Os primórdios da filosofia escolástica são registrados a partir do século IX e representaram uma tentativa de harmonização entre a teologia cristã e a filosofia clássica (especialmente a de Aristóteles e Platão). Porém, em sua formação também foram incluídas outras correntes filosóficas, como as árabes e as judaicas.

Entre seus principais expoentes estão Anselmo de Canterbury (considerado o pai da escolástica), Pedro Abelardo, Alejandro de Hales, Alberto Magno, Juan Duns Scoto, Guillermo de Ockham e Tomás de Aquino.

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A razão sempre foi subordinada à fé na filosofia escolástica.

Veja: 21 frases de Simone de Beauvoir: importante filósofa feminista

Estágios

Dada a extensão periódica desse movimento e a variedade de posições que surgiram, a filosofia escolástica costuma ser dividida em três etapas:

  1. Do início do século IX ao final do século XII: caracterizada pela discussão polêmica em torno dos universais; o que provoca uma oposição entre as explicações e interpretações de natureza realista, nominalista e conceptualista.
  2. Do século XII ao final do século XIII: representa o apogeu da escolástica e caracteriza-se pela entrada dos textos de Aristóteles na discussão filosófica. Da mesma forma, começa-se a distinguir a filosofia da teologia.
  3. Século XIV: começa o período de declínio da filosofia escolástica. Neste caso, o pensamento desta corrente derivou, por um lado, para um misticismo; por outro, ao estudo das ciências naturais. Além disso, surgiram novas correntes que romperam a harmonia entre fé e razão.

Características da filosofia escolástica

As características essenciais da filosofia escolástica podem ser assim resumidas:

  • O principal objetivo da escolástica era integrar o conhecimento que era mantido separadamente por meio da razão e das revelações cristãs.
  • Todo pensamento deveria estar submetido ao princípio da autoridade e o ensino poderia limitar-se à reiteração de textos clássicos, principalmente a Bíblia (principal fonte de conhecimento). No entanto, a escolástica estimulava o raciocínio e a especulação ao exigir um esquema estruturado de discurso capaz de se expor a refutações e preparar defesas.
  • Nesse sentido, a filosofia escolástica fomentou um método de ensino baseado no raciocínio dialético, ou seja, na troca de argumentos e contra-argumentos em busca de uma conclusão ou síntese. O objetivo era responder a perguntas ou resolver contradições.
  • Cada tema a ser estudado foi tratado com muito cuidado e dedicação através da leitura de textos clássicos e discussão pública.
  • Ela se afastou das abordagens empíricas e do método científico. Por isso se diz que a escolástica se desenvolveu enquadrada em rígidas estruturas de pensamento.

Para o cristianismo, a filosofia escolástica era uma ferramenta para entender a fé. Esta corrente filosófica foi eclipsada pelo Humanismo dos séculos XV e XVI, e passou a ser vista como uma forma rígida, formalista e obsoleta de fazer filosofia.

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Tomás de Aquino foi um dos mais notórios representantes dessa corrente.

Veja: A filosofia de Spinoza e sua visão da natureza

Importância histórica da escolástica

Apesar das críticas em torno da filosofia escolástica, é pertinente reconhecer que essa corrente de pensamento foi peça fundamental para o surgimento da academia moderna.

Ou seja, o que hoje conhecemos como escola, devemos a esse movimento intelectual. Sobretudo pelos métodos rigorosos de leitura, exposição e contraste de textos que ainda vigoram nas instituições.

Por seu lado, a escolástica permitiu uma clara distinção entre razão (filosofia) e fé (teologia), que mais tarde influenciou o pensamento renascentista. Além disso, a separação entre essas duas noções promoveu indiretamente a cisão entre o Estado e a hierarquia eclesiástica.

Em suma, a essência da filosofia escolástica é a reconciliação entre o conhecimento gerado pela razão e os preceitos estabelecidos pelas sagradas escrituras e pela Igreja Cristã.

A filosofia escolástica é uma corrente filosófica e teológica medieval que se concentrou em integrar a razão com a fé religiosa, mas dando maior preponderância a esta última. Seus primórdios remontam ao século IX e foi a doutrina de pensamento predominante na cultura ocidental até o século XVI.

Uma das contribuições mais significativas da filosofia escolástica para a história do pensamento foi o seu método de ensino, que ainda hoje se conserva, mas com algumas variantes modernas e contemporâneas. Abaixo detalhamos as características desse movimento intelectual e sua importância histórica.

O que é filosofia escolástica?

A palavra escolástica é derivada do termo latino scholasticus, que significa “erudito” ou “escolar”. E também do grego scholastikos, que significa “dedicar o tempo livre ao aprendizado”.

Foi a corrente teológico-filosófica predominante do pensamento medieval e baseava-se na integração entre fé e razão. No entanto, nela sempre houve uma clara subordinação da razão à fé.

Os primórdios da filosofia escolástica são registrados a partir do século IX e representaram uma tentativa de harmonização entre a teologia cristã e a filosofia clássica (especialmente a de Aristóteles e Platão). Porém, em sua formação também foram incluídas outras correntes filosóficas, como as árabes e as judaicas.

Entre seus principais expoentes estão Anselmo de Canterbury (considerado o pai da escolástica), Pedro Abelardo, Alejandro de Hales, Alberto Magno, Juan Duns Scoto, Guillermo de Ockham e Tomás de Aquino.

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A razão sempre foi subordinada à fé na filosofia escolástica.

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Estágios

Dada a extensão periódica desse movimento e a variedade de posições que surgiram, a filosofia escolástica costuma ser dividida em três etapas:

  1. Do início do século IX ao final do século XII: caracterizada pela discussão polêmica em torno dos universais; o que provoca uma oposição entre as explicações e interpretações de natureza realista, nominalista e conceptualista.
  2. Do século XII ao final do século XIII: representa o apogeu da escolástica e caracteriza-se pela entrada dos textos de Aristóteles na discussão filosófica. Da mesma forma, começa-se a distinguir a filosofia da teologia.
  3. Século XIV: começa o período de declínio da filosofia escolástica. Neste caso, o pensamento desta corrente derivou, por um lado, para um misticismo; por outro, ao estudo das ciências naturais. Além disso, surgiram novas correntes que romperam a harmonia entre fé e razão.

Características da filosofia escolástica

As características essenciais da filosofia escolástica podem ser assim resumidas:

  • O principal objetivo da escolástica era integrar o conhecimento que era mantido separadamente por meio da razão e das revelações cristãs.
  • Todo pensamento deveria estar submetido ao princípio da autoridade e o ensino poderia limitar-se à reiteração de textos clássicos, principalmente a Bíblia (principal fonte de conhecimento). No entanto, a escolástica estimulava o raciocínio e a especulação ao exigir um esquema estruturado de discurso capaz de se expor a refutações e preparar defesas.
  • Nesse sentido, a filosofia escolástica fomentou um método de ensino baseado no raciocínio dialético, ou seja, na troca de argumentos e contra-argumentos em busca de uma conclusão ou síntese. O objetivo era responder a perguntas ou resolver contradições.
  • Cada tema a ser estudado foi tratado com muito cuidado e dedicação através da leitura de textos clássicos e discussão pública.
  • Ela se afastou das abordagens empíricas e do método científico. Por isso se diz que a escolástica se desenvolveu enquadrada em rígidas estruturas de pensamento.

Para o cristianismo, a filosofia escolástica era uma ferramenta para entender a fé. Esta corrente filosófica foi eclipsada pelo Humanismo dos séculos XV e XVI, e passou a ser vista como uma forma rígida, formalista e obsoleta de fazer filosofia.

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Tomás de Aquino foi um dos mais notórios representantes dessa corrente.

Veja: A filosofia de Spinoza e sua visão da natureza

Importância histórica da escolástica

Apesar das críticas em torno da filosofia escolástica, é pertinente reconhecer que essa corrente de pensamento foi peça fundamental para o surgimento da academia moderna.

Ou seja, o que hoje conhecemos como escola, devemos a esse movimento intelectual. Sobretudo pelos métodos rigorosos de leitura, exposição e contraste de textos que ainda vigoram nas instituições.

Por seu lado, a escolástica permitiu uma clara distinção entre razão (filosofia) e fé (teologia), que mais tarde influenciou o pensamento renascentista. Além disso, a separação entre essas duas noções promoveu indiretamente a cisão entre o Estado e a hierarquia eclesiástica.

Em suma, a essência da filosofia escolástica é a reconciliação entre o conhecimento gerado pela razão e os preceitos estabelecidos pelas sagradas escrituras e pela Igreja Cristã.


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  • Spade P. Medieval Philosophy [Internet]. California: Stanford Encyclopedia of Philosophy; 2016 [consultado 10 feb 2022]. Disponible en: https://plato.stanford.edu/entries/medieval-philosophy/
  • Williams T. Saint Anselm [Internet]. California: Stanford Encyclopedia of Philosophy; 2020 [consultado 10 feb 2022]. Disponible en: https://plato.stanford.edu/entries/anselm/

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