Escoliose: um problema muito comum nas mulheres
Escrito e verificado por o médico Carlos Fabián Avila
A escoliose faz referência a uma condição na qual nossa coluna vertebral mostra uma curvatura anormal.
É provável que ao pronunciar ou ler esta palavra pensemos imediatamente nas crianças, no problema congênito com o qual muitos pequenos vêm ao mundo e que, em grande parte dos casos, pode ser corrigido com os aparelhos certos.
No entanto, uma boa parte das pessoas que apresentam esta condição não são crianças, e nem tem uma origem congênita ou idiopática.
Na realidade, um bom percentual da população mostra algum tipo de escoliose como resultado de um lento processo de osteoporose.
São as mulheres que, por causa da menopausa, sofrem torções ou rotações da curva da coluna vertebral até o ponto em que nas radiografias é possível ver formas de “C” ou “S”.
Cabe dizer que esta deformação, além disso, é dolorosa, afeta o eixo postural e, em alguns casos, pode ser grave, chegando a uma deformidade em que a pessoa nota como sua coluna se funde para dentro ou como sua pélvis se desvia para um lado.
Dado que este é um tema do qual não se fala com frequência, é necessário aprofundar em seus sintomas e tratamento.
A escoliose afeta com mais frequência as mulheres
A escoliose congênita também afeta, em uma proporção ligeiramente maior, mais as meninas do que os meninos.
Por sua vez, chegada a idade adulta, são as mulheres que experimentam maiores problemas ósseos e articulares.
Assim, a escoliose é uma condição que pode aparecer de forma chamativa uma vez chegada a menopausa.
Graças a um estudo realizado no Hospital John Hopkins e publicado na revista American Journal of Neuroradiology, foi confirmado uma vez mais este dado. No entanto, também foram descobertas algumas outras informações de interesse.
Uma delas é o fato de que em grande parte dos casos são escolioses leves, e somente 17% são casos moderados ou graves.
Por que a escoliose aparece?
A escoliose nos adultos recebe o nome de escoliose degenerativa e, somente com o nome, já nos dá pistas evidentes da origem e da causa que determinam esta curvatura anormal na coluna vertebral.
- No geral, a escoliose em adultos aparece de forma evidente depois dos 65 anos de idade.
- No entanto, nas mulheres ela pode começar a dar pistas após os 40 anos, ou na chegada dos 50.
- É então que os efeitos da menopausa agravam a qualidade, força e resistência de nossos ossos e articulações.
- Além disso, cabe recordar que a osteoartrite e a artrose se localizam de forma muito especial nestas articulações menores da coluna.
Quais são os sintomas da escoliose degenerativa?
No início, esta leve deformidade não dá pistas excessivas. Há quem costume pensar que se trata de um simples problema dos ligamentos.
No entanto, pouco a pouco podemos experimentar dormência, pontadas na parte média e inferior das costas, formigamento nas mãos e nas pernas…
- É comum sentir um grande cansaço.
- Às vezes é difícil respirar.
- A dor é mais intensa pela manhã e quando passamos muito tempo sentados, ou seja, em repouso a sintomatologia se agrava.
Os sintomas, como cabe esperar, são mais evidentes quando a pessoa já nota a deformidade: as costas desviadas, um ombro que se levanta mais do que o outro, uma leve “corcunda”, notar que perdemos alguns centímetros de altura, etc.
Diferenças entre a escoliose degenerativa e a escoliose juvenil
A escoliose em adolescentes pode aparecer entre os 10 e os 18 anos sem que se saiba muito bem o porquê. Assim como falamos no início, a escoliose é, na maior parte dos casos, congênita.
No entanto, no caso da escoliose degenerativa conhecemos a causa. O que é ainda mais importante: o desvio da coluna tende a aumentar, pelo menos, 1 ou 2 graus por ano.
O tratamento no caso da escoliose nos adultos não costuma ser focado em corrigir o problema, e sim em evitar a dor.
Tratamento para a escoliose nos adultos
O tratamento cirúrgico nem sempre é possível e nem recomendável. Assim, o paciente deve focar o problema a partir de um ponto de vista multidimensional com a ajuda dos profissionais certos.
Para isso, dispomos dos seguintes enfoques:
- Farmacológico: existem diversos medicamentos para aliviar a dor, como o clássico ibuprofeno, que conseguem reduzir o nível de inflamação nas articulações. As injeções epidurais são outra opção.
- Terapias físicas: Neste caso teríamos desde a ajuda de fisioterapeutas até terapias aquáticas ou a quiropraxia, medicina alternativa ou complementar que nos ajuda a tratar diversos problemas musculoesqueléticos.
O ideal é não ficarmos com apenas um enfoque. Para melhorar nossa qualidade de vida no caso de escoliose devemos usar tudo aquilo que bons profissionais nos recomendarem.
Assim, podemos fazer uso de novas terapias e estratégias que nos ajudem a ter uma melhor qualidade de vida, dentro do possível.
Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.
- Álvarez García de Quesada, L. I., & Núñez Giralda, A. (2011). Escoliosis idiopática. Pediatria de Atencion Primaria. https://doi.org/10.4321/S1139-76322011000100014
- Conejero Casares, J. A. (2010). Escoliosis. Pediatria Integral. https://doi.org/10.1016/S1293-2965(02)71927-0
- Barreras, T. (2011). Escoliosis: concepto, etiología y clasificación. Ortho-Tips. https://doi.org/10.1016/0950-0618(95)00018-6
- Pantoja, T. S., & Chamorro, L. M. (2015). Escoliosis en niños y adolescentes. Revista Médica Clínica Las Condes. https://doi.org/10.1016/j.rmclc.2015.02.011
- Touzeau, C., Larroque, A., Marty, C., & Biot, B. (2002). Escoliosis Paralíticas. EMC – Kinesiterapia – Medicina Física. https://doi.org/10.1016/S1293-2965(02)71931-2
Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.