O que é a epilepsia gelástica?
Escrito e verificado por médico Leonardo Biolatto
É conhecida como epilepsia gelástica a patologia convulsiva cujo principal sintoma é o riso inconfundível e involuntário daqueles que sofrem dela. Não é uma doença conhecida, exceto agora devido ao filme Coringa, lançado recentemente. Nele, a trama brinca com a possibilidade de que o protagonista sofra dessa doença.
A epilepsia gelástica foi diagnosticada desde 1957, quando os cientistas Daly e Mulder publicaram trabalhos de pesquisa descrevendo-a. O artigo apareceu na revista Neurology e estabeleceu as bases para a descrição do quadro clínico.
O termo “gelástica” se origina de uma palavra grega que poderíamos traduzir como “riso”. Certamente, o sintoma que distingue essa epilepsia das outras é o riso que aparece espontaneamente, mesmo em situações em que ele não se justifica em nada.
Essa risada incontrolável e involuntária não vem de uma piada ou de uma situação que a mereça. Além disso, muitos pacientes se lembram do episódio do riso com tristeza, associando-o a sentimentos muito distantes da alegria e do prazer.
Isso confirma que a patologia é desconfortável e não é uma mera crise de riso. Os pacientes consideram que o que ocorre é inapropriado e sofrem porque não conseguem se conter. Além disso, para eles é impossível evitar o aparecimento dos risos.
A epilepsia gelástica é mais comum entre os homens do que entre as mulheres. Ainda assim, sua incidência é muito baixa, de cerca de 0,2 %. Isso significa que, a cada mil pessoas, duas podem ter essa patologia. Ela costuma ser identificada entre os três e quatro anos.
Causas da epilepsia gelástica
Esta epilepsia pode ser uma forma convulsiva atípica que responde a mecanismos genéticos ou mecanismos de conexão neural pouco conhecidos. De qualquer forma, há uma causa subjacente que tem sido associada: um tumor no hipotálamo.
Dois tipos de tumores podem se desenvolver no hipotálamo: hamartomas e astrocitomas. Embora sejam tumores que tendem a ser benignos, seu crescimento lento, mas sustentado, pressiona estruturas gerando diferentes sintomas.
Como são tumores benignos, tanto os hamartomas quanto os astrocitomas não desenvolvem metástase, nem invadem órgãos vizinhos ao hipotálamo.
Você pode se interessar: Epilepsia e amamentação
Diagnósticos diferenciais
O riso da epilepsia gelástica representa um desafio diagnóstico para os médicos. Esse riso inapropriado e incontrolável nem sempre é uma forma de convulsão. Também pode ocorrer devido a outras patologias.
Diante de uma pessoa drogada ou alcoolizada, é possível falar de uma risada similar à da epilepsia gelástica. Obviamente este não é um sintoma crônico, e sim que surge apenas com o consumo das substâncias. Esse é o ponto chave para diferenciar um do outro.
Há também uma síndrome conhecida como Angelman, que tem o riso como sintoma. Esta é uma alteração genética incapacitante. Na síndrome de Angelman há um notório atraso no desenvolvimento. A partir dos seis meses de idade, os pais notam que seu filho tem um problema em seu sistema nervoso.
Finalmente, a condição que mais causa confusão é a paralisia pseudobulbar. Possivelmente, o ponto de diferenciação entre ela e a epilepsia gelástica é que, na paralisia pseudobulbar, o riso aparece em pessoas com outro transtorno subjacente, como o mal de Parkinson, por exemplo.
Sintomas de epilepsia gelástica
Nós já dissemos e repetimos: o sintoma primário da epilepsia gelástica é o riso. Agora, não é uma risada como qualquer outra, tem características especiais que a tornam única e diferente.
O riso da epilepsia gelástica dura menos de um minuto e aparece de repente, assim como desaparece. É involuntário e o paciente não consegue pará-lo porque não tem controle sobre isso.
Junto com o riso, às vezes aparecem sintomas clássicos de convulsões, como movimentos através de espasmos musculares, perda de consciência momentânea e relaxamento de esfíncteres. Esses sintomas podem persistir mesmo quando o riso acaba.
Em crianças que apresentam essa patologia e desenvolvem sinais de puberdade precoce, é muito provável que haja um hamartoma crescendo no hipotálamo. Entende-se como puberdade precoce o início dos sinais da adolescência antes dos oito ou nove anos de idade.
Leia também: Epilepsia infantil: causas e detecção
Tratamento
A epilepsia gelástica é tratada com os mesmos medicamentos usados para as convulsões. Entre eles, podemos citar carbamazepina, lamotrigina, topiramato e levetiracetam, entre outros.
Não é fácil conseguir o controle do sintoma do riso. Infelizmente, o tratamento nunca é 100% eficaz. As crises de riso se repetem ciclicamente, afetando profundamente a qualidade de vida dos pacientes.
Apesar das dificuldades envolvidas, é importante saber que muito progresso tem sido feito na pesquisa de medicamentos antiepilépticos. Além disso, hoje, muitos grupos de profissionais no mundo estão capacitados para lidar com a doença e são treinados para enfrentá-la.
É conhecida como epilepsia gelástica a patologia convulsiva cujo principal sintoma é o riso inconfundível e involuntário daqueles que sofrem dela. Não é uma doença conhecida, exceto agora devido ao filme Coringa, lançado recentemente. Nele, a trama brinca com a possibilidade de que o protagonista sofra dessa doença.
A epilepsia gelástica foi diagnosticada desde 1957, quando os cientistas Daly e Mulder publicaram trabalhos de pesquisa descrevendo-a. O artigo apareceu na revista Neurology e estabeleceu as bases para a descrição do quadro clínico.
O termo “gelástica” se origina de uma palavra grega que poderíamos traduzir como “riso”. Certamente, o sintoma que distingue essa epilepsia das outras é o riso que aparece espontaneamente, mesmo em situações em que ele não se justifica em nada.
Essa risada incontrolável e involuntária não vem de uma piada ou de uma situação que a mereça. Além disso, muitos pacientes se lembram do episódio do riso com tristeza, associando-o a sentimentos muito distantes da alegria e do prazer.
Isso confirma que a patologia é desconfortável e não é uma mera crise de riso. Os pacientes consideram que o que ocorre é inapropriado e sofrem porque não conseguem se conter. Além disso, para eles é impossível evitar o aparecimento dos risos.
A epilepsia gelástica é mais comum entre os homens do que entre as mulheres. Ainda assim, sua incidência é muito baixa, de cerca de 0,2 %. Isso significa que, a cada mil pessoas, duas podem ter essa patologia. Ela costuma ser identificada entre os três e quatro anos.
Causas da epilepsia gelástica
Esta epilepsia pode ser uma forma convulsiva atípica que responde a mecanismos genéticos ou mecanismos de conexão neural pouco conhecidos. De qualquer forma, há uma causa subjacente que tem sido associada: um tumor no hipotálamo.
Dois tipos de tumores podem se desenvolver no hipotálamo: hamartomas e astrocitomas. Embora sejam tumores que tendem a ser benignos, seu crescimento lento, mas sustentado, pressiona estruturas gerando diferentes sintomas.
Como são tumores benignos, tanto os hamartomas quanto os astrocitomas não desenvolvem metástase, nem invadem órgãos vizinhos ao hipotálamo.
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Diagnósticos diferenciais
O riso da epilepsia gelástica representa um desafio diagnóstico para os médicos. Esse riso inapropriado e incontrolável nem sempre é uma forma de convulsão. Também pode ocorrer devido a outras patologias.
Diante de uma pessoa drogada ou alcoolizada, é possível falar de uma risada similar à da epilepsia gelástica. Obviamente este não é um sintoma crônico, e sim que surge apenas com o consumo das substâncias. Esse é o ponto chave para diferenciar um do outro.
Há também uma síndrome conhecida como Angelman, que tem o riso como sintoma. Esta é uma alteração genética incapacitante. Na síndrome de Angelman há um notório atraso no desenvolvimento. A partir dos seis meses de idade, os pais notam que seu filho tem um problema em seu sistema nervoso.
Finalmente, a condição que mais causa confusão é a paralisia pseudobulbar. Possivelmente, o ponto de diferenciação entre ela e a epilepsia gelástica é que, na paralisia pseudobulbar, o riso aparece em pessoas com outro transtorno subjacente, como o mal de Parkinson, por exemplo.
Sintomas de epilepsia gelástica
Nós já dissemos e repetimos: o sintoma primário da epilepsia gelástica é o riso. Agora, não é uma risada como qualquer outra, tem características especiais que a tornam única e diferente.
O riso da epilepsia gelástica dura menos de um minuto e aparece de repente, assim como desaparece. É involuntário e o paciente não consegue pará-lo porque não tem controle sobre isso.
Junto com o riso, às vezes aparecem sintomas clássicos de convulsões, como movimentos através de espasmos musculares, perda de consciência momentânea e relaxamento de esfíncteres. Esses sintomas podem persistir mesmo quando o riso acaba.
Em crianças que apresentam essa patologia e desenvolvem sinais de puberdade precoce, é muito provável que haja um hamartoma crescendo no hipotálamo. Entende-se como puberdade precoce o início dos sinais da adolescência antes dos oito ou nove anos de idade.
Leia também: Epilepsia infantil: causas e detecção
Tratamento
A epilepsia gelástica é tratada com os mesmos medicamentos usados para as convulsões. Entre eles, podemos citar carbamazepina, lamotrigina, topiramato e levetiracetam, entre outros.
Não é fácil conseguir o controle do sintoma do riso. Infelizmente, o tratamento nunca é 100% eficaz. As crises de riso se repetem ciclicamente, afetando profundamente a qualidade de vida dos pacientes.
Apesar das dificuldades envolvidas, é importante saber que muito progresso tem sido feito na pesquisa de medicamentos antiepilépticos. Além disso, hoje, muitos grupos de profissionais no mundo estão capacitados para lidar com a doença e são treinados para enfrentá-la.
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- NICOLAE L, IACOB G, POPARDA M, POPESCU B. Gelastic Seizures in a Patient with Right Gyrus Cinguli Astrocytoma. Journal of Medicine and Life. 2010;3:433-6.
- Alvarez, G. “Neurologia del reir patologico, a proposito de un caso de epilepsia gelastica.” Rev. méd. Chile 111.12 (1983): 1259-62.
- Juan, J., et al. “Crisis partial con sintomatologia afectiva. Epilepsia gelastica.” REVISTA DE NEUROLOGIA 25 (1997): 783-783.
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