É possível combater a ressaca comendo aspargos?

Você pode ter ouvido recentemente que você pode combater uma ressaca comendo aspargos. Comentaremos se isso é realmente verdade.
É possível combater a ressaca comendo aspargos?
Saúl Sánchez Arias

Escrito e verificado por nutricionista Saúl Sánchez Arias.

Última atualização: 23 agosto, 2022

Nas redes sociais, espalhou-se a ideia de que o consumo de aspargos é ideal para combater a ressaca. Esse alimento possui em seu interior uma grande quantidade de substâncias antioxidantes que podem ajudar a reparar os danos causados pelo álcool, aliviando também os sintomas. No entanto, em nenhum caso o efeito é comparável ao dos analgésicos para o tratamento da cefaleia associada à intoxicação alcoólica.

Antes de começarmos, deve-se notar que nenhuma dose de álcool é segura ou saudável. Esta substância é tóxica para o corpo e é melhor eliminá-la completamente da dieta para manter o corpo em boas condições de funcionamento ao longo dos anos. Apesar disso, seu consumo é muito aceito socialmente, então para a maioria das pessoas é difícil desistir dele.

Comer aspargos para curar uma ressaca

A verdade é que, atualmente, não existem artigos científicos que demonstrem o poder dos aspargos para acelerar a cura da ressaca. Realmente, a única coisa que pode ser feita a respeito é evitar beber, ou beber menos.

O álcool provoca uma série de alterações na fisiologia interna que são difíceis de compensar em determinadas situações, por isso é preciso tempo. Um dos pontos-chave seria a desidratação.

espargos
Não há evidências científicas que apoiem o consumo de aspargos para aliviar a ressaca.

No dia seguinte à intoxicação alcoólica, recomenda-se beber bastante água mineral para compensar a perda de líquidos e evitar que os sintomas se tornem mais intensos. A contribuição de certas substâncias com poder antioxidante também pode ser indicada. Nesse sentido, é conveniente enfatizar a presença de alimentos à base de plantas na dieta. O tomate, entre todos eles, se destaca pela concentração de licopeno, algo que pode ajudar.

De qualquer forma, é importante evitar chegar a esse tipo de situação, pois o dano gerado no organismo é cumulativo. Um estudo publicado no European Journal of Internal Medicine confirma isso. Uma redução na testosterona pode ser experimentada em homens, aumentando também os níveis de cortisol. Isso tem efeitos catabólicos e inflamatórios, o que poderia aumentar a incidência de outras patologias complexas ao longo dos anos.

Benefícios do aspargo

Embora não haja evidências de que o consumo de aspargos ajude a combater a ressaca, é verdade que as propriedades positivas desses alimentos para a saúde foram demonstradas. Esses alimentos têm antioxidantes de alta qualidade no interior.

Os antioxidantes limitam os danos ao DNA celular, o que pode impedir o desenvolvimento de doenças a médio prazo. Isso é indicado por pesquisas publicadas na Neurochemistry International. Eles podem até reduzir a inflamação no sistema nervoso central.

Claro, os melhores são sempre os espargos verdes. Muitas das opções oferecidas em conserva não têm a mesma qualidade. Além de concentrarem menos fitoquímicos em seu interior, uma parte importante da fibra do produto é perdida. Esta substância provou ser decisiva na manutenção de um bom estado de saúde intestinal a médio prazo, evitando problemas como a prisão de ventre.

Benefícios e receitas com aspargos
Se puder, opte pelos espargos verdes, pois o seu teor de antioxidantes é superior ao dos brancos.

Por outro lado, são alimentos muito versáteis a nível culinário. Podem ser consumidos em saladas, mexidos, salteados… as possibilidades são variadas. É fácil introduzi-los na dieta regularmente para aproveitar seus benefícios. São ainda uma fonte de vitaminas hidrossolúveis do grupo B. Devem ser fornecidas diariamente, já que quase não há reservas delas no organismo.

Como combater eficazmente uma ressaca?

Já comentamos que o consumo de aspargos não parece ter efeitos determinantes na ressaca, pelo menos não comprovado pela ciência. No entanto, algumas estratégias podem ser implementadas a fim de minimizar seu impacto. O primeiro conselho que pode ser dado a esse respeito é evitar os álcoois mais escuros, pois são os que causam os maiores sintomas no dia seguinte.

Além disso, será fundamental beber água mineral antes de dormir para melhorar o estado de hidratação. Se a concentração de água no corpo for reduzida, as dores de cabeça podem se manifestar com maior intensidade. Por outro lado, é aconselhável comer antes de beber álcool. Dessa forma, garante-se que sua absorção será mais lenta, o que poderá reduzir os efeitos da intoxicação.

O espargo não é remédio para ressaca

Como você viu, os aspargos não são a melhor opção para combater a ressaca. Apesar dos antioxidantes que contêm, não há evidências científicas de que possam ajudar a reduzir os sintomas ou melhorar o estado de hidratação.

De fato, atualmente não há substância natural ou alimento realmente eficiente a esse respeito. Medicamentos podem ser usados para dores de cabeça, mas isso apenas mascara o problema.

Por fim, lembre-se de que a melhor dose de álcool na dieta é zero. É aconselhável restringir ao máximo o consumo desta substância tóxica para melhorar o estado de saúde a médio prazo. Não apenas ocorrerão alterações hormonais decorrentes do seu consumo, mas também a síntese de proteínas endógenas será bloqueada. Isso é especialmente prejudicial para os atletas, pois afeta a capacidade de recuperação.


Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.


  • Vonghia, L., Leggio, L., Ferrulli, A., Bertini, M., Gasbarrini, G., Addolorato, G., & Alcoholism Treatment Study Group (2008). Acute alcohol intoxication. European journal of internal medicine19(8), 561–567. https://doi.org/10.1016/j.ejim.2007.06.033
  • Majumdar, S., Gupta, S., Prajapati, S. K., & Krishnamurthy, S. (2021). Neuro-nutraceutical potential of Asparagus racemosus: A review. Neurochemistry international145, 105013. https://doi.org/10.1016/j.neuint.2021.105013
  • Gill, S. K., Rossi, M., Bajka, B., & Whelan, K. (2021). Dietary fibre in gastrointestinal health and disease. Nature reviews. Gastroenterology & hepatology18(2), 101–116. https://doi.org/10.1038/s41575-020-00375-4

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.