Doméstica que trabalha 12h por dia viraliza por curtir férias luxuosas
Yanina conta que tudo é fruto do seu esforço e que sua jornada de trabalho não gira em torno de 8h por dia, ela passa 12h diárias trabalhando para conseguir a renda atual e curtir férias luxuosas.
Ela explica que, dessa forma, já conseguiu viajar quatro vezes apenas este ano, sempre para destinos turísticos invejáveis.
No mundo inteiro, as diferenças sociais costumam categorizar indivíduos e experiências, fazendo com que a segregação social (que caminha lado a lado com a racial) seja uma realidade na vida de milhões de pessoas.
Ambientes e vivências acabam sendo elitizados, como se fossem feitos apenas para aqueles que têm um poder aquisitivo que supere uma quantidade estipulada, fazendo com que determinados grupos sociais nunca consigam experienciar determinados lugares, cidades e países porque nunca terão dinheiro suficiente para isso.
Além disso, o preconceito acaba sendo uma ferramenta de manutenção de controle, e muitos indivíduos acabam não usufruindo de determinados espaços porque acreditam verdadeiramente que não conseguem se inserir socialmente, sendo excluídos ou se sentindo dessa forma.
No entanto, para a empregada doméstica Yanina Alfaro, de 44 anos, o trabalho considerado “invisível” não funciona como uma barreira, e sim como um trampolim para realizar todos os seus sonhos.
Férias luxuosas: “Também mereço descansar”
A influenciadora é casada com Nicolás há cerca de 10 anos, e ele também trabalha em uma empresa de limpeza, o que reforça ainda mais os estereótipos que um segmento do público carrega.
Segundo Yanina, sempre que compartilha vídeos de sua casa ou das viagens que faz, aparecem muitas perguntas discriminatórias, sempre passando a ideia de que ela e o companheiro não podem ter uma vida boa, eletrodomésticos de ponta em casa e muito menos fazer viagens internacionais, já que trabalham com limpeza.
Muitos dizem que os luxos que conquista ou consome são fruto de algum auxílio que recebe do governo, e essa e outras declarações preconceituosas acabaram fazendo com que ela ficasse ainda mais determinada a mostrar sua rotina.
“Eu gosto de aproveitar a vida. E quem não gosta? Você não sabe quanto tempo vai viver. Então, para me divertir como quero, tenho que acordar às seis da manhã, porque ninguém vai me dar nada. Acordo cedo e depois passo uma semana no hotel mais caro de Ushuaia”.
O trabalho doméstico deve ser bem remunerado
Yanina vai além e explica que, para os clientes, ter uma empregada doméstica em casa é manter um serviço de luxo. Justamente por isso, ela defende que os pagamentos precisam ser altos.
Querer uma casa impecável, como se morasse em um hotel, é um serviço que nem todos podem ter. Ela ainda reforça que os outros profissionais da mesma área também deveriam cobrar caro pelas suas horas, assim todos trabalhariam bem e sem atrapalhar a renda de outros profissionais ao diminuir o nível.
“Eu administro meu tempo. Se eu não for trabalhar, não é a morte de ninguém. Eu não sou babá. Se um dia eu não for limpar, nada acontece. Se eu ficar doente, nada acontece. Se eu tiver que faltar um dia, também não. Se eu quiser férias, menos ainda. E também cobro bem. Trabalhando em um escritório, eu ganharia muito menos, então não aceitei. Eu não tenho que estar aturando as pessoas também. Dessa forma, quando trabalho, estou sozinha e me dedico a limpar, fazer minha vida. Ninguém me incomoda”, diz ela.