O que é a distonia infantil?

A distonia é o terceiro tipo mais comum de distúrbio do movimento na infância. Portanto, é importante saber o que é e como diagnosticar o problema.
O que é a distonia infantil?

Escrito por Carmen Martín

Última atualização: 17 abril, 2023

A distonia infantil é um distúrbio do movimento que causa contrações musculares involuntárias. Essas contrações causam torções e movimentos repetitivos. Pode ser devido a uma mutação genética, um distúrbio ou um medicamento. Algumas pessoas herdam essa condição, mas outras a desenvolvem como consequência de uma doença.

É relativamente comum em crianças. Segundo a Sociedade Espanhola de Neurologia (SEN), a distonia é o terceiro tipo mais comum de distúrbio do movimento na infância. Neste artigo, explicaremos o que é e como diagnosticá-la.

Tipos de distonia infantil

Tipos de distonia infantil

Dependendo de quantas partes do corpo a doença afeta, a distonia pode ser focal, segmentar, multifocal ou generalizada. Além disso, elas são classificadas de acordo com a causa:

Distonia hereditária (primária)

Elas constituem o grupo mais importante na infância. São diagnosticadas pelo seu defeito genético específico. Entre elas, destacamos:

  • Distonia generalizada isolada: é caracterizada por não estar associada a outros sintomas neurológicos. O gene mais frequentemente alterado é o gene DYT1. A idade média de início é de 12 anos. É importante saber que a maioria dos sintomas ocorre nas pernas.
  • Distonia sensível à dopa: também chamada de doença de Segawa. É uma das poucas que podem ser tratadas. Começa por volta dos 6 anos de idade com um distúrbio no movimento. É mais comum em meninas. Além disso, os sintomas flutuam ao longo do dia.

Distonia transitória do desenvolvimento

  • Distonia benigna do lactente: observada em bebês de 3 a 8 meses de idade. O desenvolvimento psicomotor infantil não é afetado. O quadro geralmente melhora espontaneamente até o primeiro ano de vida.
  • Torcicolo paroxístico benigno: incomum. Pode estar associado ao vômito e à instabilidade do movimento. No entanto, geralmente melhora após os cinco anos de vida.

Distonia heredodegenerativa

Provocada por mutações dos genes envolvidos no metabolismo. Elas são muito mais complexas. Destacam-se patologias como a doença de Lesch Nyhan e a doença de Niemann Pick.

Distonia secundária

É aquela provocada por outras patologias subjacentes. Pode ocorrer devido a infecções, tumores, elementos tóxicos, medicamentos, etc. Consequentemente, essa causa deve ser identificada e tratada.

Diagnóstico da distonia infantil

Diagnóstico da distonia infantil

Primeiro, a distonia secundária deve ser descartada. Para isso, é preciso realizar estudos médicos detalhados, estudos toxicológicos e de neuroimagem. Os testes de imagem incluem a tomografia computadorizada e a ressonância magnética.

Estudos metabólicos genéticos e complementares também devem ser realizados. O diagnóstico é complementado pela realização de um  eletromiograma e uma eletroneuromiografia. Assim, o prognóstico e o tratamento podem ser definidos.

Tratamento da distonia infantil

Primeiro, para a distonia generalizada, anticolinérgicos são administradosAlguns deles são trihexifenidil e benztropina. Eles reduzem os espasmos, bloqueando impulsos nervosos específicos.

No entanto, eles têm inúmeros efeitos colaterais, incluindo confusão, sonolência, boca seca, visão turva, tontura, etc. Um ansiolítico leve, como o clonazepam, também costuma ser administradoSe a distonia generalizada for grave ou não responder a medicamentos, pode ser realizada uma estimulação cerebral profunda.

As crianças com distonia sensível  à dopa melhoram acentuadamente quando tratadas com levodopa e carbidopaSe uma ou algumas partes do corpo forem afetadas, a toxina botulínica pode ser injetada nos músculos hiperativos. Isso enfraquece a contração muscular, mas não afeta os nervos.

Conclusão

É importante consultar o pediatra se você notar movimentos musculares involuntários no seu filho. Ele pode ter um distúrbio do movimento como a distonia. Geralmente, o problema desaparece após alguns meses sem causar sequelas. No entanto, não deve ser subestimado. A distonia que dura até a idade adulta pode provocar deficiências.


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