5 dicas para escolher um bom psicólogo
Escrito e verificado por a psicóloga Maria Fatima Seppi Vinuales
A decisão de iniciar a terapia geralmente não vem sem reflexões prévias, medos ou questionamentos; “E se eu não gostar?” “E se ele achar que eu sou louca?”, para citar alguns. Porém, a psicologia é uma ciência e quem a pratica está preparado para colocar seus conhecimentos a serviço de ajudar e apoiar as pessoas. Agora, como escolher um bom psicólogo?
É importante ter em mente que a relação estabelecida com o profissional tem papel fundamental para o sucesso da terapia. Em outras palavras, a confiança e a segurança são conquistadas não apenas quando o profissional demonstra competência teórica, mas também quando revela suas habilidades interpessoais.
Como escolher um bom psicólogo?
São muitos os momentos em que a ajuda psicológica é fundamental para recuperar o bem-estar; a morte de um ente querido, uma separação, ataques de ansiedade constantes, estresse, depressão, abuso de substâncias, entre muitos outros.
De acordo com uma publicação da American Psychological Association, os psicólogos são profissionais altamente treinados para abordar questões de comportamento humano, problemas de saúde mental e mudança de comportamento.
Por meio da psicoterapia e de outras ferramentas psicológicas validadas cientificamente, eles podem ajudar os pacientes a entender suas emoções, mudar seus comportamentos e desenvolver atitudes mais saudáveis. Mas como escolher um bom psicólogo? Aqui estão algumas recomendações.
1. Informe-se
Existem muitos mitos e ignorância sobre o que significa iniciar uma terapia. Há quem só tenha na cabeça a imagem do divã ou da hipnose. No entanto, existem múltiplas correntes e abordagens a partir das quais esses tipos de profissionais trabalham.
Embora não se trate de estudar cada uma das opções disponíveis, é bom descobrir o que você procura e o que é melhor para as necessidades individuais. A psicologia tem um amplo campo de trabalho, por isso existem especialistas em determinados tópicos.
Assim, se temos interesse em trabalhar questões relacionadas à sexualidade, à família ou ao trabalho, buscar um profissional que trabalhe com o que precisamos pode ser muito mais eficaz.
2. Certifique-se de que é profissional
A psicologia é uma profissão regulamentada porque trabalha com a saúde mental das pessoas. Nessa ordem de ideias, na hora de escolher um psicólogo é importante procurar profissionais em sites voltados para isso. Além disso, todos os psicólogos devem ter seu registro para a prática.
3. Demonstra que leva seu trabalho a sério e com profissionalismo
Ir à terapia não é sentar e conversar com alguém. Enquanto o paciente conta o que está acontecendo com ele, o psicólogo vai fazendo conjecturas e uma leitura da situação. Principalmente nas primeiras sessões, ele estará reunindo informações, que são a base para poder esclarecer um diagnóstico e entender o que está acontecendo com o paciente.
Da mesma forma, procura negociar dias de consulta, horários convenientes, indica seus honorários, entre outros aspectos que compõem a relação de trabalho. Desta forma, é dado a cada encontro um enquadramento que o diferencia de um mero bate-papo com amigos.
4. Sentir-se à vontade
Um profissional de psicologia não deve apenas ser capaz de fazer uso de seus conhecimentos, mas também ter habilidades de escuta e comunicação para poder fazer comentários e observações adequadas que atendam ao paciente.
Isto envolve não só o nível verbal, mas também o gesto, a postura, o tom de voz, etc. Em uma terapia, todos os detalhes contam.
5. Fazer comentários e devoluções
Existem algumas abordagens teóricas que são menos complicadas, mas um psicólogo tem que ser capaz de dar informações sobre o que está acontecendo com o paciente. Além disso, ele deve mencionar suas hipóteses e sua proposta de trabalho.
O objetivo da terapia é conseguir identificar os aspectos que não fazem bem à pessoa e, sobretudo, potencializar seus recursos saudáveis. Por isso, é importante que o psicólogo compartilhe suas apreciações e ajude a gerar esse empoderamento.
Sinais para reconhecer um mau psicólogo
Existem também alguns sinais que ajudam a determinar se o profissional é inadequado. Os mais relevantes são os seguintes:
- Quebra o contrato terapêutico. Por exemplo, se atrasa com frequência, cancela sessões sem aviso prévio e outros comportamentos que vão contra o que foi combinado.
- Ele não tem habilidades de escuta suficientes. Pergunta coisas que acabamos de contar, não se lembra de coisas que foram discutidas na sessão anterior ou está permanentemente distraído.
- Quando ultrapassa a ética profissional. Um psicólogo tem uma relação estritamente profissional com seus pacientes, além do fato de que às vezes pode se sentir preocupado após uma determinada sessão. Ou seja, não deve estabelecer relações amistosas ou amorosas com seus pacientes, nem escrever mensagens ou fazer gestos que transcendam o profissional. Se isso acontecer, ele deve encaminhar para outro colega.
- Ele julga e tenta dizer como pensar sobre certas questões que não são relevantes para a terapia. Por exemplo, política não é um tema que interesse ao terapeuta, a não ser que seja o foco de trabalho nas sessões. Portanto, ele não deve julgar credos ou escolhas.
- Inverte os papéis. Muitas vezes podemos sentir que é o psicólogo que se dedica à catarse e que apenas escutamos suas próprias experiências ao invés de nos sentirmos ouvidos. Se ajuda dar um exemplo, não é ruim ser autorreferencial. No entanto, não pode ser a pessoa que protagoniza a sessão.
A relação com o psicólogo leva tempo
É importante ter em mente que o que se constrói com o psicólogo no âmbito da terapia é uma relação e, como tal, é importante sentir-se confortável e respeitado. Além disso, conhecer-se, sentir confiança e abrir-se para compartilhar os assuntos mais pessoais leva tempo.
Não se deve esquecer que o que alguns pacientes consideram ser um “bom psicólogo” pode não ser o mais adequado para outros. Assim, a escolha de um ou outro profissional é uma decisão muito pessoal, pois importa o seu estilo terapêutico.
Se não estivermos totalmente convencidos, é melhor fazer uma mudança de psicólogo em vez de desistir da terapia.
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