A diabetes aumenta o risco de fraturas em pacientes

Os pacientes com diabetes apresentam um risco aumentado de sofrer fraturas. A seguir, detalharemos quais ossos são os mais afetados e como podemos prevenir esse problema.
A diabetes aumenta o risco de fraturas em pacientes
Leonardo Biolatto

Escrito e verificado por médico Leonardo Biolatto.

Última atualização: 10 outubro, 2022

A diabetes pode ter diversas complicações, e uma delas é o fato de que ela aumenta o risco de fraturas. Embora seja uma doença metabólica, não é apenas a presença de substâncias no sangue que é afetada. Além de aumentar a glicemia, a chance de desenvolver outras patologias também aumenta.

Várias causas convergem para que o aumento do açúcar em circulação afete o tecido ósseo, mas podemos tomar medidas preventivas. O que você sabe sobre isso? A seguir, detalharemos o assunto.

Metabolismo de pacientes diabéticos

A diabetes é uma doença metabólica. Seu principal sinal é o aumento da concentração de açúcar no sangue, que geralmente é notável em jejum, antes de ingerir qualquer alimento.

Como uma patologia do metabolismo, a diabetes não afeta apenas a glicemia, mas também modifica os equilíbrios lipídicos, proteicos e minerais. A insulina, que é o hormônio alterado neste caso, influencia muitos processos no corpo.

Às complicações mais conhecidas, como as cardiovasculares e renais, devemos adicionar o impacto no tecido ósseo. Os ossos dependem das concentrações de cálcio e da capacidade das células ósseas de produzir osso.

Paciente com diabetes
Além dos níveis de glicose no sangue, a alteração da insulina leva a problemas cardiovasculares e ósseos.

Por que a diabetes aumenta o risco de fraturas?

Homens e mulheres com diabetes têm um maior risco de fraturas. Distúrbios hormonais, inflamação e alguns medicamentos estão associados a essa complicação. Quais outros possíveis gatilhos existem?

Neuropatia

A glicemia de longa duração danifica a cobertura de gorduras dos neurônios. Os nervos, especialmente nos membros inferiores, começam a transmitir o impulso nervoso de forma menos eficaz. Assim, a neuropatia diabética altera o equilíbrio, e as pessoas tendem a cair mais.

Disautonomia

Este termo se refere ao mau funcionamento do sistema nervoso, especialmente o autônomo. Esta é a parte dos nervos que regula e controla todas as funções automáticas, que não precisam de uma ordem direta e consciente.

Além disso, na disautonomia diabética, os pacientes têm dificuldade para manter a pressão arterial quando se levantam, o que favorece o desmaio e a tontura, com a consequente queda e fratura por trauma.

Osteoporose

A osteoporose é mais comum entre diabéticos do que no resto da população. Como a insulina é um hormônio anabólico, que estimula a fabricação de tecidos, sua deficiência faz com que a reparação óssea seja retardada.

Retinopatia

Outra grande complicação da diabetes é a retinopatia. As pequenas artérias das retinas oculares se rompem e tornam-se incapazes de coagular e, assim, a visão é afetada. Qualquer perturbação da visão aumenta a chance de quedas e fraturas.

Quais fraturas são as mais comuns em pacientes diabéticos?

Diversos estudos realizados entre pacientes com diabetes têm sido capazes de estabelecer a frequência relativa das fraturas. Isso fornece informações a respeito de quais partes do corpo podem ser mais prejudicadas.

Em primeiro lugar, temos a diabetes tipo 1. Essa variedade da doença é aquela em que não há insulina suficiente, então as pessoas precisam da contribuição externa e artificial dela. Entre elas, a osteoporose é muito mais comum, assim como distúrbios relacionados à visão.

A hipoglicemia também desempenha um papel fundamental, pois tende a confundir o uso de insulina em relação à dose adequada para cada momento do dia. À medida que o açúcar cai, a tontura ocorre e, consequentemente, a queda.

As fraturas mais comuns na diabetes tipo 1 são as de quadril e coluna. Isso foi observado, sobretudo, naqueles com comorbidades cardiovasculares e renais estabelecidas.

Por outro lado, na diabetes tipo 2, as fraturas mais comuns são no antebraço e quadril. Embora esses pacientes tenham densidades ósseas que não são muito diferentes das do resto da população, suspeita-se que o açúcar afete a mecânica óssea.

Saúde óssea
O tipo de diabetes ajuda a estabelecer a fratura mais comum em cada caso. Assim, é possível tomar medidas preventivas.

Como prevenir o risco de fraturas em caso de diabetes?

Embora as estatísticas indiquem um risco aumentado de fraturas entre pacientes diabéticos, existem medidas que podemos tomar para evitar estes danos. Além do controle da glicemia, outras questões podem ser acomodadas no dia a dia para melhorar o prognóstico.

Como mencionamos, o acompanhamento de um especialista é fundamental. O açúcar deve ser mantido em limites normais com dieta e medicamentos para que não ocorram complicações graves, como cardiovasculares e renais.

A atividade física é mais um pilar da abordagem. A diabetes aumenta o risco de fraturas em pessoas que são sedentárias e têm uma menor massa muscular, então o esporte não só leva açúcar para o músculo, mas também fortalece o tecido ósseo.

A incorporação de vitamina D no corpo é outra questão que merece atenção. É importante se expor ao sol e, se necessário, fazer uso de suplementos indicados quando os valores estão muito baixos ou a pessoa vive em regiões frias, com baixa incidência solar.

Os vegetais verdes são uma boa escolha para obter vitaminas e cálcio, que também são obtidos a partir dos laticínios. Uma ingestão regular desses alimentos ajuda o osso a se regenerar e a sustentar sua densidade interna, tornando mais difícil a fratura por pequenos traumas.

É interessante fazer uma densitometria

Pacientes diabéticos, além de tomar medidas preventivas, devem passar por uma densitometria. Este exame mede a concentração óssea e permite saber se o risco de fraturas é alto por causa do tecido mais fraco.

De qualquer forma, todos podem cuidar da doença e aplicar medidas de autocuidado. Junto com o seu médico, será possível acompanhar e tomar as precauções necessárias para reduzir o risco de danos ósseos.


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