Como o câncer se desenvolve?

Sabe-se que o câncer é multifatorial, ou seja, existem muitos componentes que desempenham um papel importante na pessoa que o desenvolve. Descubra em detalhes como ele se origina.
Como o câncer se desenvolve?
Jael Garrido Dominguez

Escrito e verificado por o médico Jael Garrido Dominguez.

Última atualização: 17 abril, 2023

“Câncer” é um termo usado para se referir a um grupo de doenças caracterizadas pela proliferação rápida e descontrolada de células no corpo. Você já se perguntou como o câncer se desenvolve?

Para que esta doença se desenvolva, as células que compõem um órgão devem sofrer alterações no seu material genético ou nas proteínas derivadas desses genes. Por sua vez, a origem dessas alterações pode ser hereditária ou esporádica (aparição espontânea).

Existem substâncias com a capacidade de acelerar ou detonar processos que, como resultado, causam algum tipo de câncer em particular. Essas substâncias são chamadas de cancerígenas e fazem parte dos fatores de risco para sofrer de qualquer uma das formas desta doença.

Como o câncer se desenvolve? Conheça a sua origem

O câncer começa em uma célula. Essa célula, devido à alteração das suas funções, escapa aos controles biologicamente impostos, dividindo-se e crescendo sem controle em qualquer parte do corpo. Esse processo está completamente ligado aos genes, sendo o câncer considerado um grupo de doenças genéticas.

Os genes carregam as instruções necessárias para produzir proteínas que definem o comportamento de cada célula do nosso corpo. Existem proto-oncogenes e os genes supressores do câncer.

  • Proto-oncogenes são os genes responsáveis ​​por estimular a divisão celular como função fundamental da vida. O desenvolvimento do bebê durante a gravidez e a cicatrização de feridas dependem deles.
  • Enquanto isso, os genes supressores são responsáveis ​​por neutralizar os descritos anteriormente.

Qualquer alteração no equilíbrio entre as funções dos proto-oncogenes e dos genes supressores do câncer causa irregularidades em todo o sistema de controle celular.

Esse desequilíbrio pode ser traduzido no aumento da produção de uma proteína destinada ao crescimento celular, o que, por sua vez, causaria a proliferação de um tipo celular anormal.

Outro caso pode ser traduzido na produção de uma proteína com características anormais que não podem reparar os danos causados ​​a uma célula, afetando um órgão específico.

Células cancerígenas

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Fatores de risco

O câncer é conhecido por ser multifatorial, ou seja, existem muitos componentes que desempenham um papel importante na pessoa que o desenvolve. Mesmo assim, a ciência conseguiu identificar atores que aumentam a possibilidade (risco) de sofrer de pelo menos um tipo de câncer. Esses atores são chamados de fatores de risco.

Podemos entender um pouco mais sobre o conceito de fatores de risco a partir da definição da Organização Mundial da Saúde, que os define como:

Qualquer traço, característica ou exposição de um indivíduo que aumente a probabilidade de doença ou lesão.”

Visto dessa maneira, os fatores de risco podem incluir exposição a produtos químicos, hábitos pessoais ou ocupação de uma pessoa. O histórico familiar (um membro imediato da família com câncer) costuma ser considerado um importante fator de risco para os chamados cânceres hereditários.

Mecanismos para desenvolver o câncer

Para que as mudanças que levam aos genes do câncer ocorram, vários processos devem acontecer. Entre os processos a serem destacados, estão:

  • Exposição a substâncias cancerígenas
  • Erros genéticos espontâneos durante o crescimento celular
  • Mutações genéticas hereditárias

Poderíamos nos referir aos dois primeiros casos listados, em sentido geral, como câncer esporádico. Esses cânceres têm uma particularidade: as alterações genéticas que desempenham um papel nas suas origens dependem em 80% dos fatores de risco ambientais (infecções, radiação, produtos químicos) aos quais as pessoas estão expostas.

Diagnóstico de câncer

Síndrome do câncer familiar

No caso de mutações genéticas herdadas, poderíamos nos referir à síndrome do câncer familiar. A síndrome do câncer familiar é um tipo de distúrbio hereditário no qual há um risco aumentado de certos tipos de câncer para os membros da família.

O câncer é relativamente comum. Estima-se que, pelo menos nos Estados Unidos, uma em cada três pessoas sofra de algum tipo de câncer. Isso significa que não seria incomum para mais de uma pessoa da mesma família ter câncer.

No entanto, cabe destacar que, mesmo que exista mais de um caso de câncer em uma família, não estamos necessariamente falando sobre a síndrome do câncer familiar.

Quando muitos casos de câncer ocorrem em uma mesma família, muitas vezes isso se deve ao fato de os membros da família terem sido expostos a um fator de risco em comum como, por exemplo, o cigarro.

Então, após ter dito tudo isso, poderíamos concluir que estamos falando sobre a síndrome do câncer familiar quando:

  • O mesmo tipo de câncer aparece em mais de um membro da família.
  • O câncer aparece em idades mais jovens do que o habitual (câncer de mama em uma mulher de 20 anos).
  • Mais de um tipo de câncer aparece na mesma pessoa (uma mulher com câncer de mama e ovário).
  • O câncer ocorre nos dois órgãos pares (seios, ovários e rins).
  • O câncer aparece em várias gerações da família.

Resumo sobre como o câncer se desenvolve

O termo ‘câncer’ agrupa uma série de doenças com uma característica comum: a rápida e excessiva proliferação de células no corpo. Isso, por sua vez, pode estar relacionado a fatores ambientais, estilo de vida e histórico familiar da doença.


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