Logo image
Logo image

Como curar uma tatuagem infectada

5 minutos
As tatuagens infectadas são relativamente frequentes. No artigo de hoje diremos por que isso pode acontecer e o que fazer a respeito.
Como curar uma tatuagem infectada
Última atualização: 09 agosto, 2022

Para que uma tatuagem cicatrize corretamente, dois elementos devem convergir em um só lugar: a habilidade e higiene do tatuador e o processo de cicatrização da pessoa após sair do estúdio. Ao contrário da crença popular, as infecções em uma tatuagem não são incomuns e, se não tratadas, podem ser potencialmente perigosas. Nós ensinaremos o que fazer para curar uma tatuagem infectada.

Existem muitas variáveis que afetam o desenvolvimento de uma infecção. A tinta, a agulha da máquina de tatuagem e o que é feito durante o processo de cicatrização são fatores que jogam a seu favor ou contra você. A cura de uma tatuagem infectada é uma prioridade, e deve ser sempre feita por um especialista. Nas linhas a seguir, explicaremos o motivo e por que você deve levar isso a sério.

Como reconhecer uma tatuagem infectada

Some figure
Os sintomas de infecção podem aparecer poucas horas após a realização da tatuagem, por isso é importante saber diferenciá-los da inflamação típica dos primeiros dias.

É pertinente aprender a distinguir quando uma tatuagem está infectada e quando está cicatrizando corretamente. Dor, inchaço e coceira são sintomas comuns durante os primeiros dias de cicatrização. Descamação, sangramento leve ou secreção de tinta também. Você saberá que está passando por um processo infeccioso se manifestar os seguintes sintomas:

  • Erupções ou inchaços local onde foi feita a tatuagem.
  • Febre.
  • Secreção de cor purulenta.
  • Suor, calafrios e tremores.
  • Agravamento do inchaço.
  • Áreas avermelhadas que se destacam em relevo.
  • A pele parece maltratada e dura.

Se você desenvolver esses sintomas, é muito provável que a sua tatuagem esteja infectada. Segundo os pesquisadores, esses processos infecciosos podem ser causados tanto por vírus quanto por bactérias. As evidências indicam que infecções virais são relativamente mais comuns, principalmente as causadas por HPV e molusco contagioso.

Leia também: Porque fazer tatuagem pode ser perigoso?

Você também pode se infectar com HIV, hepatite, estafilococo, estreptococo e muito mais. É possível contraí-los tanto na confecção da tatuagem quanto posteriormente (no processo de cicatrização). No primeiro caso, e com base nos especialistas, a sobrecarga de pigmentos, o trauma da agulha, o excesso de trabalho e uma tinta contaminada representam as principais causas de infecção.

Infecções causadas pela tinta são uma preocupação devido ao aumento nos casos. A necessidade de oferecer tatuagens a um preço baixo ou rentabilizar o negócio pode fazer com que o artista opte por fornecedores de qualidade duvidosa. Segundo as estimativas, até 10% das tintas utilizadas nos estúdios de tatuagem estão contaminadas.

Também pode te interessar: Micropigmentação ou tatuagem nos lábios: pode ser perigoso?

O outro lado da moeda é o quão disciplinado você foi durante os primeiros dias ou semanas da cicatrização. Não seguir as instruções básicas ou as recomendadas pelo artista pode provocar uma infecção na tatuagem. Se você apresentar os sintomas, deve agir o quanto antes para controlar o avanço da infecção e evitar maiores complicações.

Passos para curar uma tatuagem infectada

Some figure
Uma vez feito o diagnóstico, existem inúmeros tratamentos para evitar que as lesões se agravem.

A primeira coisa a ter em mente ao curar uma tatuagem infectada é que a ação precoce é o segredo para proteger a integridade dela. Nunca se deve adiar o início de um plano de ação para esperar que as coisas melhorem por conta própria; na prática, esse é o pior erro que você pode cometer. Se você tem dúvidas a respeito de uma possível infecção, consulte o artista ou diretamente com um médico.

Nesse sentido, nunca se deve curar uma tatuagem infectada por conta própria. Como já comentamos, as infecções podem ser tanto virais quanto bacterianas, e sua natureza determina o plano de ação a ser adotado. Uma vez determinada a infecção, o ideal é procurar assistência médica capacitada (um dermatologista, por exemplo).

O especialista determinará que tipo de tratamento deverá ser seguido e as etapas para interromper a infecção e fazer com que a pele se cure da melhor maneira possível. Ele irá retirar uma amostra da área afetada fará uma análise para identificar o que está causando o problema. De modo geral, o médico pode sugerir o seguinte:

  • Tomar antibióticos orais para lidar com a infecção quando ela é causada por bactérias.
  • Aplicar pomadas antibióticas diretamente na área da tatuagem uma ou duas vezes por dia.
  • Lavar a área da tatuagem pelo menos duas vezes ao dia com água estéril e sabonetes antibacterianos (álcool ou água oxigenada não são recomendados).
  • Secar a tatuagem suavemente após cada limpeza.
  • Aplicar um curativo antiaderente para isolá-la (somente se o médico recomendar, o que depende da gravidade da infecção). O curativo deve ser substituído todos os dias.

A cura de uma tatuagem infectada pode levar de uma semana a vários meses. Algumas tatuagens podem levar anos para cicatrizar, principalmente em pessoas com reações alérgicas. A maioria dos episódios são leves ou moderados, desde que seja implementado um plano de ação.

Caso contrário, você poderá ter que enfrentar infecções graves que podem comprometer a saúde e até mesmo a integridade da área tatuada. Por exemplo, uma necrose pode ser a consequência de ignorar completamente os sinais que indicam uma infecção.

Resumindo, você deve procurar o tatuador para avaliar a área afetada e em seguida procurar a ajuda profissional de um médico. Nunca adie a visita a ambos, e se possível faça nessa ordem, a não ser que isso atrase muito o atendimento médico.

Evite a automedicação, pois o tratamento varia de acordo com a natureza da infecção. O mais importante é neutralizar o avanço do quadro; depois disso você pode se preocupar com o resultado final da tatuagem (que pode ser retocada, coberta etc.).


Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.


  • Carlsen, K. H., Sepehri, M., & Serup, J. Tattooist-associated tattoo complications:“overworked tattoo,”“pigment overload” and infections producing early and late adverse events. Dermatology. 2020; 236(3): 208-215.
  • Cohen, P. R. Tattoo-Associated Viral Infections: A Review. Clinical, cosmetic and investigational dermatology. 2021; 14: 1529.
  • Juhas, E., & English III, J. C. Tattoo-associated complications. Journal of pediatric and adolescent gynecology. 2013; 26(2): 125-129.
  • LeBlanc, P. M., Hollinger, K. A., & Klontz, K. C. Tattoo ink–related infections—awareness, diagnosis, reporting, and prevention. New England Journal of Medicine. 2012; 367(11): 985-987.
  • Serup, J. Tattoo infections, personal resistance, and contagious exposure through tattooing. In Diagnosis and Therapy of Tattoo Complications. Karger Publishers. 2017; 52: 30-41.

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.