Colesteatoma: sintomas, causas e tratamento

O colesteatoma é uma doença do ouvido muito rara na população geral. Apesar disso, seu tratamento pode ser difícil e seus sintomas se tornam sérios se não forem atendidos rapidamente.
Colesteatoma: sintomas, causas e tratamento

Última atualização: 19 março, 2022

O colesteatoma é uma alteração destrutiva de uma parte da membrana mucosa do ouvido médio que se transforma em tecido epitelial, produzindo células mortas que se infectam com facilidade. Em outras palavras, é uma estrutura em forma de cisto devido ao aparecimento de um epitélio escamoso onde deveria estar uma mucosa. Estamos falando de uma doença benigna.

De acordo com estudos clínicos, esta patologia causa perda auditiva irreversível, destruição de estruturas ósseas e complicações graves devido ao seu caráter expansivo. Portanto, apesar de ser uma doença de apresentação excepcional, detectar seus sintomas de forma rápida e eficaz é essencial. Aqui, contamos tudo que você precisa saber sobre o colesteatoma.

Sobre a sua distribuição

São múltiplos os distúrbios que causam dor de ouvido e, portanto, é necessário saber quais grupos estão sob risco para essa patologia. O colesteatoma é uma das origens para o sintoma, mas não é a única.

Um estudo publicado na Revista de otorrinolaringología y cirurgía de cabeza y cuello nos fornece uma série de dados a respeito da distribuição mundial. Estes são os seguintes:

  • Em termos gerais, é uma patologia muito rara. Acomete a população entre 3 e 70 anos, com média de 41 anos.
  • A sua prevalência, ou seja, o número de indivíduos que sofrem da doença em uma determinada população, é de 3 a cada 100.000 crianças e 9 a cada 100.000 adultos.
  • Embora não ocorra com frequência, após o tratamento, 10 a 20% dos casos tendem a apresentar recidiva.

Como podemos ver, estamos diante de um quadro de apresentação rara, mas também difícil de erradicar. Diante dessa doença, o diagnóstico precoce é fundamental, pois quanto mais o tempo passa, mais cresce a massa cística, colocando em perigo a capacidade auditiva e o bem-estar do paciente.

A colesteatoma pode provocar dores de ouvido
O colesteatoma é uma patologia auditiva, especificamente do meato acústico externo.

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O que é um colesteatoma e quais são as suas causas?

Como já dissemos, essa patologia responde à formação de uma lesão não neoplásica, devido à presença de epitélio escamoso queratinizado em região anormal. Ele pode estar localizado no epitímpano, no mastoide e na cavidade do ouvido médio. De acordo com os estudos realizados, podemos citar três tipos de colesteatoma:

  • Congênito: há vestígios de pele embrionária em um tímpano saudável.
  • Adquirido primário: origina-se de bolsas de retração timpânica que, segundo estudos, são depressões características em alguma parte do tímpano.
  • Adquirido secundário: trata-se de uma perfuração timpânica decorrente de um processo infeccioso, geralmente na infância. Essa lesão cicatriza de forma inadequada e favorece o aparecimento da forma cística.

Os tipos adquiridos são considerados uma variante da otite média crônica, sendo o tipo adquirido primário o mais comum na população geral. Também é necessário esclarecer que podemos classificar a tipologia dos colesteatomas com base no local afetado, de acordo com o local no conduto auditivo que ocupam.

Sintomas

A Biblioteca Nacional de Medicina dos Estados Unidos esclarece que os sintomas do colesteatoma podem ser diversos, e os mais comuns estão resumidos entre os seguintes:

  • Vertigem.
  • Secreção purulenta que pode se tornar crônica devido ao aparecimento de processos infecciosos dentro do ouvido. Às vezes, uma sensação de entupimento ou pressão dentro do crânio acompanha a patologia.
  • Perda auditiva: decorrente da diminuição da transmissão do som que é gerado quando o cisto ocupa o conduto auditivo.
  • Paralisia do nervo facial: devido à compressão de estruturas próximas à medida que aumentam de tamanho.
  • Abscesso cerebral ou meningite.

Como podemos constatar, estamos perante uma patologia que pode apresentar sintomas bastante graves. Isso ocorre devido ao aumento do cisto ao longo do tempo, o que leva a complicações, incluindo a quebra de alguns ossos do ouvido médio ou de outras estruturas auditivas.

Mesmo assim, deve-se ressaltar que alguns pacientes apresentam a doença de forma assintomática.

Tratamento do colesteatoma

O tratamento do colesteatoma é complexo, pois a retirada de toda a massa cística é difícil. É por isso que 10% a 20% dos casos podem reaparecer com o tempo. Portanto, o paciente deve realizar exames periódicos.

O tratamento definitivo é exclusivamente cirúrgico, pois visa retirar a massa de tecido. Isso, às vezes, ocasiona a retirada da cadeia de ossículos do ouvido médio. É possível que o cirurgião também tenha que substituir os ossos adjacentes danificados por cartilagem ou estruturas sintéticas.

Médico examinando ouvido de paciente
A abordagem do colesteatoma é complicada e complexa, pois envolve cirurgia.

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O colesteatoma é atípico, mas é preciso atenção

Como comentamos neste artigo, o colesteatoma é uma patologia rara que se distribui de forma atípica, mas uniforme, na população. Portanto, diante da perda auditiva ou de dores no ouvido, essa doença é uma das últimas que devemos considerar, mas não descartar.

Entretanto, apesar da sua natureza incomum, o colesteatoma pode causar danos reais ao aparelho auditivo do paciente se não for tratado imediatamente. Por isso, quando sentir qualquer desconforto auditivo, vá ao médico sem demora.


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