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Estou com um caroço em volta do piercing: o que fazer?

6 minutos
Se você notar um caroço perto do piercing, provavelmente é uma parte normal da cicatrização. No entanto, é necessário distingui-lo de uma infecção ou queloide. Confira o que fazer.
Estou com um caroço em volta do piercing: o que fazer?
Última atualização: 11 dezembro, 2024

A presença de um caroço ao redor de um piercing não é motivo para pânico. Embora sejam muito comuns, irritantes e desconfortáveis, a maioria ocorre como parte do processo de restauração da pele e desaparece com o tempo.

Um caroço geralmente se forma ao redor de um piercing devido a um acúmulo disperso de tecido cicatricial. Isso é comum em tecidos mais densos, como a cartilagem do nariz ou da orelha.

Embora às vezes seja confundida com queloide ou infecção, a verdadeira origem é a presença de uma cicatriz hipertrófica que se forma por trauma no tecido após a colocação do piercing. Por isso o cuidado com a joia é essencial.

Por que surge um caroço ao redor do piercing?

Essas cicatrizes hipertróficas em piercings têm múltiplos fatores associados e a causa é um tanto desconhecida. Em geral, é uma resposta de reparo exagerada ao trauma de tecidos moles.

Como resultado de um piercing, a cartilagem, a pele, os músculos e a área fibrosa ficam inflamados. Os fibroblastos então aumentam a produção de colágeno. Segundo estudos, isso leva à formação de tecido de granulação que busca fechar a lacuna da derme. Esse novo tecido pode proliferar excessivamente, acumulando-se na ferida e causando o caroço.

Existe alguma maneira de evitá-lo?

O caroço ao redor de um piercing ou a cicatriz hipertrófica pode aparecer horas após a colocação do piercing ou até algumas semanas depois. Pesquisas sugerem que as complicações após a colocação de piercings dependem da experiência do artista, das técnicas de higiene aplicadas e dos cuidados pós-procedimento do cliente.

Nesse sentido, um fator fundamental para prevenir nódulos e cicatrizes é tomar os cuidados adequados. Um estudo do Journal of Dermatological Nursing recomenda as seguintes medidas gerais:

  • Evite tocar na área perfurada com as mãos não lavadas.
  • Limpe o piercing 2 vezes ao dia, de preferência com solução antisséptica, girando a peça.
  • Mantenha a área circundante limpa e ventilada. Se você tem piercings nas orelhas, tente usar o cabelo preso.
  • Seque muito bem o piercing após o banho. Recomenda-se o uso de secador.
  • Não entre em piscinas nem use roupas apertadas, pois isso pode interromper o processo de cicatrização e estimular o crescimento bacteriano.
  • Não é recomendado o uso de sabonetes, cremes ou sprays, pois irritam a ferida e dificultam a cicatrização.

Além disso, o tipo de joia deve ser avaliado antes de colocá-la. Estudos sugerem que alergias ao material podem causar irritação, ardor e inflamação. Portanto, é recomendado o uso de joias hipoalergênicas como ouro 14 ou 18 quilates, nióbio e titânio.

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O estabelecimento onde as joias são colocadas deve seguir cuidados e medidas de higiene específicas.

Tratamento de cicatrizes hipertróficas

O melhor tratamento para caroços ao redor de um piercing é ter paciência, pois eles geralmente desaparecem com o tempo. Porém, o tempo de cicatrização varia dependendo do local onde o piercing foi colocado. No ouvido e no nariz dura de 6 a 8 semanas, nos mamilos de 2 a 4 meses e no umbigo até 9 meses.

Em geral, as medidas de higiene já mencionadas devem ser mantidas até a cicatrização da ferida. Depois de cicatrizada, você pode trocar a joia por outra feita de material diferente.

Da mesma forma, existem alguns tratamentos médicos que podem ajudar a eliminar cicatrizes hipertróficas associadas a piercings. Isso inclui o seguinte:

  • Adesivos de silicone: permitem interromper o crescimento do caroço. Estudos recomendam colocá-los em cicatrizes pequenas e pouco volumosas com menos de 2 anos de evolução.
  • Corticosteroides: podem ser aplicados em cremes ou infiltrados na cicatriz. Dessa forma, reduzem o tamanho da lesão e melhoram o aspecto da pele.
  • Laser: o laser de corante pulsado (PDL) é a escolha para o tratamento de cicatrizes hipertróficas e queloides. Pesquisas afirmam que há melhora no aspecto das lesões e sintomas associados após 1 a 2 sessões em 57 a 83% dos casos.

Como diferenciar um caroço ao redor de um piercing de uma infecção e de um queloide?

Como já mencionado, o caroço clássico ao redor do piercing não é uma infecção ou queloide, e sim uma cicatriz hipertrófica. Queloides são cicatrizes desproporcionalmente grandes. Podem surgir de forma espontânea ou secundária a traumas, mas sua principal característica é que sempre ultrapassam os limites da ferida que os causou.

Um queloide verdadeiro geralmente aparece 3 a 12 meses após o trauma e continua a crescer com o tempo, ao contrário das cicatrizes hipertróficas, nas quais o crescimento é interrompido. Por outro lado, as cicatrizes hipertróficas são elevadas e duras, mas nunca ultrapassam os limites da ferida de origem. Nessas não há sinais de infecção anterior.

Quando há infecção, o processo produz febre e vermelhidão no local, inchaço, dor à palpação e calor ao redor da área perfurada. Às vezes, há presença de secreções amarelas ou verdes, com odor desagradável.

O tratamento da infecção é feito com antibióticos tópicos ou orais. Em alguns casos, é necessária a remoção do piercing e a drenagem do pus. Mas isso deve ser decidido por um médico, pois a retirada da joia com infecção contínua requer um ambiente cuidadoso para a intervenção.

Os queloides, por sua vez, são tratados com corticosteroides infiltrados, laser, crioterapia ou cirurgia. Claro, isso envolve a remoção das joias.

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Existem áreas mais sensíveis e mais propensas aos efeitos colaterais das joias, como lábios e língua.

Quando o piercing deve ser removido?

Existem diversas situações em que é aconselhável retirar a peça para diminuir o risco de complicações ou efeitos adversos. A Revista Dermatológica de Enfermagem citada acima orienta a retirada do piercing nos seguintes casos:

  • Formação de abscesso.
  • Durante a prática de exercício físico de contato.
  • Sinais de inflamação persistente apesar da terapia antibiótica.
  • Cicatriz queloide.
  • Inchaço da língua com duração superior a 10 dias, em caso de piercing na língua.
  • Infecções geniturinárias recorrentes, em piercings genitais.
  • Nos piercings nos mamilos, no sexto mês de gestação e até 3 meses após o término da amamentação.

Quando devo ir ao médico?

Alguns sintomas que requerem atenção médica imediata são:

  • Febre.
  • Liberação de pus amarelo ou esverdeado com mau odor.
  • Dor que aumenta progressivamente de intensidade e é mais perceptível quando a área é esfregada.
  • Vermelhidão progressiva com tendência a escurecer a área (do vermelho ao roxo).
  • Presença de cicatriz elevada que não respeita os limites da área perfurada e aumenta com o passar do tempo.

Ficar atento é essencial

Os piercings levam de várias semanas a meses para cicatrizar. Nesse período, você poderá sentir desconforto no local, além de notar vermelhidão e leve inchaço. Esses sintomas devem diminuir progressivamente. Se persistirem ou piorarem, consulte um profissional de saúde.

A presença de um caroço ao redor de um piercing não é motivo para pânico. Embora sejam muito comuns, irritantes e desconfortáveis, a maioria ocorre como parte do processo de restauração da pele e desaparece com o tempo.

Um caroço geralmente se forma ao redor de um piercing devido a um acúmulo disperso de tecido cicatricial. Isso é comum em tecidos mais densos, como a cartilagem do nariz ou da orelha.

Embora às vezes seja confundida com queloide ou infecção, a verdadeira origem é a presença de uma cicatriz hipertrófica que se forma por trauma no tecido após a colocação do piercing. Por isso o cuidado com a joia é essencial.

Por que surge um caroço ao redor do piercing?

Essas cicatrizes hipertróficas em piercings têm múltiplos fatores associados e a causa é um tanto desconhecida. Em geral, é uma resposta de reparo exagerada ao trauma de tecidos moles.

Como resultado de um piercing, a cartilagem, a pele, os músculos e a área fibrosa ficam inflamados. Os fibroblastos então aumentam a produção de colágeno. Segundo estudos, isso leva à formação de tecido de granulação que busca fechar a lacuna da derme. Esse novo tecido pode proliferar excessivamente, acumulando-se na ferida e causando o caroço.

Existe alguma maneira de evitá-lo?

O caroço ao redor de um piercing ou a cicatriz hipertrófica pode aparecer horas após a colocação do piercing ou até algumas semanas depois. Pesquisas sugerem que as complicações após a colocação de piercings dependem da experiência do artista, das técnicas de higiene aplicadas e dos cuidados pós-procedimento do cliente.

Nesse sentido, um fator fundamental para prevenir nódulos e cicatrizes é tomar os cuidados adequados. Um estudo do Journal of Dermatological Nursing recomenda as seguintes medidas gerais:

  • Evite tocar na área perfurada com as mãos não lavadas.
  • Limpe o piercing 2 vezes ao dia, de preferência com solução antisséptica, girando a peça.
  • Mantenha a área circundante limpa e ventilada. Se você tem piercings nas orelhas, tente usar o cabelo preso.
  • Seque muito bem o piercing após o banho. Recomenda-se o uso de secador.
  • Não entre em piscinas nem use roupas apertadas, pois isso pode interromper o processo de cicatrização e estimular o crescimento bacteriano.
  • Não é recomendado o uso de sabonetes, cremes ou sprays, pois irritam a ferida e dificultam a cicatrização.

Além disso, o tipo de joia deve ser avaliado antes de colocá-la. Estudos sugerem que alergias ao material podem causar irritação, ardor e inflamação. Portanto, é recomendado o uso de joias hipoalergênicas como ouro 14 ou 18 quilates, nióbio e titânio.

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O estabelecimento onde as joias são colocadas deve seguir cuidados e medidas de higiene específicas.

Tratamento de cicatrizes hipertróficas

O melhor tratamento para caroços ao redor de um piercing é ter paciência, pois eles geralmente desaparecem com o tempo. Porém, o tempo de cicatrização varia dependendo do local onde o piercing foi colocado. No ouvido e no nariz dura de 6 a 8 semanas, nos mamilos de 2 a 4 meses e no umbigo até 9 meses.

Em geral, as medidas de higiene já mencionadas devem ser mantidas até a cicatrização da ferida. Depois de cicatrizada, você pode trocar a joia por outra feita de material diferente.

Da mesma forma, existem alguns tratamentos médicos que podem ajudar a eliminar cicatrizes hipertróficas associadas a piercings. Isso inclui o seguinte:

  • Adesivos de silicone: permitem interromper o crescimento do caroço. Estudos recomendam colocá-los em cicatrizes pequenas e pouco volumosas com menos de 2 anos de evolução.
  • Corticosteroides: podem ser aplicados em cremes ou infiltrados na cicatriz. Dessa forma, reduzem o tamanho da lesão e melhoram o aspecto da pele.
  • Laser: o laser de corante pulsado (PDL) é a escolha para o tratamento de cicatrizes hipertróficas e queloides. Pesquisas afirmam que há melhora no aspecto das lesões e sintomas associados após 1 a 2 sessões em 57 a 83% dos casos.

Como diferenciar um caroço ao redor de um piercing de uma infecção e de um queloide?

Como já mencionado, o caroço clássico ao redor do piercing não é uma infecção ou queloide, e sim uma cicatriz hipertrófica. Queloides são cicatrizes desproporcionalmente grandes. Podem surgir de forma espontânea ou secundária a traumas, mas sua principal característica é que sempre ultrapassam os limites da ferida que os causou.

Um queloide verdadeiro geralmente aparece 3 a 12 meses após o trauma e continua a crescer com o tempo, ao contrário das cicatrizes hipertróficas, nas quais o crescimento é interrompido. Por outro lado, as cicatrizes hipertróficas são elevadas e duras, mas nunca ultrapassam os limites da ferida de origem. Nessas não há sinais de infecção anterior.

Quando há infecção, o processo produz febre e vermelhidão no local, inchaço, dor à palpação e calor ao redor da área perfurada. Às vezes, há presença de secreções amarelas ou verdes, com odor desagradável.

O tratamento da infecção é feito com antibióticos tópicos ou orais. Em alguns casos, é necessária a remoção do piercing e a drenagem do pus. Mas isso deve ser decidido por um médico, pois a retirada da joia com infecção contínua requer um ambiente cuidadoso para a intervenção.

Os queloides, por sua vez, são tratados com corticosteroides infiltrados, laser, crioterapia ou cirurgia. Claro, isso envolve a remoção das joias.

Some figure
Existem áreas mais sensíveis e mais propensas aos efeitos colaterais das joias, como lábios e língua.

Quando o piercing deve ser removido?

Existem diversas situações em que é aconselhável retirar a peça para diminuir o risco de complicações ou efeitos adversos. A Revista Dermatológica de Enfermagem citada acima orienta a retirada do piercing nos seguintes casos:

  • Formação de abscesso.
  • Durante a prática de exercício físico de contato.
  • Sinais de inflamação persistente apesar da terapia antibiótica.
  • Cicatriz queloide.
  • Inchaço da língua com duração superior a 10 dias, em caso de piercing na língua.
  • Infecções geniturinárias recorrentes, em piercings genitais.
  • Nos piercings nos mamilos, no sexto mês de gestação e até 3 meses após o término da amamentação.

Quando devo ir ao médico?

Alguns sintomas que requerem atenção médica imediata são:

  • Febre.
  • Liberação de pus amarelo ou esverdeado com mau odor.
  • Dor que aumenta progressivamente de intensidade e é mais perceptível quando a área é esfregada.
  • Vermelhidão progressiva com tendência a escurecer a área (do vermelho ao roxo).
  • Presença de cicatriz elevada que não respeita os limites da área perfurada e aumenta com o passar do tempo.

Ficar atento é essencial

Os piercings levam de várias semanas a meses para cicatrizar. Nesse período, você poderá sentir desconforto no local, além de notar vermelhidão e leve inchaço. Esses sintomas devem diminuir progressivamente. Se persistirem ou piorarem, consulte um profissional de saúde.


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