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Bloqueio de ramo: sintomas, causas e tratamentos

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Dependendo do nível de envolvimento do ritmo cardíaco, o bloqueio de ramo tem várias classificações. Os tratamentos disponíveis permitem o controle da doença na grande maioria dos casos.
Bloqueio de ramo: sintomas, causas e tratamentos
Última atualização: 20 maio, 2021

O coração possui um tecido especializado capaz de transmitir impulsos elétricos. Este se divide em dois ramos (um direito e um esquerdo) para cobrir os dois lados do órgão. Portanto, o bloqueio de ramo é uma doença em que alguma dessas estruturas não funciona corretamente.

Isso resulta na incapacidade do coração de se contrair em um ritmo normal, o que aumenta a possibilidade de complicações cardiovasculares. Quer saber um pouco mais sobre essa condição? Então, continue lendo!

O que causa o bloqueio de ramo?

As condições que mais frequentemente causam o bloqueio de ramo incluem as seguintes:

Na maioria dos casos, o suprimento de sangue ao tecido responsável pela transmissão dos impulsos elétricos no coração é insuficiente, como nos ataques cardíacos. Aqui, a ruptura de uma placa de ateroma pode obstruir o fluxo sanguíneo das artérias coronárias, que transportam oxigênio e nutrientes para o miocárdio.

Este último causa uma deterioração progressiva do tecido que, em muitos casos, é irreversível. Por esse motivo, o bloqueio de ramo é uma complicação comum de alguns eventos cardiovasculares.

A miocardite, por outro lado, é a inflamação do miocárdio que ocorre como resultado de uma infecção. Um dos microrganismos envolvidos é o Trypanosoma cruzi, o agente causador da doença de Chagas.

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Os eventos cardiovasculares que afetam o miocárdio podem complicar o bloqueio de ramo.

Saiba mais: 6 tipos de doenças cardíacas e seus sintomas

Sintomas do bloqueio de ramo

Existem vários tipos de bloqueio de ramo, dependendo das características do ritmo cardíaco que o mesmo provoca. Felizmente, a maioria dos pacientes apresenta um bloqueio leve e não desenvolve sintomas. Nesses casos, é comum que o diagnóstico seja feito como parte de uma avaliação médica de rotina.

No entanto, aqueles que apresentam sinais óbvios podem ter palpitações e desmaios (síncope). Eles geralmente têm outras doenças cardiovasculares ou metabólicas associadas, como hipertensão ou diabetes mellitus.

Dependendo do grau de envolvimento dos diferentes órgãos (como os rins), pode haver mais sintomas. Em casos graves, o coração não consegue desempenhar sua função corretamente, o que gera instabilidade hemodinâmica. Isso inclui a diminuição progressiva da pressão arterial, que se não for corrigida, pode causar um quadro de choque.

Como pode ser diagnosticado?

O médico pode chegar ao diagnóstico com a combinação de elementos clínicos e exames complementares. Um exame físico completo pode detectar o distúrbio do ritmo cardíaco, desde que ele seja significativo.

Em qualquer caso, o profissional confirma o diagnóstico através de um eletrocardiograma. Este é caracterizado por fazer uma medição da atividade elétrica do coração, que inclui a frequência com que aparece o batimento cardíaco. Esta última característica é alterada em pacientes com bloqueio de ramo.

Também é possível realizar o ecocardiograma, que é uma técnica de imagem mais cara e somente um especialista pode realizá-la. A vantagem do seu uso é que permite determinar alterações estruturais que explicam a origem da doença.

Continue lendo: Por que tenho palpitações ao deitar?

Tratamentos para o bloqueio de ramo

Existem várias modalidades terapêuticas dependendo da gravidade clínica e do risco de desenvolver arritmias fatais. A seguir, comentaremos as mais relevantes.

Medicação

Como já dissemos, a maioria dos casos corresponde a pacientes assintomáticos. Por esse motivo, o profissional que atende normalmente não receita algo específico para o bloqueio de ramo. No entanto, é necessário indicar medicamentos contra a causa da doença.

Por exemplo, no caso de um paciente hipertenso, a prescrição de medicamentos anti-hipertensivos e diuréticos é comum. Há um grande número de medicamentos para essa patologia e as diferenças residem no mecanismo de ação.

Alguns dos anti-hipertensivos mais usados ​​são losartan, amlodipina e enalapril. No grupo dos diuréticos, destacam-se a hidroclorotiazida e a furosemida.

Marcapasso

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O marcapasso é um aparelho que controla os batimentos para dar regularidade ao coração.

Trata-se de um dispositivo capaz de ajustar a atividade elétrica do coração a um ritmo normal. Embora tenha sido originalmente um tratamento caro e problemático com vários efeitos adversos, hoje é considerado seguro e de fácil manutenção.

De acordo com uma publicação da Fundación Española del Corazón, existem dois tipos de marcapasso: temporário e permanente. Este último requer implantação subcutânea, para a qual o médico também deve inserir um eletrodo em uma das veias que drenam o lado direito do coração.

Terapia de ressincronização cardíaca para o bloqueio de ramo

Este tratamento é reservado para casos mais graves em que há pouca coordenação entre a atividade do lado esquerdo e a do lado direito do coração. De acordo com uma publicação da Clínica Mayo, o dispositivo usado também é conhecido como marcapasso biventricular.

O benefício é tão grande que alguns modelos incluem um cardioversor-desfibrilador implantável. Isso significa que, em casos de emergência, em que o ritmo cardíaco está significativamente alterado, o aparelho pode emitir um impulso capaz de desfibrilar.

Sempre é possível evitar as complicações

Devido à possibilidade de desenvolver eventos cardiovasculares fatais, recomenda-se que pacientes com fatores de risco compareçam a uma consulta médica de rotina. Médicos de família e mesmo os médicos de plantão são uma opção válida. Em algumas ocasiões, eles podem encaminhá-lo a um cardiologista.


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Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.