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Atropina: funções e efeitos adversos

4 minutos
A atropina é um medicamento que atua como antagonista dos receptores muscarínicos colinérgicos e que possui diversos efeitos farmacológicos.
Atropina: funções e efeitos adversos
Última atualização: 27 maio, 2021

A atropina é um medicamento antagonista muscarínico de origem natural com efeito anticolinérgico. Ela possui propriedades midriáticas, antiespasmódicas, antidiarreicas, anticatólicas e anestésicas. Trata-se de um medicamento com uma grande variedade de efeitos.

Este princípio ativo é extraído da planta da beladona e de outras plantas da família Solanaceae. É um alcaloide, ou seja, produto do metabolismo secundário dessas plantas.

Os hindus usam preparações de beladona desde os tempos antigos. No Império Romano e na Idade Média, as preparações eram usadas ​​para fins tóxicos.

Antes de falar sobre este medicamento em mais detalhes, devemos conhecer seus receptores colinérgicos para entender melhor seu mecanismo e as ações que desencadeia.

Receptores colinérgicos

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As superfícies dos neurônios estão cheias de receptores aos quais a atropina pode se ligar.

Os receptores colinérgicos são um grupo que inclui dois outros tipos: os muscarínicos e os nicotínicos. Eles estão localizados na fenda sináptica, estando a maioria no nível pós-ganglionar, embora também existam algumas no nível pré-sináptico.

É comum que existam receptores no nível pré-sináptico em todos os sistemas de neurotransmissão. Isso porque eles são necessários para desempenhar um papel modulador na quantidade de acetilcolina a ser liberada. Portanto, a ativação dos receptores colinérgicos no nível pré-sináptico inibe a secreção de acetilcolina.

A acetilcolina é uma substância sintetizada no citoplasma dos neurônios que ativa os receptores colinérgicos diretamente. Deve-se dizer que existem também receptores pré-sinápticos que ativam a secreção dessa substância, porém, são muito poucos.

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Mecanismo de ação da atropina

A atropina é um medicamento antagonista competitivo do receptor colinérgico da acetilcolina, que, como vimos, é uma substância que ativa esses receptores diretamente.

Ela suprime o sistema parassimpático, por isso é um parassimpatolítico. A explicação para isso está no fato de que os receptores colinérgicos estão localizados em tecidos efetores parassimpáticos. Assim, a atropina pode ter efeitos sobre o coração, os olhos e o trato digestivo, entre outros órgãos.

Farmacocinética

A atropina pode ser administrada por via oral, intravenosa, subcutânea, intramuscular, intraóssea e endotraqueal. No caso da administração oral, é facilmente absorvido no trato digestivo e depois distribuído pela corrente sanguínea.

Além disso, é um medicamento com uma alta lipossolubilidade. Isso significa que ela é capaz de atravessar a barreira hematoencefálica e a placenta. Por isso, as mulheres grávidas devem ter um cuidado especial se estiverem sendo tratadas com a atropina.

Cerca de 50% a 70% da atropina é metabolizada pelo fígado e sua meia-vida é de cerca de 2 a 3 horas. Ambos os metabólitos e sua fração não metabolizados são eliminados pela urina.

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Ações farmacológicas

As ações farmacológicas da atropina derivam do bloqueio dos receptores muscarínicos, os quais, como explicamos, são um tipo de receptores colinérgicos. Ao se unir a esses receptores, a atropina impede que a acetilcolina interaja com eles.

Ela realiza este bloqueio gradualmente em uma série de estruturas do corpo, como as glândulas salivares, bronquiais e sudoríparas, o músculo liso vascular, o sistema cardíaco, o trato digestivo e urinário, as glândulas gástricas e os gânglios vegetativos.

Por ser um antagonista colinérgico em todas estas partes do corpo, algumas das ações que ele desencadeia são, entre outras:

  • Taquicardia: é usado para aumentar a frequência cardíaca em emergências.
  • A nível digestivo, diminui o tono, o peristaltismo, e os espasmos, as cólicas e as secreções gastrointestinais.
  • Dificulta a micção: isso é algo problemático em pacientes com hipertrofia benigna da próstata.
  • Midríase: bloqueia o músculo ciliar, produzindo um espasmo por acumulação. No entanto, o medicamento não bloqueia os receptores muscarínicos dos olhos se for administrado por via oral.

Efeitos adversos da atropina

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A atropina pode causar problemas digestivos.

Os efeitos adversos da atropina estão relacionados à dose administrada. São reações frequentes, principalmente em crianças. Além disso, a atropina pode se acumular e produzir efeitos sistêmicos após múltiplas doses por inalação em idosos.

Nos adultos, os efeitos colaterais mais frequentes são:

  • Febre
  • Constipação
  • Boca seca
  • Pele vermelha e quente por falta de transpiração

Um medicamento com múltiplos efeitos

Neste artigo, você aprendeu um pouco sobre a atropina, seu mecanismo de ação, sua farmacocinética, suas ações farmacológicas e suas reações adversas. No entanto, você deve consultar um médico para obter mais detalhes sobre ela e saber se pode utilizá-la.

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.