As 7 parafilias mais frequentes
O termo parafilia é um dos mais complexos e ambíguos relacionados ao sexo. Em geral, descreve aqueles comportamentos sexuais que fogem do convencional, do normativo. Aspectos culturais, religiosos, morais e éticos afetam considerar algo como normal ou anormal, de modo que aí reside a polêmica. Mesmo assim, preparamos uma lista com as parafilias mais frequentes do mundo.
Uma distinção deve ser feita entre parafilia e distúrbios sexuais parafílicos. A distinção é feita por especialistas com base no dano, sofrimento e prejuízo funcional que causam. Em suma, ter uma parafilia nem sempre implica um transtorno mental, depende de sua natureza e com que intensidade se manifesta. Por exemplo, até cerca de 40 anos atrás, a homossexualidade era considerada uma parafilia.
7 parafilias mais frequentes
Os transtornos parafílicos estão incluídos no DSM-V e são classificados pelos pesquisadores em um total de oito tipos: pedofilia, exibicionismo, voyeurismo sexual, sadismo, masoquismo, fetichismo, fetichismo travesti e frotteurismo. Estes se tornam transtornos na medida em que controlam a vida da pessoa a tal ponto que a impede de viver em sociedade, ela é incapaz de controlar seus impulsos e seu bem-estar se deteriora.
As evidências conseguiram relatar mais de 100 parafilias, embora na prática um punhado delas predomine no comportamento sexual das pessoas. Elas são mais comuns do que pensamos, já que, segundo especialistas , até metade da população pode ter um interesse parafílico.
Também é importante observar que os pesquisadores concordam que os homens se envolvem nesses comportamentos com mais frequência do que as mulheres. Com tudo isto como preâmbulo, e lembrando a distinção relativa às perturbações parafílicas, deixamos-vos as 7 parafilias mais frequentes.
1. O frotteurismo
Consiste no prazer sexual gerado pela fricção dos órgãos genitais de uma pessoa que não consente com a ação. Também pode se desenvolver ao tocar ou esfregar os órgãos genitais de outras pessoas com a mão ou outra parte do corpo. É uma prática que muitas vezes optam por fazer em lugares lotados, como metrô, show e assim por diante.
Segundo especialistas, sua prevalência varia de 9% a 35% da população, principalmente em homens entre 15 e 25 anos. Não é uma parafilia frequente nas mulheres, aliás elas costumam ser as principais vítimas. Esse comportamento é interpretado como abuso sexual na maioria das sociedades e é punível em quase todas elas.
2. Voyeurismo
O voyeurismo é outra das parafilias mais frequentes, que consiste em observar uma pessoa nua ou ter relações sexuais sem o consentimento da pessoa observada. Os voyeurs podem usar câmeras, espelhos e outros objetos para poder testemunhar o nu ou o ato sexual sem que a pessoa ou pessoas percebam.
Para alguns, o voyeurismo também inclui atos em que um casal é observado fazendo sexo consensual (no quarto, por exemplo). Em muitos países, o voyeurismo sem consentimento prévio acarreta penalidades de ofensa sexual.
3. Exibicionismo
Descreve aquelas pessoas que sentem prazer em expor seus órgãos genitais a pessoas desavisadas ou um forte desejo de serem observadas enquanto fazem sexo. Os exibicionistas encontram prazer no próprio ato de se exibir. Eles costumam fazer isso na frente de mulheres e crianças.
4. Masoquismo sexual
É uma fantasia na qual o sujeito obtém prazer ao ser humilhado, amarrado, espancado ou qualquer tipo de humilhação semelhante.
Como os especialistas concordam, o masoquismo quase nunca é patológico, e a maioria das pessoas já o experimentou em algum momento. O sexo violento é uma variante do masoquismo, em que se estima que até 80% dos casais já o praticaram.
5. Sadismo sexual
É o outro lado da moeda da parafilia anterior. Desta vez, o foco é o sujeito que sente prazer em causar dor ou humilhação ao parceiro. Isso pode ser tanto físico quanto emocional e nem sempre está relacionado a um distúrbio patológico. Muitas vezes é incluído nas práticas de BDSM: Bondage, Discipline, Dominance, Submission y Sadis & Masochism.
6. Fetichismo
Fetichismo é o uso de um objeto inanimado (conhecido como fetiche ) para provocar prazer sexual. Segurar, tocar, ver ou usar certos objetos desperta nos fetichistas uma sensação de imenso prazer. Em um conceito mais amplo, inclui também o prazer por uma parte específica de uma pessoa (pés, mãos) ou por um estado (como quando inconsciente, conhecido como sonofilia).
7. Fetichismo travesti
Embora pertença ao grupo anterior, a popularidade do fetichismo travesti merece uma seção em nossa lista das parafilias mais comuns. Descreve o hábito de se vestir com roupas femininas ou masculinas para obter o máximo prazer sexual. Alguns podem usar uma ou duas peças distintas de roupa (roupa íntima), enquanto outros preferem assumir o caráter completo (cabelo, maquiagem e assim por diante).
Resumir as parafilias mais comuns em uma seleção de 7 fica um pouco escasso. É por isso que completamos nossa lista com o seguinte:
- Urofilia: prazer sexual ao ver alguém urinar ou ser urinado.
- Asfixiofilia: prazer sexual de restringir a respiração.
- Parcialismo: prazer sexual por uma parte específica do corpo que não os órgãos genitais (como é a podofilia, por exemplo).
- Acomoclitismo: prazer sexual de genitália raspada.
- Altocalcifilia: prazer sexual de saltos altos, muitas vezes aqueles que são de cor vermelha.
- Odaxelagnia: prazer sexual de morder ou ser mordido durante o sexo.
- Agalmatofilia: prazer sexual por bonecas, manequins e qualquer objeto semelhante.
Não há consenso sobre o que é considerado normal e anormal durante o sexo. Em geral, desde que os hábitos não comprometam a vida em sociedade, sua integridade, sua saúde ou das pessoas com quem é praticado, não é considerado um distúrbio ou comportamento patológico. A linha é muito tênue, e cada pessoa deve estar ciente disso para procurar ajuda se necessário.
Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.
- Baumeister, R. F., & Butler, J. L. Sexual masochism: Deviance without pathology. 1997.
- Bhatia, K., & Parekh, U. Frotteurism. StatPearls [Internet]. 2021.
- Dawson, S. J., Bannerman, B. A., & Lalumière, M. L. Paraphilic interests: An examination of sex differences in a nonclinical sample. Sexual Abuse. 2016; 28(1): 20-45.
- Fedoroff, J. P., & Marshall, W. L. Paraphilias. Cognitive-behavioral therapy for refractory cases: Turning failure into success. 2010; 369–384.
- Fisher, K. A., & Marwaha, R. Paraphilia. 2020.
- Herbenick, D., Fu, T. C., Valdivia, D. S., Patterson, C., Gonzalez, Y. R., Guerra-Reyes, L., … & Rosenberg, M. What is rough sex, who does it, and who likes it? Findings from a probability sample of US undergraduate students. Archives of sexual behavior. 2021; 50(3): 1183-1195.
- Joyal CC, Carpentier J. The Prevalence of Paraphilic Interests and Behaviors in the General Population: A Provincial Survey. J Sex Res. 2017 Feb;54(2):161-171.
- McManus, M. A., Hargreaves, P., & Lee Rainbow, L. J. A. Paraphilias: definition, diagnosis and treatment. F1000prime reports. 2013; 5.