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As boas pessoas não costumam suspeitar da maldade alheia

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A maldade alheia não deve fazer com que mudemos nossa forma de ser e com que desconfiemos de todos os que nos rodeiam. A culpa nunca será nossa, e sim dos que tentam se aproveitar de nós.
As boas pessoas não costumam suspeitar da maldade alheia
Última atualização: 28 dezembro, 2018

Em algumas ocasiões, pecamos por ser exageradamente inocentes. Não vemos a maldade alheia ou suas segundas intenções, os egoísmos encobertos ou as falsidades embrulhadas e ações amáveis.

A maldade alheia, ou melhor, as traições ou o interesse alheios são coisas muito comuns nas nossas relações de cada dia.

Há quem costume prever aquilo de “pense mal e você acertará”, mas as boas pessoas, ou aquelas que, simplesmente, preferem sempre ver o melhor de tudo aquilo que as envolve, não costumam ter essa visão dos acontecimentos.

A nobreza de coração olha sempre o lado bom das pessoas, prefere entregar-se,  dar segundas chances e praticar a confiança. Assim, ao longo de suas vidas é comum que se decepcionem.

Convidamos a todos a refletir sobre isso.

A maldade alheia encoberta e os egoísmos disfarçados

Recentemente o psicólogo e pesquisador Howard Gardner surpreendeu a mídia com um comentário que deu a volta ao mundo.

Segundo o professor de Harvard e grande divulgador da inteligência humana, as más pessoas nunca chegam a ser bons profissionais. Elas poderão alcançar o sucesso, mas não a excelência.

Para Gardner, as boas pessoas são aquelas que não buscam o reconhecimento, e sim as que se veem motivadas em seu trabalho por oferecer um bem e um benefício comum. É então, através desta visão e este sentimento, que uma pessoa chega a ser um com profissional em seu trabalho.

O mesmo ocorre no âmbito privado e das relações. Esta excelência “pessoal” só se alcança propiciando o bem-estar alheio e o respeito mediante a reciprocidade.

Quem não pratica esta abertura emocional e busca somente o interesse próprio não constrói laços, não cria pontes nem reforça vínculos com os seus.

No entanto, um problema a mais é que as pessoas com boas intenções e nobres de coração não costumam perceber aqueles que surgem com maldade e más intenções.

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O interesse encoberto

Segundo diversos estudos científicos realizados pelo psicólogo Robert Feldman da Universidade de Massachussets (Estados Unidos) cerca de sessenta por cento das pessoas costuma dizer em média umas três mentiras diárias.

  • Este número inclui desde omissões, exageros, e até falsidades sérias que perseguem um interesse egoísta. Poderíamos concluir com isso que há “mentiras piedosas” e “grandes falsidades”, sendo estas últimas as mais destrutivas.
  • O interesse encoberto é aquele que busca um propósito e que não hesita em manter certos comportamentos enganosos para alcançar um fim.
  • Os especialistas em comportamento humano indicam que todos nós, de algum modo, buscamos benefícios de todos aqueles que nos rodeiam.

No entanto, o mais comum é esperar respeito, reconhecimento, carinho, amor, amizade… dimensões estas que devem ser oferecidas sempre em liberdade e por vontade própria.

As pessoas que escondem em seu coração certas gotas de maldade e uma pisca de sutil egoísmo, manipulam as outras para conseguir alcançar seus propósitos.

Ocorre, portanto uma clara dissonância entre seus verdadeiros sentimentos e as ações que eles causam. Um comportamento que nem sempre podemos prever e do qual, em geral, as boas pessoas nem suspeitam.

A nobreza de coração não costuma antecipar um falso interesse

A razão pela qual muitas pessoas de coração nobre, caracterizadas por praticar a confiança, o respeito e inclusive o altruísmo, não costumam antecipar o falso interesse poderia dever-se às seguintes razões:

  • A maldade, ou o egoísmo, costumam apresentar um comportamento encoberto que não é fácil de ver ou intuir.
  • As boas pessoas se caracterizam por ter uma grande empatia. A empatia é, antes de tudo, ser sensível diante das emoções alheias, emoções como a tristeza, a alegria, a necessidade, a preocupação.
  • O cérebro humano, em geral, não costuma empatizar com a maldade alheia ou o egoísmo. Daí surge o fato de que estes comportamentos não sejam percebidos.
  • Outro dado que devemos levar em conta é que quando alguém busca algum propósito de nós, faz uso de sutis artes do engano e da manipulação.

É, sem dúvida, um processo muito complexo.

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As decepções

  • As decepções costumam ser muito frequentes no coração de uma boa pessoa. Quase ninguém dispõe em seu interior de um radar para captar a maldade alheia ou as segundas intenções.
  • Por isso, a decepção costuma ser maior: nos decepcionamos pela dor que nos causaram ao cairmos no engano, e também nos contrariamos com nós mesmos por não termos antecipado o acontecido. Por, como costuma-se dizer, termos sido exageradamente ingênuos.
  • No entanto, antes de nos martirizarmos com este tipo de pensamento destrutivo personalizando-os, temos que assumir o ocorrido como uma experiência, como um aprendizado.

As decepções devem abrir nossos olhos, mas nunca devem fechar nosso coração. Do contrário deixaremos de ser nós mesmos e isso é algo que não podemos permitir.

Não deixe que comportamentos alheios o obriguem a ser alguém que você não é.


Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.


  • FELDMAN, Robert S.; FORREST, James A.; HAPP, Benjamin R. Self-presentation and verbal deception: Do self-presenters lie more?. Basic and applied social psychology, v. 24, n. 2, p. 163-170, 2002.
  • GARDNER, Howard E.; CSIKSZENTMIHALYI, Mihaly; DAMON, William. Good work: When excellence and ethics meet. Basic Books, 2008.

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.