A vacina contra o tétano é necessária?
Há vários anos as organizações governamentais e sociais promovem dias de vacinação em todo o mundo. Elas fazem isso para proteger a população das doenças transmissíveis, especialmente as crianças. Entre tantas doses existentes, você pode se perguntar: a vacina contra o tétano é necessária?
Antes de mais nada, é importante esclarecer que o objetivo das vacinas é desencadear uma resposta imune a uma doença específica. Dessa forma, a pessoa ficará protegida por um tempo contra essa patologia, portanto, dificilmente a contrairá.
O que é tétano?
Para entender a importância da vacina contra o tétano, devemos saber em que consiste a doença. Ela é causada por uma bactéria chamada Clostridium tetani, que afeta o sistema nervoso central e provoca paralisia muscular.
O tétano pode afetar todos os músculos do corpo, incluindo os da mastigação, o que dificulta a alimentação. Qualquer pessoa não imunizada está exposta à doença. No entanto, a população de risco é composta, em maior medida, por lactentes e mulheres grávidas.
Apesar de ser uma doença rara, ela representa um grande risco para os recém-nascidos. De fato, causou a morte de 34.000 crianças menores de um mês em 2015, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Características da vacina antitetânica
Atualmente existem 5 vacinas diferentes contra esta patologia. Além disso, algumas delas também conferem imunidade contra outras doenças. As opções que podemos encontrar são as seguintes:
- TT: protege apenas contra o tétano.
- DTaP: Protege contra tétano, difteria e coqueluche.
- DT: imuniza contra o tétano e a difteria.
- Tdap: Protege contra tétano, difteria e coqueluche.
- Td: imuniza contra o tétano e a difteria.
Em linhas gerais, todas essas vacinas têm a mesma função, pois utilizam o toxoide tetânico, uma neurotoxina responsável por estimular a produção de anticorpos. Desta forma, a imunidade será alcançada sem a necessidade de sofrer a patologia.
Todas essas vacinas oferecem uma grande proteção contra o tétano; no entanto, elas variam na quantidade de proteção contra outras doenças. Dessa forma, as com letra minúscula terão uma dose menor e, portanto, desencadearão uma resposta imunológica mais baixa.
Outra diferença entre essas imunizações está na idade em que as primeiras doses e reforços devem ser administrados. Nesse sentido, o tipo de vacina e o calendário de vacinação variam se a vacina for para uma criança, adulto ou gestante.
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Vacinação contra o tétano em crianças
A vacinação contra o tétano é necessária para crianças, especialmente bebês. A primeira dose de TDaP deve ser aplicada às 6 semanas de idade. Em seguida serão administrados 2 reforços, cada um com 4 semanas de intervalo.
Depois será necessário um reforço com Td ou TT a cada 10 anos ou se uma situação especial o justificar. Pode ser um trauma, por exemplo, com uma ferida aberta que está sangrando muito ou uma cirurgia importante.
Vacinação em adultos não imunizados e profissionais de saúde
No caso de adultos, a vacina só deve ser administrada se eles não tiverem sido imunizados previamente, ou se a pessoa for um profissional de saúde. Além disso, também será recomendado iniciar a imunização diante de feridas graves ou uma epidemia da doença. Nesse sentido, o calendário de vacinação será o seguinte:
- Primeira dose: o mais rápido possível.
- Segunda dose: 4 semanas após a primeira.
- Terceira dose: 6 semanas após a segunda.
- Primeiro reforço: um ano após a terceira dose.
- Segundo reforço: um ano após o primeiro reforço.
A vacina que deve ser administrada em adultos é a Td ou TT. Caso o calendário seja interrompido, não será necessário reiniciar. Portanto, apenas as vacinas restantes devem ser administradas cumulativamente, até completar todas as 5 doses.
Vacinação em gestantes
A ideia de vacinar a mulher durante a gravidez é transmitir os anticorpos ao bebê pela placenta, e assim diminuir o risco de contrair o tétano neonatal. Dessa forma, o feto terá um certo grau de imunidade antes que de que seja administrada a sua primeira dose.
A vacina antitetânica recomendada neste caso será a TT ou Td, que deve seguir o mesmo esquema vacinal dos adultos. No entanto, quando as 3 doses já tiverem sido recebidas, apenas duas vacinas são administradas, com quatro semanas de intervalo.
Contraindicações e efeitos colaterais
Todas as vacinas devem ser consideradas como medicamentos, pois podem ter efeitos adversos. No caso da vacina contra o tétano, as reações secundárias são leves e não interferem no desenvolvimento da vida diária.
A grande maioria das pessoas vacinadas costuma apresentar os seguintes sintomas:
- Dor na área da vacina.
- Vermelhidão e inchaço no local.
- Dificuldade leve para mover o braço, que desaparece após 24 horas.
- Dor de cabeça e cansaço.
- Náuseas e vômitos, especialmente em adolescentes.
Outro efeito colateral que pode ocorrer é a febre. Esse é um sintoma incomum em adultos e mulheres grávidas; no entanto, é normal que as crianças manifestem temperaturas em torno de 38°C. Isso ocorre principalmente porque algumas doses se sobrepõem a outras vacinas, que geralmente são administradas no mesmo dia.
Por outro lado, a Associação Espanhola de Pediatria estabelece que há cada vez menos contraindicações, uma vez que atualmente são utilizados antígenos mais purificados. No entanto, a vacina contra o tétano não deve ser administrada nos seguintes casos:
- Se o paciente teve uma reação alérgica grave após uma dose anterior da vacina, à qual nenhuma causa pode ser atribuída.
- Se esteve a pessoa em coma ou teve convulsões prolongadas 7 dias após uma dose durante a infância.
Sem dúvida, a vacina contra o tétano é necessária
Depois de todas as informações mencionadas, podemos dizer com segurança que a vacina contra o tétano é muito necessária. Esta é a única maneira de prevenir a forma neonatal da patologia e todas as complicações que ela pode trazer.
Além disso, dependendo do tipo de dose, ela concederá imunidade contra outras doenças perigosas para as crianças. Os calendários propostos pelos governos são elaborados para cobrir os riscos mais notórios de cada faixa etária.
Na dúvida, o ideal é consultar um clínico geral, um pediatra ou um obstetra. Esses profissionais saberão recomendar a imunização adequada para cada caso, bem como alertar se houver alguma contraindicação para atrasar ou não tomar as doses.
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