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A obesidade reduz a expectativa de vida?

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A obesidade reduz a expectativa de vida das pessoas porque essa condição aumenta o risco de doenças graves como diabetes, hipertensão e câncer. Sabe-se agora que o excesso de peso tem efeitos semelhantes.
A obesidade reduz a expectativa de vida?
Leonardo Biolatto

Escrito e verificado por médico Leonardo Biolatto

Escrito por Leonardo Biolatto
Última atualização: 14 outubro, 2022

Vários estudos têm demonstrado que a obesidade reduz a expectativa de vida. Esse dado é preocupante se levarmos em conta que nos últimos anos o número de pessoas obesas ou com sobrepeso no mundo aumentou significativamente.

A obesidade é conhecida há muito tempo por causar doenças cardiovasculares, diabetes e câncer. A OCDE -Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico- estima que em 2050 poderá haver 95 milhões de mortes prematuras devido ao excesso de peso corporal.

Segundo as estimativas dessa organização, o México é o país que mais sofrerá com a redução da expectativa de vida devido à obesidade. Eles são seguidos, em ordem, por Rússia, Polônia, Estados Unidos, Japão e Índia. Hoje, uma em cada quatro pessoas é obesa.

Obesidade reduz expectativa de vida

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Atualmente, a obesidade é vista como uma epidemia global que continua crescendo. Acredita-se que cerca de 1,9 bilhão de adultos no mundo sofram dessa condição, enquanto cerca de 340 milhões de crianças e adolescentes sofrem com ela.

A obesidade, por si só, torna-se um fator de risco para contrair doenças. Dentre elas podemos destacar as seguintes, que, por sua vez, estão intimamente relacionadas entre si:

  • Diabetes tipo 2: atualmente, oito em cada 10 pessoas com diabetes também estão com sobrepeso ou obesidade.
  • Hipertensão: é uma doença comum em pessoas com excesso de peso.
  • Doença cardíaca: inclui diferentes condições cardíacas, várias delas com risco de morte.
  • AVC: a hipertensão é seu principal fator de risco.
  • Apneia do sono: aumenta o risco de diabetes tipo 2 e doenças cardíacas.
  • Síndrome metabólica: compreende um grupo de condições que aumentam o risco de doenças cardíacas, diabetes e acidente vascular cerebral.
  • Fígado gordo: aumenta o risco de danos graves, cirrose ou insuficiência hepática.
  • Osteoartrite: o peso pressiona as articulações e a cartilagem.
  • Problemas da vesícula biliar: há um risco aumentado de desenvolver cálculos biliares e colecistite.
  • Doença renal: a obesidade promove e acelera a doença renal.
  • Problemas durante a gravidez: mães obesas correm maior risco de complicações durante a gravidez.
  • Câncer: alguns tipos de câncer têm sido associados ao sobrepeso e à obesidade.

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Estudos reveladores

Um estudo na revista FMC publicado em 2013 mostrou os resultados de um acompanhamento de 40 anos de 3.457 pessoas com obesidade, das quais 1.550 eram homens e 1.907 mulheres. Todos eles começaram a ser estudados quando tinham entre 30 e 49 anos de idade.

A pesquisa concluiu que a obesidade reduz a expectativa de vida. Ela destaca que os homens perdem em torno de 5,3 anos de vida e as mulheres, 7,1 anos. Se essas pessoas também fumam, a perda chega a 6,7 anos nos homens e 7,2 nas mulheres.

Outro estudo realizado pelo National Cancer Institute (NCI) dos Estados Unidos, publicado em 2014 na revista PLOS Medicine, concluiu que pessoas com mais de 45 quilos de sobrepeso vivem de 6,5 a 13,7 anos a menos que os de peso normal.

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O relatório da OCDE

A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico -OCDE- apresentou um relatório em 2019 segundo o qual, o simples fato de estar acima do peso reduz a expectativa de vida em aproximadamente três a quatro anos. Nesse caso, não se trata de pessoas obesas, mas apenas de pessoas com sobrepeso.

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O relatório também observou que três em cada cinco pessoas obesas vivem em países ricos. Destacam-se os dados dos Estados Unidos, onde aproximadamente 40% dos adultos e 20% das crianças apresentam excesso de peso corporal. Por sua vez, no Reino Unido, três em cada cinco pessoas estão acima do peso.

A OCDE chama a atenção para o fato de que 50% das pessoas no mundo têm uma alimentação pouco saudável. Duas em cada cinco pessoas não comem frutas e vegetais suficientes. Além disso, uma em cada três pessoas não realiza atividade física suficiente.

Esta organização alertou que, se esta situação não se alterar, nos próximos 30 anos 60% dos novos casos de diabetes serão causados pela obesidade, assim como 18% das doenças cardiovasculares, 11% das demências e 8% dos diferentes tipos de câncer.


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