5 Fatos importantes que você não sabia sobre "Síndrome do coração partido"
Escrito e verificado por o médico José Gerardo Rosciano Paganelli
Além do lado poético, além do simbolismo que o termo “coração partido” pode denotar, podemos dizer que estamos diante de uma verdadeira doença cardíaca, que devemos conhecer em profundidade.
É curioso que esta cardiomiopatia, devido ao estresse, foi descrita pela primeira vez recentemente.
Foi na década de 1990 que um médico japonês publicou o primeiro artigo científico sobre o assunto, descrevendo uma série de características clínicas que o resto da comunidade médica não conhecia.
No entanto, desde então, até agora, esta condição médica tornou-se bastante popular, e com ela, aspectos que, sem dúvida, têm gradações e devem ser esclarecidos.
Entre estes está o fato de que é uma doença cardíaca, que se resolve em poucos dias sem deixar sequelas, e quase sempre afeta o gênero feminino.
Bem, deve notar-se que existem muitas outras gradações em torno da síndrome do coração partido que precisam ser conhecidas.
Da mesma forma, não podemos esquecer algo essencial: todos nós somos susceptíveis de sofrer a qualquer momento esse tipo de doença cardíaca.
Portanto, é vital que conheçamos as origens e como preveni-la.
Uma ligeira contração do ventrículo esquerdo que da ao coração uma forma de cone, uma sensação de sufocamento no paciente, e o aumento excessivo de adrenalina… estas são as três características básicas que definem à cardiomiopatia de Takotsubo.
1. A síndrome do coração partido pode ser mais severa nos homens
Tornou-se tão popular a ideia de que a síndrome do coração partido é mais comum nas mulheres, que há aqueles que acreditam que é exclusiva desse gênero e que, por sua vez, é o tipo de doença cardíaca mais comum da qual elas podem sofrer.
Vamos esclarecer dúvidas:
- A síndrome do coração partido aparece principalmente em mulheres na pós-menopausa.
- A cardiomiopatia de Takotsubo também pode afetar os homens. A proporção é menor, mas há dados que não podemos negligenciar.
Os homens têm um histórico clinico mais elevado associado à doença cardíaca do que as mulheres, pelo que o fato de que esse tipo de miocardiopatia relacionado ao estresse, aparece a qualquer momento, podendo ser algo grave e até fatal, se o homem já tiver problemas cardíacos anteriores.
Também deve ser observado que embora seja mais comum no gênero feminino, isso não significa que seja uma doença comum, nem que os médicos vejam diariamente em centros médicos ou salas de emergência.
Estamos lidando com um tipo de anormalidade cardíaca temporal que, de fato, não é tão frequente como o infarto.
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2. Não há insuficiência cardíaca: é uma desordem temporária
O mais difícil da cardiomiopatia de Takotsubo é que a pessoa realmente acredita que está sofrendo de um ataque cardíaco, e que ela vai morrer.
O sintoma é o mesmo, mas quando os médicos realizam os testes clínicos, eles descobrem instantaneamente que não há insuficiência cardíaca:
- Não há coágulo de sangue que bloqueie a artéria.
- Nota-se uma mudança muito marcante: o ventrículo esquerdo tem forma cônica.
- Esta alteração é devida ao impacto da adrenalina, que deforma temporariamente o músculo cardíaco, mas nunca as próprias artérias coronárias.
Normalmente, esta alteração é resolvida em pouco tempo sem deixar sequelas.
No entanto, o problema aparece se já contarmos com antecedentes de problemas cardíacos anteriores, ou se sofrermos com mais frequência essa cardiomiopatia.
3. De repente, nossas emoções atacam o coração.
Uma decepção, uma perda, um forte impacto emocional, más notícias…
Nossa mente não está preparada para a adversidade, e quando ela aparece, nosso cérebro reage da pior maneira: liberando uma combinação tóxica de hormônios que atacam diretamente o coração.
- Aumenta o nível de dopamina, adrenalina, e noradrenalina. Estas são catecolaminas, que circulam no sangue e impactam diretamente o músculo cardíaco.
- Na verdade, é algo semelhante a um acidente vascular cerebral interno, seguido de dor paralisante no peito, sensação de asfixia, e tonturas…
A pessoa acredita estar morrendo, porque as emoções, de repente, atuam como nossos próprios inimigos, por não saber como administrar adequadamente certos momentos de nossa vida.
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4. Posso morrer de síndrome do coração partido?
Uma ideia que se tornou popular é que, ninguém morre por “ter um coração partido”.
No entanto, devemos ser claros sobre alguns aspectos:
- Se não controlarmos nossas situações de estresse, o que começa com uma cardiomiopatia simples pode levar a uma doença cardíaca severa, ou mesmo a um ataque cardíaco.
- Se voltarmos a sofrer mais frequentemente essa síndrome, ou cardiomiopatia, o músculo cardíaco pode ser danificado.
- A cardiomiopatia de Takotsubo pode ser grave em pacientes mais velhos, ou em pessoas que possuem outras condições associadas.
Portanto, devemos ver esta condição médica como um “aviso”, como um convite direto, para se cuidar física e psicologicamente um pouco mais.
5. Ninguém está preparado para as adversidades ou más notícias, mas podemos “treinar”
Nós sabemos que ninguém pode prever o que pode acontecer amanhã, ou como podemos reagir às más notícias.
O ideal é cuidar do corpo e treinar a mente em assuntos fortes, calma interior, resiliência e autocontrole.
Estas seriam algumas regras básicas.
- Cuide de seus hábitos de vida. Evite fumar, coma de forma saudável e faça exercício físico. Tudo isso permitirá que você tenha um coração mais forte.
- Treine suas emoções. Para isso, você pode praticar diferentes técnicas de relaxamento, meditação, atenção plena…
- Encontre atividades que favoreçam a liberação de suas emoções, que fazem você se sentir bem, que lhe produzem bem-estar: dançar, pintar, escrever, conversar com amigos, fazer cursos…
Embora a síndrome do coração partido não seja uma condição médica séria ou fatal, devemos vê-la como uma demonstração de como nossas próprias emoções podem nos prejudicar em um dado momento.
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