Você tem coceira vaginal? Conheça algumas possíveis razões
Revisado e aprovado por médico Nelton Abdon Ramos Rojas
A coceira vaginal é algo muito comum, pois em geral, há diversos fatores que podem desenvolvê-la.
O certo é que, independentemente da sua causa, trata-se de uma condição bastante incômoda que pode causar insegurança e preocupação, em especial quando surge acompanhada de outros sintomas.
É muito importante que todas as mulheres prestem atenção à coceira na área íntima, já que ela pode representar sinais de alerta de algumas infecções ou doenças. No entanto, antes de sentir medo e angústia, é fundamental consultar um ginecologista para obter um diagnóstico e tratamento adequados para o seu caso.
Em grande parte dos casos, quando aparecem estas sensações na região íntima, significa que algo não está certo. Entretanto, apenas em pouquíssimos casos, a coceira costuma ser um sinal de algo mais grave.
Neste artigo iremos compartilhar 5 possíveis razões que podem causar a coceira vaginal, e algumas formas naturais de tratá-la.
1. Coceira vaginal devido à uma infecção por fungos
O pH normal da vagina é ácido e se encontra abaixo do 4,7. As bactérias boas, conhecidas como lactobacilos, são as responsáveis por manter o grau de acidez adequado para evitar a proliferação de fungos e outros micro-organismos.
No entanto, alguns fatores podem alterar este pH natural da área vaginal, o que pode desenvolver infecções devido ao acúmulo de fungos na vagina.
Os fungos têm facilidade para se proliferar em ambientes úmidos como o que é oferecido na vulva. O resultado é um tipo de corrimento vaginal branco ou amarelado, que vem acompanhado de um odor de pão e uma coceira frequente.
Para conseguir restabelecer as bactérias boas da vagina, aconselha-se o consumo frequente de alimentos probióticos, como o iogurte natural.
Se a sensação de coceira for muito incômoda, é possível fazer uma lavagem artificial com um pouco de vinagre diluído em água.
2. Vulvite
Este é o termo que foi dado à irritação da vulva, condição que se produz quando a mulher limpa sua região íntima em excesso ao tomar banho, ou faz uso de sabonetes com químicos agressivos para a pele delicada desta área do corpo.
Outra possível razão é o uso de papeis higiênicos com corantes e compostos irritantes, e ela também pode ocorrer quando passamos um tempo prolongado usando roupas de academia ou biquínis.
Para evitar a coceira vaginal devido a este motivo, aconselha-se lavar a região íntima com água morna e um sabonete com pH adequado. Além disso, deve-se evitar o uso de desodorantes vaginais ou talcos.
3. Depilação
As técnicas de depilação costumam provocar uma reação alérgica na pele sensível da região ao redor da vagina, por isso não é estranho que depilar-se possa causar uma sensação intensa de coceira vaginal.
Utilizar lâminas e as máquinas depiladoras, assim como alguns cremes depilatórios, irritam a pele e, em muitos casos, dão lugar ao desenvolvimento de infecções e pelos encravados.
Para prevenir este incômodo problema, obtenha uma pomada para acalmar a irritação e experimente se depilar somente a cada 15 ou 20 dias.
Leia também: 4 dicas para uma boa depilação
4. Doenças sexualmente transmissíveis
Não se assuste. Em pouquíssimos casos a coceira vaginal tem sua origem em uma DST, já que na maioria das ocasiões este tipo de doença é assintomática nas suas primeiras etapas, e costuma evoluir apresentando dor ou algum tipo de secreção com odor desagradável.
No entanto, algumas pessoas infectadas por diferentes DSTs podem chegar a sentir coceira como um dos primeiros sintomas.
Se além da coceira você notar umas bolinhas vermelhas na região vaginal, é muito provável que se trate de herpes, uma das DSTs mais comuns. Ela quase nunca leva a problemas mais graves, mas ainda assim é importante tratá-la para que não se torne algo mais crônico.
5. Um problema da pele
Condições cutâneas como a psoríase ou o eczema também podem dar origem à coceira na região íntima.
No geral, elas afetam diferentes áreas da pele, e por isso é possível determinar se esta é a origem da coceira. Se for o caso, é fundamental consultar um médico ou ginecologista para receber um tratamento adequado e eficaz.
Por exemplo, para a psoríase que afeta a vulva, os corticosteroides tópicos de baixa resistência e a aplicação de um creme hidratante podem ajudar.
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