Cientistas fazem com que células de leucemia se destruam
Revisado e aprovado por o médico José Gerardo Rosciano Paganelli
A leucemia é um tipo de câncer do sangue que se inicia na medula óssea. Esse é o tecido localizado no centro de certos ossos, onde se regenera a maior parte das células sanguíneas.
A doença começa quando os glóbulos se tornam cancerígenos. Assim, impedem que se produza uma quantidade suficiente de glóbulos vermelhos, plaquetas e glóbulos brancos saudáveis.
Isso, por sua vez, desenvolve uma série de sintomas mortais que aumentam conforme se reduz o número de células benignas.
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O câncer se propaga através da corrente sanguínea e dos gânglios linfáticos. Assim, conforme avança, pode chegar ao cérebro, medula espinhal e outras partes do corpo.
Ainda que os avanços científicos tenham desenvolvido diversos tratamentos para combater esta doença, infelizmente ela continua sendo uma das mais difíceis de tratar. Além disso, costuma apresentar constantes recaídas, pois muitas vezes as células se tornam resistentes aos medicamentos.
No entanto, um novo estudo publicado na Academia Nacional de Ciências deu esperanças a todos após revelar que há muitas possibilidades de fazer com que as células malignas se destruam entre si.
A pesquisa sobre as células da leucemia…
Cientistas do Instituto de Investigación Scripps (TSRI) em La Jolla, Califórnia (Estados Unidos) desenvolveram uma técnica inovadora que poderia fazer com que as células da leucemia se transformassem em células imunes para que destruíssem as cancerosas, que crescem sem medida complicando a doença.
A chave para tornar isso possível seria um tipo de anticorpo humano bastante raro. Sua ação ativaria os receptores de células da medula para fazer com que elas amadurecessem e se transformassem em células úteis.
Os anticorpos são um tipo de proteína que se produz de forma natural graças ao sistema imunológico do corpo humano. Eles atuam em conjunto com os glóbulos brancos para enfrentar os possíveis invasores externos. Seja para neutralizar a sua ação ou conseguir sua destruição.
Tendo isso em mente, os pesquisadores tentaram desenvolver uma terapia com anticorpos para transformar as células leucêmicas da medula em células saudáveis e não cancerosas.
Eles esperavam que os anticorpos tivessem a capacidade de ativar as células não maduras. Assim, as transformariam em saudáveis e úteis no tratamento das que já estavam prejudicadas.
Entretanto, após anos de pesquisas, eles não contavam que um grupo destes anticorpos induzidos pudesse ajudar as células a amadurecer em variedades muito diferentes, chaves para aumentar a resposta imunológica do corpo.
Para chegar a uma conclusão tão importante, os cientistas adicionaram vários anticorpos em uma amostra de sangue humano rico em células leucêmicas perigosas. Então, descobriram que podiam transformá-las em outras variedades celulares, cujas funções apoiariam o sistema imunológico.
Dando a eles ainda mais tempo para agir, as células começaram a amadurecer. Assim, pouco a pouco, se assemelharam às responsáveis por caçar e destruir as ameaças ao corpo. Isso inclui os vírus, bactérias e células cancerosas.
As células NK, chamadas de “assassinas naturais”, mostraram ter a capacidade de estender sua ação sobre as células cancerígenas. Assim, conseguem uma destruição de até 15% em uma amostra de apenas um dia de duração.
E ainda que isso pareça incrível, este grupo de células só mata as células leucêmicas, e não funciona contra as que geram outros tipos de câncer no corpo.
As expectativas são boas…
Com os incríveis resultados deste estudo, espera-se que a “terapia fratricida” sirva para transformar uma grande variedade de cânceres em células NK. A finalidade é que cure por completo os pacientes.
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O líder do estudo, o cientista Richard A. Lerner, comentou o seguinte:
“É um foco totalmente novo para o câncer e estamos trabalhando para testá-lo em pacientes humanos assim que for possível”.
E acrescentou:
“Estamos conversando com empresas farmacêuticas para levá-lo aos seres humanos depois de terminarmos os estudos adequados de toxicidade”.
Em suma, trata-se de um tipo de terapia com vantagens muito importantes. Afinal, estes anticorpos poderiam ser úteis com pouca ou nenhuma modificação adicional.
Por fim, acredita-se que a sua aplicação reduziria de forma significativa a probabilidade de efeitos colaterais do tratamento atual, pelo menos, sendo mais suportável do que a temida quimioterapia para tratar o câncer.
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