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Um abraço na hora certa não tem preço

4 minutos
O abraço de um ser querido nos ajuda a liberar oxitocina e nos permite nos sentirmos melhor no momento, tanto se abraçamos quanto se somos abraçados.
Um abraço na hora certa não tem preço
Última atualização: 03 fevereiro, 2018

Há poucas coisas que reconfortem mais do que um abraço. Porque estes gestos curam, aliviam as preocupações e apagam os medos que nos tornam vulneráveis, estranhos em nossa própria identidade.

Nosso cérebro, por mais curioso que seja, está programado para nos conectar com as pessoas, para construir vínculos que nos garantam a possibilidade de sobreviver, validar-nos como seres capazes, seguros e dignos de dar e receber felicidade.

Quando as carícias emocionais não surgem em nossos contextos cotidianos, quando ninguém nos toca, nos abraça ou nos diz “estou aqui com você, estou te vendo e te amo”, algo em nós se apaga aos poucos.

A neurociência nos explica que nenhuma criança se desenvolverá de forma adequada se não for alimentada com afeto, se não consolarem suas lágrimas, se não se sentir amada e protegida.

Na medida em que crescemos, vestimo-nos com essa armadura onde convencemos a nós mesmos de que somos fortes e invulneráveis, de que suportamos tudo e que poucas coisas nos afetam.

Porém, nossas emoções continuam tendo as mesmas necessidades que as de uma criança, porque todos precisam se sentir queridos pelas pessoas que são significativas e se sentir seguros de que não serão abandonados.

Os abraços não resolverão os grandes problemas deste mundo, mas são a solução precisa para os momentos mais críticos.

Os abraços nos fazem fechar os olhos por uma razão muito concreta

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Basta uma carícia, um roçar, um abraço de um ser amado para que, no mesmo instante, seja liberado um neuropeptídio muito especial que também faz a função de hormônio: a oxitocina.

  • Este composto mágico é a “cola” com a qual se unem as almas, o motor que acende a relação entre a mãe e o filho, entre os casais que se amam e entre os amigos que se valorizam e que se ajudam.
  • Os animais também dispõem deste neurotransmissor que explora estes laços entre as manadas e as unidades sociais que habitam em um ecossistema determinado.

A oxitocina acende o cérebro e nos convida a ser mais amáveis, mais compassivos. Tem um grande poder nessas áreas relacionadas com as emoções e, por sua vez, sobre a forma em que podemos executar um tipo de linguagem onde as palavras não são necessárias.

Um fato curioso é que, sem dúvidas, alguma vez lhe chamou a atenção é fechar os olhos ao beijar ou abraçar.

Nestes instantes em que a emoção é intensa e nosso cérebro se encontra enfrascado na liberação de oxitocina, ele escolhe fechar os olhos para que, deste modo, possamos nos concentrar no que importa de verdade: as emoções.

Abraçar ou beijar com os olhos abertos quebra por completo essa intensidade, não a torna autêntica.

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A ausência de abraços, o vazio da alma

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Quando temos um dia ruim, quando nos decepcionam, quando sentimos medo, insegurança ou, simplesmente, estamos com uma gripe ou outra doença, é comum que precisemos deitar no sofá e nos aconchegarmos por um momento.

  • Pouco a pouco, adotamos a posição fetal e cruzamos os braços nesse instinto quase natural de sentir contato físico, ainda que seja o nosso.
  • Precisamos ser envoltos, vestidos e protegidos com amor e, nestes casos, poucas coisas são tão terapêuticas como receber o abraço de um ser querido, seja nosso parceiro, a mãe ou um amigo.
  • A necessidade física de segurança e apoio através do tato nunca desaparece.
  • Estes atos nos conferem um efeito calmante que, às vezes, pode chegar a acelerar a cura de muitas doenças.
  • Nos sentirmos apoiados e amados fortalece nosso sistema imunológico. Esse apoio emocional sincero e altruísta faz muito mais do que uma simples vitamina.
  • De fato, às vezes, inclusive até a mão de um médico sobre nosso ombro nos dá alento e nos reconforta.

Carecer destas amostras simples de consideração, cria profundos vazios em nossa alma, em nosso cérebro emocional.

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As regras de um bom abraço

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Algo que todos sabem é que, por mais que nos digam, nem todos os abraços servem e nem todas as pessoas podem cruzar esse limite pessoal onde chegar ao contato físico.

O abraço de um desconhecido não é agradável, não reconforta e é incômodo. De fato, em nosso círculo social também contamos com familiares ou amigos com os quais não desejamos ter contato.

Ainda, também é comum que haja pessoas das quais queremos esses abraços e que não sabem dá-los ou não se atrevem. Por isso, sempre serão bons estes conselhos:

  • Um abraço deve ser espontâneo, sincero e intenso. Se você amar alguém, abrace-o. Não espere que se ofereçam para isso.
  • As crianças sempre chegam em uma idade em que parecem se defender dos abraços, porém, ainda que demonstrem o contrário, eles gostam e isso os faz se sentirem bem.

Abrace-os por alguns segundos, mesmo que resistam.

Nestas situações em que se dá conta de que as palavras já não servem ou de que a conversa deriva em um túnel sem saída, não duvide, abrace.

Porque, às vezes, um abraço pode ser a solução para muitas coisas.

Imagem principal oferecida por Puuung


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  • Barthes, R. (1990). La aventura semiológica. Barcelona: Paidós.
  • Escandell, M. V. (2006). Introducción a la pragmática. Madrid: Anthropos.
  • Galeano, E. (2015). El libro de los abrazos. Barranquilla: La Cueva.
  • Morris, Ch. (1962). Signos, lenguaje y conducta. Buenos Aires: Losada.

 


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