Strep A: a bactéria que pode afetar crianças

Seis crianças já morreram por causa de uma infecção por Strep A, segundo informações da Agência de Segurança em Saúde do Reino Unido.
Strep A: a bactéria que pode afetar crianças

Escrito por Equipe Editorial

Última atualização: 26 janeiro, 2023

A bactéria Streptococcus do Grupo A, apelidada de Strep A, pode levar à escarlatina, uma doença altamente contagiosa, e ser fatal. No atual surto no Reino Unido, pelo menos seis crianças já morreram em decorrência da infecção. Por isso, a Agência de Saúde e Segurança do Reino Unido (UKHSA, em inglês) está alertando para sinais que possam identificar a contaminação.

Essa bactéria é encontrada na garganta e na pele. Ocasionalmente, estes germes podem causar dor de garganta ou infecção cutânea leve.

Segundo o Dr. Gerson Salvador, médico infectologista do Hospital Universitário, especializado em Saúde Pública pela FSP/USP, a infecção costuma ser inofensiva e não apresenta sintomas para a maioria das pessoas. Porém, em algumas pessoas pode causar uma inflamação leve na garganta e também na pele. Em alguns casos raros, pode levar à escarlatina (infecção na garganta, febre e uma erupção típica na pele) e, assim, ao óbito.

Eventualmente, essa bactéria pode causar doenças invasivas que têm maior gravidade e podem causar a morte. Porém, ela é muito mais comum do que se imagina e se encontra em todos os lugares. A maior parte de nós já teve uma infecção por Streptococcus do grupo A”, afirma.

“Na pele mais escura, a erupção pode ser mais difícil de detectar visualmente, mas terá uma sensação de lixa”, destaca alerta da UKHSA.

Strep A no Brasil

No Brasil, não há estatísticas recentes sobre infecções invasivas relacionadas a esse micro-organismo em específico. Em 2011, o Ministério registrou um surto do tipo no Distrito Federal, quando três crianças e um adulto morreram. Na época, o Governo Federal afirmou que estes haviam sido os primeiros óbitos pela bactéria registrados no país.

Um estudo feito pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) em 2006 detectou a presença dessa bactéria na garganta de 8 a 24% das crianças que frequentavam creches.

Segundo a Dra. Rosana Richtmann, chefe do Departamento de Infectologia do Grupo Santa Joana, não devemos nos preocupar pois não há notificação compulsória da doença aqui no país, logo a maior parte dos sintomas consequentes da bactéria é leve.

“Ter infecção por essa bactéria é quase um dia a dia da pediatria, mas o que chama atenção no Reino Unido é o fato de haver casos mais concentrados, com uma gravidade muito maior. Mas a bactéria é muito conhecida aqui no Brasil e não é algo com que, por enquanto, devemos nos preocupar”

Existe uma vacina?

Ainda não. A melhor forma de combater a infecção é fazer o diagnóstico no tempo adequado e tomar os antibióticos prescritos pelo médico.

As principais formas de prevenção envolvem os cuidados básicos de higiene, como lavar bem as mãos, cobrir o nariz e a boca durante tosses e espirros e não compartilhar objetos de uso pessoal com alguém que está infectado.

O Streptococcus pode ser facilmente transmitido de pessoa para pessoa por meio do compartilhamento de talheres, beijos ou secreções, como espirros e tosse, ou por meio do contato com secreções de feridas de pessoas infectadas. Lavar as mãos é uma das formas de evitar a Strep A.

Conforme o Dr. João Prats, infectologista da Beneficência Portuguesa, é importante que uma criança com sintomas de febre, dor de cabeça, vômito, dores musculares, confusão, erupção cutânea e problemas respiratórios seja levada imediatamente para hospital, para que seja feita uma avaliação médica. Se a pele estiver infectada, dor grave no local da infecção também pode ser outro sintoma.

Informações: Pais&Filhos, BBC.


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