Síndrome de Hellp: a doença rara que causou a morte de fisioterapeuta após o parto

A Síndrome de Hellp é uma doença rara que acontece a partir do 5º mês de gestação. Especialistas explicam causas, sintomas e tratamento. Confira.
Síndrome de Hellp: a doença rara que causou a morte de fisioterapeuta após o parto

Escrito por Equipe Editorial

Última atualização: 04 janeiro, 2023

A fisioterapeuta Tayse de Sousa Martins, de 38 anos, esposa do delegado regional de Águas Lindas de Goiás, Cleber Junio Martins, morreu na terça-feira (13) após ter a Síndrome de Hellp no dia do parto, uma doença muito rara durante a gestação. A filha do casal, Marcela, sobreviveu e está em casa com a família.

“Era uma pessoa espetacular. Vivia para a nossa família, cuidar do nosso filho. Pessoa simples, amorosa e dedicada. Deus nos dará forças”, lamentou Cleber Martins.

O que é a Síndrome de Hellp?

Segundo os especialistas, é uma doença rara que acontece a partir do 5º mês de gestação, conforme explicaram os ginecologistas e obstetras Waldemar Naves do Amaral e Rita de Cássia Borges. A doença causa uma complicação grave de pressão arterial elevada durante a gravidez, no dia do parto ou até depois.

“A placenta para de funcionar por causa da pressão alta e provoca lesões nos rins, fígado e cérebro da mãe e do feto. É uma doença que gera muito sofrimento para a mãe e para o feto e pode levar à morte ou deixar sequelas graves na mãe e no bebê, como neurológicas e renais”, explicou o médico Waldemar Naves.

Confira os detalhes sobre sintomas, formas de prevenção e tratamento explicados pela ginecologista e obstetra Rita de Cássia Borges.

Fatores de risco

Rita de Cássia Borges explicou que a diabetes é um dos fatores de risco pra pré-eclâmpsia. Além disso, a profissional detalhou que também podem aparecer nessa lista nefropatias, trombofilias, doenças autoimunes, obesidade e extremos das idades. Outros fatores de risco são:

  • Primiparidade (gestante pela primeira vez).
  • Antecedente de pré-eclâmpsia na gestação anterior.
  • Antecedente familiar pré-eclâmpsia/eclâmpsia.
  • Extremos da idade, como adolescentes e pessoas acima de 35 anos.
  • Obesidade (IMC acima de 30).
  • Gemelaridade.
  • Trombofilia.
  • Diabetes mellitus.
  • Doença autoimune.
  • Antecedente de FIV.
  • Nefropatia.
  • Hipertensão arterial prévia.

Prevenção

Segundo a ginecologista e obstetra, é necessário ressaltar sobre a importância da prevenção da doença. Um dos exemplos básicos e práticos é que a gestante repouse de lado, por exemplo.

“Você pode administrar uma dieta adequada para a gestante, rica em proteínas e diminuir carboidratos. O mais importante é uma dieta rica em proteínas, o repouso de lado, um pré-natal adequado, consultas médicas frequentes e não pular as consultas”, afirmou.

Varizes vulvares: o que são e como são tratadas.

Sintomas

Confira os principais sintomas da Síndrome de Hellp, levantados pela doutora Rita:

  • Edema de membros inferiores ou até mesmo generalizado.
  • Hipertensão arterial.
  • Turvação visual.
  • Cefaleia.
  • Ganho súbito de peso.
  • Falta de ar.
  • Mal-estar geral da paciente.
  • Dor no estômago.
  • Dor na parte superior do abdome.
  • Náuseas e vômitos.

Eclâmpsia e Síndrome de Hellp

Rita explicou que a doença atinge 0,5% das gestações e é o resultado da complicação da pré-eclâmpsia grave. A profissional ensinou que a Doença Hipertensiva da Gestação (DHEG), tem formas diferentes, sendo elas: pré-eclâmpsia leve ou grave.

“A DHEG tem início após 20 semanas de idade gestacional. Como complicações da pré-eclâmpsia grave temos a eclâmpsia, a evolução para convulsões, e/ou a forma que evolui para Síndrome de Hellp”, disse.

O termo “Hellp” vem da sigla H, de hemólise, que é a destruição das hemácias. EL, a elevação das enzimas hepáticas e LP, que são as plaquetas baixas.

Cuidados diários para uma gravidez de alto risco

“A Síndrome de Hellp é uma complicação da pré-eclâmpsia, normalmente a pré-eclâmpsia grave ou da eclâmpsia. Pré-eclâmpsia/eclâmpsia são formas evolutivas da Doença Hipertensiva da Gestação e podem complicar com a Síndrome de Hellp”, completou.

Informações: G1.


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.