Logo image
Logo image

Como a rinite e a asma estão relacionadas?

5 minutos
Existe uma relação entre rinite e asma? Parece que sim. Muitas pessoas sofrem dessas condições quase em uníssono, e até mesmo recebem medicamentos que podem aliviar sintomas semelhantes.
Como a rinite e a asma estão relacionadas?
Leonardo Biolatto

Escrito e verificado por médico Leonardo Biolatto

Escrito por Leonardo Biolatto
Última atualização: 27 maio, 2022

A ciência médica conhece, de maneira empírica, a relação entre rinite e asma. Não é nada fora do comum que um paciente asmático apresente sinais alérgicos no trato respiratório superior na primavera. O mesmo acontece ao contrário.

Agora, onde reside esse vínculo intrínseco? Para alguns pesquisadores, é uma origem comum que está no sistema imunológico; para outros, é a forma semelhante da mucosa respiratória que é compartilhada entre os brônquios e o nariz. Vamos ver mais sobre isso.

O que é a rinite?

A rinite é uma inflamação da mucosa nasal. Pode responder a diversos agentes etiológicos, mas o resultado final é sempre um aumento de tamanho devido ao acúmulo de fluidos e células inflamatórias a partir de um agente externo ou de um estímulo interno.

Existem rinites infecciosas e não infecciosas. No primeiro caso, um microrganismo invade o nariz e o infecta, seja um vírus ou uma bactéria. O corpo reage à colonização e aciona mecanismos para expulsar o agente invasor. Isso determina a inflamação.

No caso da rinite não infecciosa, a mais comum é a forma alérgica, que é a que mais aparece nos asmáticos. Sem ser um vírus ou bactéria, o agente externo é uma partícula reconhecida como estranha e é atacada. Na época em que as plantas florescem, o pólen costuma ser uma das causas.

Some figure
A rinite é a inflamação da mucosa nasal. Pode ser provocada por infecções virais e bacterianas ou por causas não infecciosas.

Continue lendo: 5 ervas para tratar a rinite alérgica

O que é a asma?

A asma brônquica é uma inflamação do revestimento dos brônquios com hiper-responsividade. Em outras palavras, além do processo inflamatório, as vias aéreas se fecham abruptamente e impedem o fluxo normal de ar.

É classificada como uma doença respiratória obstrutiva e crônica. Seu curso evolui na forma de episódios agudos a longo prazo. Há certos gatilhos de crises, como os resfriados ou as infecções, que são mais comuns no inverno. Portanto, esse período é o que mais afeta essas pessoas.

O diagnóstico da patologia geralmente é feito em uma idade precoce. São crianças que começam com broncoespasmos quando fazem atividade física ou quando a temperatura cai. Em primeiro lugar, trata-se o problema com broncodilatadores para avaliar sua evolução, mas se as crises ocorrerem novamente, o diagnóstico de asma é confirmado.

A gravidade da doença nem sempre é a mesma, nem a evolução é linear. Há pessoas nas quais a patologia se apresenta de forma leve, com apenas um ataque por ano, enquanto outras passam por um estado quase persistente de falta de ar.

Saiba mais: Como funcionam os antiasmáticos?

Por que existe uma relação entre rinite e asma?

As explicações para o motivo pelo qual os pacientes asmáticos frequentemente sofrem de rinite são variadas. Estima-se que até 75% dos asmáticos apresentam inflamação da mucosa nasal. Por outro lado, aqueles com diagnóstico de rinite apresentam broncoespasmo em 40% dos casos. Vejamos algumas teorias sobre esta relação.

Respiração pela boca

Uma das explicações para as pessoas com rinite também terem asma é pela falta de fluxo suficiente de ar pelo nariz. Como há inflamação da mucosa, esses pacientes preferem respirar pela boca, o que evita a umidificação e o aquecimento do ar.

Dessa forma, quando o ar frio e seco atinge os brônquios, a via aérea tende a se contrair, pois esse fluxo é identificado como prejudicial. Vários estudos científicos mostraram que a broncoconstrição aumenta no clima frio, por exemplo, em atletas de neve e de inverno.

Comunicação entre mucosas

Várias pesquisas revelam a relação entre todas as partes da mucosa respiratória. Se houver estímulos através de alérgenos no nariz, é muito provável que as células dos brônquios reajam de alguma forma. Por outro lado, quando as vias aéreas inferiores se contraem, a mucosa nasal se modifica.

Parte do mecanismo fisiopatológico estaria na comunicação nervosa e na reatividade dos vasos sanguíneos. É isso que parece estar por trás da asma induzida por exercícios, mediada pela descarga de adrenalina e norepinefrina que são desencadeadas por estímulos esportivos.

Esses neurotransmissores relacionam a rinite e a asma, causando a redução do calibre dos vasos sanguíneos. Em toda a mucosa respiratória, esse estreitamento reduz a circulação e a capacidade de responder a agentes externos.

Some figure
Pacientes com asma têm uma alta probabilidade de sofrer de rinite. A relação entre as duas condições é explicada por meio de várias hipóteses.

O sistema imunológico e a relação entre rinite e asma

Um tipo especial de glóbulo branco são os eosinófilos. Eles têm um papel especial na mediação de reações alérgicas em todo o corpo. Por um lado, os pesquisadores investigaram o seu papel na rinite, por outro lado, também estudaram o seu papel na asma.

Supõe-se que, por se tratar de um mecanismo semelhante, faz sentido que as reações alérgicas compartilhem a via comum dessas células e que seu aumento em situações de combate a agentes externos seja fundamental.

Além disso, as substâncias da inflamação não são estáticas, mas aproveitam a circulação sanguínea para se movimentar, podendo passar do nariz para os brônquios.

Rinite e asma: semelhantes, mas diferentes

É possível explicar a relação entre rinite e asma através de várias hipóteses, mas isso não significa que se trate da mesma condição. Alguns medicamentos usados ​​são semelhantes, embora a abordagem não tenha os mesmos protocolos para uma e para a outra.

É essencial que os médicos responsáveis ​​pelo tratamento distingam uma condição da outra, para que a terapia seja correta. Em qualquer caso, o paciente asmático deve aprender a lidar com uma crise de rinite, pois tem uma grande probabilidade de sofrer da doença.


Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.


  • Pérez-Marrero, N., R. Ortiz Rodrigo, and T. Rivera-Rodríguez. “Protocolo diagnóstico de la rinitis.” Medicine-Programa de Formación Médica Continuada Acreditado 12.91 (2019): 5379-5383.
  • Alonso, Andrea Trisán. “Prueba broncodilatadora.” Revista de asma 1.2 (2016).
  • DE LA VEGA, ADOLFO RODRÍGUEZ. “Etiopatogenia y clasificación del asma.” Revista Cubana de Medicina 1.4 (2019).
  • Vizuete, José Antonio Castillo, et al. “Rinitis, poliposis nasal y su relación con el asma.” Archivos de Bronconeumología 55.3 (2019): 146-155.
  • Lisboa, Carmen. “Hiperreactividad bronquial en el asma.” ARS MEDICA Revista de Ciencias Médicas 42.1 (2017): 17-21.
  • Saranz, R. J., et al. “Mecanismos de la conexión nariz-pulmón.” Revista Methodo 2.1 (2017).
  • Drobnic, Franchek. “Asma inducida por el esfuerzo y deporte. Una puesta al día práctica.” Revista de asma 1.1 (2016).
  • Bunne, Joakim, et al. “Allergic sensitization associates differently to asthma, rhinitis and eczema during school ages.” (2017).
  • Siroux, Valérie, et al. “The asthma‐rhinitis multimorbidity is associated with IgE polysensitization in adolescents and adults.” Allergy 73.7 (2018): 1447-1458.

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.