Quais são as causas da presença de muco nas fezes?
Escrito e verificado por a médica Grecia Morillo
O sistema digestivo conta com várias membranas ao longo do intestino encarregadas de secretar muco com a finalidade de manter os intestinos completamente lubrificados e fazer com que todo o alimento tenha um trânsito mais fácil, segundo esse estudo realizado pela Universidade da Costa Rica.
Com o muco em quantidades normais, o sistema digestivo funciona bem e existe uma constante absorção dos nutrientes e a eliminação dos resíduos através das fezes.
Mas tudo muda quando a presença de muco nas fezes é mais abundante do que o normal e se torna mais notável, pois pode representar um processo infeccioso ou alguma doença que significa que algo vai mal dentro de seu sistema digestivo.
O que pode causar a presença de muco de forma abundante nas fezes?
- Amebíase, como afirma este estudo realizado pela Universidade de Zulia, na Venezuela.
- Colite ulcerosa, segundo sugere este estudo feito pelo Hospital Clínico Universitário Ramón e Cajal, em Madrid.
- Pólipos colônicos, como afirma este estudo realizado pela American Society of Colon and Rectal Surgeons.
- Diverticulite. Assim sugere esta pesquisa realizada também pelo Hospital Universitário Ramón e Cajal, em Madrid.
Conheça as doenças causadoras de muco nas fezes
Colite ulcerativa
Nesta situação, a mucosa completa do cólon inflama de maneira progressiva até chegar a desenvolver úlceras.
Isso se deve à constante irritação que o intestino apresenta sem a proteção dos ácidos, o que leva não só aos incômodos, como também aos sintomas característicos como o muco nas fezes de forma abundante.
Infecções bacterianas
São muitas as bactérias que se encontram em condições normais no cólon e em diferentes partes do intestino, ajudando no processo de digestão.
No entanto, quando o equilíbrio das bactérias se desfaz, estas podem acarretar na aparição de infecções com sintomas que acompanham não só a diarreia, como outro sintomas como a presença de muco nas fezes ou, em alguns casos, de faixas de sangue, requerendo tratamento médico imediato.
Obstrução intestinal
Quando não ingerimos a quantidade suficiente de água, com o tempo pode ocorrer um descontrole na secreção de hormônios gástricos, assim como a possibilidade de que sejam formadas infecções por fungos.
A consequência são os períodos frequentes de prisão de ventre, que com o tempo obstruem o trânsito intestinal a partir da constante produção de muco nas fezes, muitas vezes requer intervenção cirúrgica.
Este estudo realizado pelo Centro de Saúde Alamedilla, em Salamanca, na Espanha, afirma, além disso, que poderia ser um sinal de alarme em relação à aparição de outras infecções, como a Doença de Crohn.
Diverticulite
Dentro do cólon se encontram pequenas bolsas anatômicas, conhecidas como divertículos. Ao se inflamarem provocam uma condição irritativa denominada diverticulite, que a longo prazo provoca o aparecimento de muco nas fezes além de outros sintomas que o acompanham, muitas vezes a dor abdominal e o aparecimento também de sangue no material fecal.
Pólipos no cólon
Os pólipos em qualquer zona do cólon provocam uma irritação que lesiona as membranas secretoras de muco, fazendo com que excretem diretamente nas fezes e, ainda, indica que por trás do muco pode estar presente um cisto colônico com as suas consequências.
Doença de Crohn
Esta, por ser uma doença crônica, significa que sempre irá apresentar uma sintomatologia, pois sendo a Doença de Crohn de causa imunológica, somente poderão ser aliviadas algumas de suas manifestações clínicas, sem poder ter uma cura definitiva.
Um dos sinais que a doença de Crohn traz é o muco nas fezes como consequência da inflamação frequente do cólon e das glândulas secretoras em toda a sua extensão requerendo um tratamento paliativo.
Depois de conhecer muitas das causas da presença de muco nas fezes, será muito mais simples determinar qual é a sua, se sofre com o problema.
Se você souber o motivo, pode decidir qual tipo de tratamento guiado pelo médico será melhor para a condição que está enfrentando de forma a manter a saúde do intestino grosso em sua máxima capacidade e sem nenhum tipo de alterações no meio.
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