Polimastia: Tata Estaniecki descobre terceiro mamilo na axila

Tata Estaniecki descobriu ter um terceiro mamilo durante consulta para discutir lactação. Essa condição é chamada polimastia e pode ocorrer em até 5% da população.
Polimastia: Tata Estaniecki descobre terceiro mamilo na axila

Escrito por Equipe Editorial

Última atualização: 06 junho, 2023

A influenciadora Tata Estaniecki surpreendeu os seguidores ao fazer uma revelação inusitada nas redes sociais. Em meio à gestação do filho caçula, Caio, que nasceu no último domingo (21), Tata foi pega de surpresa ao descobrir que possui uma mama acessória, conhecida como “terceiro mamilo”.

“Eu tenho um fato curioso para contar para vocês. Gente, eu estou simplesmente chocada. Vocês já ouviram falar em mama acessória ou terceiro mamilo?”, disse Tata para seus seguidores.

“Na minha última consulta com a minha obstetra, eu falei: ‘Acho que eu estou com um pelo encravado na axila e está me incomodando, queria que alguém avaliasse’. Aí ela pediu para ver e falou: ‘Não, menina, isso é uma mama acessória'”, contou Tata.

“Eu achei que era um pelinho encravado na axila, esse ‘pelinho’ só encravou nas duas gestações, na gestação da Bia também encravou, mas eu nem dei bola. Agora, com o Caio, voltou. Pensei: ‘Nossa, que estranho, só encrava quando eu estou grávida’. Mas na verdade isso acontece quando você tem o tecido mamário fora da região do peito, que acaba vindo para a axila. Agora, se eu apertar essa bolinha, sai leite”.

“Muitas pessoas confundem com gordura na axila, mas pode ser uma mama acessória e, pelo que ela me falou, é muito comum”

O que é polimastia?

A polimastia é o nome dado para o aparecimento de glândulas mamárias em outros locais fora da linha do peito, como nas axilas, como no caso de Tata, ou na virilha.

“A polimastia é um resquício de tecido embriológico, que todos nós temos. O local mais frequente de aparecimento é na áxila. É algo que a gente vê com muita frequência. Às vezes você vê a mama toda formada e às vezes apenas a papila mamária”, disse o Carlos Alberto Ruiz, médico e assessor da presidência nacional da Sociedade Brasileira de Mastologia,

Trata-se de uma variação anatômica, isto é, uma característica da anatomia de algumas pessoas. Segundo a Sociedade Brasileira de Mastologia, a condição atinge entre 1% e 5% da população de ambos os sexos.

Polimastia: Tata Estaniecki descobre terceiro mamilo na axila

Mas de onde ela vem? De acordo com Wagner Rodrigues Hernandez, obstetra do Hospital e Maternidade Pro Matre Paulista, a “mama adicional” é um resquício embrionário: os embriões de todos os mamíferos se desenvolvem na barriga da mãe e surgem vários “brotos” de glândulas mamárias espalhados pela pele do embrião, em uma linha que vai das regiões axilares até as regiões das virilhas bilateralmente, conhecida como “linha do leite”.

Durante a gestação, as mamas do bebê regridem e se localizam somente na linha mediana do tórax, onde estão normalmente. Em pessoas com polimastia, porém, algumas glândulas mamárias não regridem por completo e elas podem apresentar um ou mais conjuntos de mamilos ou de glândulas mamárias em outros lugares do corpo.

“Na maior parte das mulheres, as mamas adicionais vão regredir por completo, mas em um pequeno percentual elas vão persistir”, explica Hernandez.

Como identificar?

Você identifica se auto apalpando. Tata Estaniecki achou que era um pelo encravado porque devia estar inchado o local. Aquele inchaço era, na verdadem o desenvolvimento da glândula mamária.

Quem pode ter polimastia? Existe tratamento?

“Isso pode acontecer com qualquer ser humano. Obviamente, é mais frequente em mulheres devido ao estímulo hormonal que elas recebem. Se o homem for submetido a esse estímulo hormonal, pode acontecer com ele também”.

“Na maioria das vezes, diminuindo o estímulo hormonal, é possível que a glândula involua. A indicação cirúrgica está presente quando a paciente está incomodada. Isso não piora em absolutamente nada a saúde dela, não interfere com nada. Não é uma doença, é uma condição do ser humano”, disse Alberto Ruiz.

Existem riscos?

A confirmação da condição pode ser feita por exame físico ou ultrassonografia e, eventualmente, ressonância magnética. A polimastia não requer tratamento, pois não é uma doença.

É mais uma questão estética do que qualquer outra coisa. Então, se a mulher se incomoda com isso, pode fazer cirurgia para remoção do tecido, operação que pode ser feita por um mastologista ou cirurgião plástico. Pode ser feita por lipoaspiração ou, dependendo do tamanho, por uma remoção do tecido inteiro, explica Wagner Rodrigues Hernandez.

Uma vez retirada, a mama extra não volta a aparecer.

Segundo a Sociedade Brasileira de Mastologia, as mamas acessórias não apresentam um risco maior de câncer de mama, sendo que a incidência de carcinoma no tecido mamário acessório é rara, correspondendo a apenas 0,3% dos carcinomas de mama.

“É algo benigno, o risco de malignizar e ter câncer nessa região é muito pequena”, reitera Hernandez.

No entanto, quando o assunto é check-up, é preciso tratar a mama acessória como os outros mamilos.

Uma atenção que essas mulheres têm que ter é que, como é um tecido mamário, além de fazer o check-up de mama, ultrassom e mamografia, essa região também pode ter câncer de mama, então existe uma necessidade de acompanhar esse tecido da mesma maneira que a mama.

Qual é a relação com a gravidez?

Como o tecido mamário é mais sensível à ação dos hormônios, no período pré-menstrual, na gravidez e no período de amamentação, as mamas podem ficar mais inchadas.

“É por isso que a maioria das mulheres descobre que tem uma ‘mama extra’ nesses períodos, porque um negócio que normalmente fica ‘sequinho’ acaba ficando mais ‘gordinho’ e chama a atenção”, comenta o obstetra. Ainda segundo o profissional da saúde, a condição é frequentemente confundida com uma “gordurinha” ou um abcesso (nome técnico do “pelo encravado”).

Hernandez explica que a mama extra também pode produzir leite, mas isso é menos comum. Além disso, algumas mulheres também têm, além da mama acessória, a auréola ao redor, condição conhecida como politelia, que também não representa riscos para a saúde.


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.