O abuso verbal: exemplos e recomendações
Revisado e aprovado por o psicólogo Bernardo Peña
O abuso verbal é, como seu nome sugere, um tipo de abuso, uma agressão. Por esse motivo, não deve ser permitido. Na verdade, é preciso tomar medidas e denunciá-lo. Como um tipo de abuso emocional, deve ser erradicado porque ameaça a dignidade da vítima.
O que é o abuso verbal?
O abuso verbal é definido como um “uso excessivo da linguagem para minar a dignidade e a segurança de alguém através de insultos ou humilhações, de forma súbita ou repetidamente”.
Sua definição indica que ele pode se apresentar de maneiras diferentes. Ou seja, pode ser um insulto, um comentário grosseiro, etc… Dessa forma, a dignidade e a autoestima da pessoa abusada são afetadas pelo agressor, que considera ter a “autoridade” ou o “privilégio” de poder atacar outro ser humano dessa maneira.
O abuso verbal, como um tipo de abuso emocional, pode ocorrer em qualquer área e afetar qualquer pessoa. Nesse sentido, pode ocorrer entre crianças, adolescentes, adultos ou idosos. Além disso, pode ocorrer em diferentes âmbitos, como no relacionamento amoroso, entre amigos, no trabalho, etc…
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O que pode ser classificado como abuso verbal?
O abuso verbal não deixa contusões ou ferimentos, mas também é um tipo de abuso e agressão. No entanto, é mais difícil de detectar.
Pode incluir:
- Explosões agressivas (insultos e humilhação)
- Acusações
- Culpar a outra pessoa
- Julgar e criticar de maneira humilhante ou grosseira
- Minimizar, desvalorizar a vítima
- Desprezar
- Ordenar, pedir as coisas exigindo-as, falar gritando
- Ameaçar
- Apelidos humilhantes ou degradantes
Em certas ocasiões, todos podemos perder a calma e “passar dos limites”. No entanto, devemos reconsiderar e pedir perdão, reconhecendo os danos causados à outra pessoa. No entanto, o abuso verbal é uma prática repetitiva e consciente para humilhar a outra pessoa, que o agressor considera inferior.
Exemplos de abuso verbal
Aqui estão alguns exemplos:
- No relacionamento amoroso. Um dos membros do casal “ordena” as coisas em vez de pedir por elas. Além disso, grita com arrogância, humilhando o outro. O agressor acredita que a outra pessoa está a seu serviço e não tem valor. Além disso, acredita que é obrigação da vítima “servi-lo”.
- No grupo de amigos. O agressor usa apelidos humilhantes e ofensivos. Além disso, pode até ameaçar ou menosprezar a outra parte na frente de todos.
- No trabalho. O chefe dá ordens usando comentários grosseiros, inclusive na frente de outros colegas, para se referir a um trabalhador ou a seu trabalho. Há assédio em público ou privado. Suas críticas são constantes, humilhantes e destrutivas.
- Pessoas mais velhas. Por exemplo, um cuidador insulta o idoso e ordena que faça as coisas sem respeitar sua pessoa, menosprezando-o e humilhando-o.
- Nas relações paternofiliais. Os pais usam apelidos degradantes para a criança, a insultam ou desvalorizam dizendo-lhe que não sabe fazer nada ou que é uma inútil. Especialmente no caso das crianças, as marcas que o abuso deixa podem ser carregadas para a idade adulta.
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O que fazer?
O primeiro passo é reconhecer que há abuso verbal. De fato, o principal é identificar o problema porque, se não o fizermos, não poderemos fazer nada para evitá-lo.
Segundo, é preciso impor limites. Na verdade, estes limites devem existir mesmo antes que a relação se estabeleça, de forma que o abusador compreenda que não tem o privilégio ou o direito de humilhar a outra parte.
Por outro lado, se a imposição de limites não resolver o problema, é hora de procurar ajuda, que vai depender do escopo do abuso. Se ocorrer abuso verbal no relacionamento, por exemplo, um terapeuta ou uma pessoa de confiança poderá intervir. Se houver abuso físico, este deve sempre ser denunciado.
No entanto, se ocorrer abuso verbal entre menores de idade na escola, a vítima deve informar ao órgão competente e a seus pais, para que seja implementado o protocolo contra o bullying e assédio moral.
De qualquer forma, pedir ajuda ou denunciar é certamente o passo mais importante. Na verdade isso não é fácil, pois muitas vezes a vítima, devido à sua baixa autoestima, cria uma relação de dependência com o agressor.
Outras vezes, o medo das consequências impede as pessoas que sofrem abuso de denunciar ou pedir ajuda. O agressor pode fazer ameaças para se proteger (por exemplo, o chefe ameaça com uma demissão).
Assim, o passo mais importante e fundamental é perder o medo e denunciar esse tipo de situação. Só assim a agressão vai parar e a vítima finalmente poderá recuperar sua autoestima e dignidade. Diga não a qualquer tipo de abuso.
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