Nova lei da carne moída: veja o que mudou
A venda de carne moída por frigoríficos terá novas normas a partir de 1º de novembro desse ano. De acordo com portaria do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, a medida é direcionada para estabelecimentos e indústrias produtores de carne moída que sejam registrados junto ao Serviço de Inspeção Federal (SIF) e ao Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi-POA).
Esta medida tem objetivo de modernizar processos produtivos e procedimentos industriais. O novo regulamento visa garantir a segurança dos produtos, além de dar mais transparência aos consumidores. Os estabelecimentos terão prazo de um ano para se adequar às condições previstas na portaria. No entanto, a medida não se aplica aos supermercados e açougues que vendem direto ao consumidor.
Novas regras
- A carne moída deverá ser embalada imediatamente após a moagem, devendo cada pacote do produto ter peso máximo de 1 quilo;
- Não é permitida a obtenção de carne moída a partir de moagem oriunda da raspagem de ossos ou obtida de quaisquer outros processos de separação mecânica dos ossos;
- A carne obtida das massas musculares esqueléticas é ingrediente obrigatório na fabricação de carne moída;
- A porcentagem máxima de gordura do produto deverá ser informada no painel principal, próximo à denominação de venda;
- A matéria-prima para fabricação do produto deve ser exclusivamente carne, submetida a processamento prévio de resfriamento ou congelamento;
- É proibida a utilização de carne industrial para a fabricação deste produto, assim como a obtenção de carne moída a partir de moagem de miúdos;
- A carne moída resfriada deverá ser mantida entre 0°C e 4°C e a carne moída congelada à temperatura máxima de -12°C;
- O produto não poderá sair do equipamento de moagem com temperatura superior a 7°C e deve ser submetido imediatamente ao resfriamento ou ao congelamento rápido.
Relação entre câncer e carne
Segundo diferentes estudos e institutos de pesquisa, como o Instituto Vencer o Câncer, o consumo prolongado de carne vermelha é um conhecido fator de risco para o desenvolvimento de diferentes tipos de câncer.
De fato, um novo estudo realizado por pesquisadores da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, demonstra que determinadas formas de uma substância conhecida como ácido siálico não humano, o ácido n-glicolilneurimínico (Neu5Gc), presente na carne vermelha, pode incitar um processo inflamatório que predispõe ao câncer.
Para os pesquisadores, o estudo traz dados que fornecem uma explicação para a associação entre o consumo de carne vermelha e o risco de câncer.
O oncologista Antônio Carlos Buzaid, diretor geral do Centro Oncológico Antônio Ermírio de Moraes (COAEM), explica que a pesquisa demonstra a correlação entre o Neu5Gc e a inflamação crônica associada ao desenvolvimento de tumores.
“Há tempos foi estabelecido o nexo epidemiológico entre o consumo de carne vermelha e a incidência de doenças como câncer e diabetes. Populações que consomem pouca ou nenhuma carne vermelha apresentam menores taxas de câncer”, esclarece o especialista.
A proteína vegetal é mais saudável que a animal
As proteínas vegetais, além de saudáveis, são muito gostosas e ricas em vários outros nutrientes que beneficiam nosso organismo.
Existem proteínas de origem vegetal, como as encontradas na soja, no feijão, na lentilha, no grão-de-bico, nos cogumelos e nas oleaginosas. Inclusive, estudos indicam que esse segundo tipo proteico é até mais vantajoso.
A última descoberta sobre o assunto foi feita por pesquisadores da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, que decidiram verificar os efeitos de diferentes fontes desse nutriente no corpo humano.
Para esse fim, eles analisaram a mortalidade por qualquer causa em 131.342 pessoas durante 32 anos.
O resultado mostrou um risco 2% maior entre os que consumiam proteína animal — principalmente carne vermelha. No caso das doenças cardiovasculares, a probabilidade de falecer subia 8%. O curioso é que, ao focar na proteína de origem vegetal, esse perigo diminuiu. Para se ter ideia, quem apostava em feijão, grão-de-bico e companhia como redutos do nutriente tinha um risco 10% menor de morte por qualquer causa e 12% menor por problemas no coração.
Com informações de Agencia Brasil e Veja Saúde.
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