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Não trate como prioridade quem o trata como uma opção

4 minutos
Nossas próprias carências afetivas são as que fazem com que tratemos como prioridade pessoas que nos menosprezam. Devemos estar conscientes de nosso valor e aprender a exigir o respeito que merecemos.
Não trate como prioridade quem o trata como uma opção
Bernardo Peña

Escrito e verificado por o psicólogo Bernardo Peña

Escrito por Raquel Aldana
Última atualização: 14 março, 2023

Não trate como prioridade a quem não lhe valoriza o suficiente. Você deve lhe dar a importância que merece e oferecer seu afeto a quem realmente lhe quer a cada momento, sem interesse nem egoísmos.

Porque, geralmente, o egoísmo não se transforma em gratidão, apesar de mantermos nossas esperanças e expectativas nisso. Há que se levar em conta, porque devemos evitar hipotecar nosso bem-estar e subjugá-lo ao que os outros desejam.

Quando um relacionamento é saudável, é fácil que a balança se equilibre. No entanto, com frequência, fechamos os olhos e nos deixamos levar, vivendo na inércia e não escutando nossas necessidades afetivas.

Presas do egoísmo, nos convertemos em “coadjuvantes” e não em prioridade

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É frequente que, em algum momento, sejamos objeto do egoísmo alheio e acabemos assumindo um “papel coadjuvante” e sem prioridade, ou, dito de outra forma, numa opção dependente dos interesses dos demais.

Geralmente, demoramos a nos dar conta disso, pois nos deixamos levar pela inércia da relação. No entanto, pouco a pouco, vamos arruinando nosso presente, alimentando esperanças sobre uma mudança que, provavelmente, nunca chegará.

Ou seja, quem não demonstra um carinho sincero num determinado tempo, é muito difícil que o demonstre mais tarde, “por mágica”. Nesse sentido, como já destacamos, nos abraça a lembrança de um passado que já não tem futuro.

Assim, o interesse e o carinho intermitentes nos indicam que há algo que não está funcionando bem, ainda que, como é natural, nos custe assumir que, com o tempo, as pessoas mostram sua face menos amável e mais interesseira.

Não se esqueça de ler: Prefiro uma solidão digna a uma companhia de egoísmos

A dor psicológica derivada da angústia relacional

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O tempo é o grande mestre que se encarrega de nos abrir os olhos, de nos ajudar a ver com perspectiva e valorizar os erros com que convivemos. Não é fácil, nem tão difícil. Na verdade, a dor que produz às vezes é insuportável.

Esta é a dor emocional, uma dor que angustia nosso cérebro. A decepção, a traição, a mentira, o desamor ou a perda provocam um grande sofrimento, que nos dilacera por dentro.

Este tipo de sofrimento, ao longo dos séculos, foi sendo plasmado na forma de poemas e canções, que nos fazem mergulhar num mundo ao qual todos nos conectamos.

Hoje em dia, estas intuições poéticas obtiveram apoio dos estudos neurofisiológicos, que confirmam que a dor psicológica se reflete em um nível cerebral.

Curiosamente, quando nosso “coração” se quebra e nossas emoções tomam conta de nosso corpo, se ativam, a um nível cerebral, as mesmas zonas que quando sofremos dor física.

O amor dói

Nossos neurotransmissores sofrem um grande abatimento nos momentos em que tudo se complica e algo se rompe dentro de nós.

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As áreas cerebrais da dor física compartilham os mesmos caminhos que a dor emocional, pois um dano em qualquer dessas duas modalidades ativa o córtex cingulado anterior e o córtex pré-frontal.

Esta é uma razão a mais para deixar de menosprezar nossas feridas emocionais e evitar pensar que se curam sozinhas. Estamos tristemente acostumados a enterrar nossos problemas de relacionamento, o que faz com que a dor seja reprimida e a resolução dos conflitos se complique.

Nos escondermos não nos ajuda em nada. Pelo contrário, interrompe um alívio que tornaria mais suportável a dor social que, como está evidenciado, atormenta nosso cérebro e, por fim, a nossa mente.

“Quando você mantém seu ressentimento, está amarrado a essa pessoa ou situação por um vínculo emocional que é mais forte que o aço. Perdoar é a única forma de dissolver esse vínculo e se libertar”

-Catherine Ponder-

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Prioridade no amor: a dignidade não se perde por nada

Quando alguém nos trata como uma opção, é bom começar a pensar em dizer adeus. É radicalmente diferente ser orgulhoso e ser digno. Se perdemos a dignidade, perdemos a nós mesmos, prejudicamos nossa identidade e nosso amor-próprio.

Quer saber mais? Leia: Desde que eu saiba quem sou, não tenho nada a provar para ninguém

As relações baseadas no respeito e no equilíbrio de necessidades são as mais autênticas, livres, sólidas e enriquecedoras.

Às vezes, perdemos nossa dignidade porque consideramos que nos compensa ou porque nos bloqueamos e não sabemos responder diante de situações complicadas de manipulação ou submissão.

Ou seja, acostumamos a tratar com prioridade a quem nos trata como opção porque nos encontramos “alienados” por uma relação assimétrica.

O amor, a atenção e o carinho não se mendigam. Por isso, temos que ter claro que merece fazer parte de nossa vida quem demonstra que nos faz bem, que não se aproveita de nossas vulnerabilidades e que nos ama de maneira limpa e sincera.


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