Menopausa cirúrgica: o que é e quais as suas consequências
Revisado e aprovado por a enfermeira Leidy Mora Molina
A menopausa cirúrgica é um processo que ocorre nas mulheres após uma intervenção para remover os ovários. É semelhante à menopausa natural, só que ocorre em uma idade ainda fértil.
Consequentemente, algumas mudanças ocorrem no corpo, manifestando vários sintomas:
- Ondas de calor.
- Sudorese.
- Irritabilidade.
- Transtornos do sono.
A menopausa é um processo natural do organismo
A menopausa é um processo pelo qual as mulheres passam. Tem a ver com o cessar da produção de óvulos e uma diminuição progressiva dos níveis de hormônios sexuais.
A idade em que a menopausa começa pode variar de pessoa para pessoa. Em algumas mulheres começa por volta dos 45 anos e as fases podem durar vários anos.
Durante essae período, três fases são identificadas:
- Pré-menopausa: os primeiros sintomas aparecem devido à redução da atividade ovariana.
- Menopausa: marcada pelo desaparecimento definitivo da menstruação.
- Pós-menopausa: surgem vários sintomas, relacionados à queda do estrogênio.
Veja: Climatério e menopausa: como adaptar o seu estilo de vida?
O que é menopausa cirúrgica?
Ao contrário da anterior, a menopausa cirúrgica, também chamada de menopausa iatrogênica, não ocorre naturalmente. Pode acontecer em qualquer idade, ou seja, em mulheres que ainda conseguem engravidar.
Como o próprio nome sugere, é o resultado de uma intervenção cirúrgica realizada para remover os ovários, também chamada de ooforectomia ou ooforectomia bilateral. Isso pode ser necessário por vários motivos:
- Câncer.
- Endometriose.
- Abscessos nas trompas de Falópio ou nos ovários.
No entanto, se for realizada uma operação para retirar o útero, mas os ovários (um ou ambos) permanecerem, a mulher terá uma menopausa natural, na idade apropriada. Ou seja, após a histerectomia, a menstruação irá parar, mas a função ovariana permitirá a produção de estrogênio.
É oportuno esclarecer que, por vezes, a ooforectomia bilateral é realizada em conjunto com a histerectomia, como medida profilática de prevenção do câncer. Em outras palavras, os ovários saudáveis são removidos. Segundo as pesquisas, isso pode ocorrer em 40-55% dos casos.
Sintomas iniciais da menopausa cirúrgica
Uma vez realizada a ooforectomia, alguns sintomas começam a aparecer. E embora sejam semelhantes aos que ocorrem quando o processo ocorre naturalmente com a idade, na menopausa cirúrgica alguns aparecem desde o primeiro dia após a operação.
Nessa perspectiva, entre os sintomas da menopausa que podem se manifestar imediatamente, destacam-se os seguintes:
- Tontura.
- Depressão.
- Irritabilidade.
- Dores de cabeça.
- Sensação de sufocamento
- Distúrbios do sono.
- Ansiedade e nervosismo.
- Sudorese excessiva (hiperidrose).
Veja: Menopausa não é fim: famosas que falaram abertamente sobre a sexualidade nessa fase
Consequências da menopausa cirúrgica
Aos poucos, outras consequências aparecerão devido à menopausa cirúrgica, porque os níveis de estrogênio diminuem. E assim como acontece na menopausa natural, aumenta o risco de desenvolver diversas patologias. Vamos ver quais.
Osteoporose
Embora os estrogênios, junto com a progesterona, sejam os principais hormônios sexuais femininos, eles também estão associados a outras funções no corpo. Nesse sentido, eles têm um efeito sobre o sistema ósseo.
Portanto, quando seus níveis diminuem, os ossos ficam mais frágeis, aumentando o risco de fraturas. Segundo estudos, existem outros fatores que influenciam no surgimento da osteoporose, como histórico familiar, ingestão de cálcio, atividade física, obesidade e tabagismo.
Aumento do colesterol e risco cardiovascular
O estrogênio também está intimamente relacionado ao colesterol. Assim, quando os níveis desse hormônio aumentam, os de colesterol total e LDL (mau colesterol) diminuem.
Segundo pesquisas, o risco cardiovascular aumenta com a menopausa cirúrgica. Aparecem doenças como a aterosclerose, assim como as chances de sofrer AVC e infarto do miocárdio.
Diminuição do desejo sexual
De acordo com os resultados de um estudo, em mulheres com menopausa cirúrgica por ooforectomia bilateral, com ou sem histerectomia, a prevalência de transtorno do desejo sexual hipoativo (HSDD) é maior.
Secura vaginal
Outra consequência da diminuição dos níveis de estrogênio é que a vagina fica menos lubrificada. Ele ainda altera o pH, o que também afeta a microbiota vaginal.
Outras mudanças corporais
Além do mencionado, o estrogênio baixo modifica os níveis de colágeno e elastina, fazendo com que sua produção diminua. Portanto, a pele perde umidade e brilho, aparecendo mais rugas. Da mesma forma, as unhas tornam-se quebradiças e aumenta a possibilidade de desenvolver alopecia.
Transtornos afetivos e depressão
Devido à menopausa, as mulheres se tornam mais propensas a transtornos de humor e vários problemas psicológicos, incluindo depressão, ansiedade, irritabilidade, nervosismo, perda de memória e diminuição da concentração.
Tratamento cirúrgico da menopausa
Os distúrbios mencionados acima podem afetar significativamente a qualidade de vida. Portanto, com o objetivo de reduzir, evitar ou prevenir tais sintomas e consequências, diversos tipos de tratamento são aplicados para a menopausa cirúrgica.
Terapia de reposição hormonal (TRH)
Também chamada de terapia de reposição de estrogênio, busca compensar o que os ovários normalmente produziriam. É aplicado de várias formas, seja com adesivos ou por via oral (comprimidos).
Esses hormônios de reposição ajudam a reduzir os sintomas, protegendo contra a osteoporose e prevenindo problemas cardiovasculares. Além disso, reduzem a frequência e a intensidade das ondas de calor, perda de colágeno e secura vaginal.
No entanto, considera-se que a TRH apresenta certos riscos. A esse respeito, alguns estudos indicam que pode aumentar o risco de acidente vascular cerebral, doença tromboembólica venosa e câncer de mama.
Outros tratamentos farmacológicos
Outros tratamentos, alternativos ou complementares à reposição hormonal, incluem as seguintes opções:
- Suplementos de cálcio e vitamina D: para prevenir a osteoporose.
- Antidepressivos e anticonvulsivantes: para ondas de calor e sintomas de ansiedade.
- Anti-hipertensivos: em caso de desenvolvimento de hipertensão arterial.
Fitoterapia
O tratamento fitoterápico para a menopausa cirúrgica envolve o uso de extratos de várias espécies vegetais, como cohosh, soja, trevo vermelho, vassoura de açougueiro, cipó vermelho, folha de oliveira e alho.
Elas podem ter um efeito antioxidante, cardioprotetor e neuroprotetor, ajudando a aliviar distúrbios musculoesqueléticos, perda de memória e ondas de calor. Segundo estudos, algumas plantas demonstraram eficácia no alívio de certos sintomas.
No entanto, mais pesquisas ainda são necessárias sobre isso.
Estilo de vida saudável
Por fim, recomenda-se levar um estilo de vida saudável, com uma alimentação rica em cálcio, praticando atividade física regular, tentando manter um peso saudável, tomando banho de sol com moderação (para manter os níveis de vitamina D) e evitando o tabaco e o excesso de álcool.
Você não está sozinha na menopausa cirúrgica
Lidar com as consequências da menopausa cirúrgica pode ser difícil para algumas mulheres, pois afeta sua vida sexual e saúde. No entanto, poder contar com ajuda é valioso nessas circunstâncias.
Em primeiro lugar, está a família, o parceiro e os amigos. Além disso, você deve saber que também existem grupos de apoio de pessoas que passaram pela mesma situação e que se reúnem para compartilhar suas experiências.
Mas se você sente que está passando por uma situação difícil, não hesite em fazer terapia com um profissional de saúde mental. E não se esqueça de seguir à risca as recomendações do médico, bem como comparecer aos check-ups agendados.
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