Idumbo chega à enfermaria do Sevilha: o que se passa com as lesões?
Escrito e verificado por médico Leonardo Biolatto
Com apenas 19 anos, Satis Idumbo Muzambo foi para a enfermaria do Sevilla FC após o jogo contra Real Sociedad. Aos 23 minutos de partida, após fazer uma corrida rápida, sentiu uma pontada na região da coxa direita que o obrigou a abandonar a partida.
Embora ainda não haja confirmação sobre a extensão de sua lesão, há especulações sobre um problema no adutor. Por enquanto, não é possível determinar quanto tempo ele ficará afastado.
De qualquer forma, a situação aumenta as preocupações do clube. Idumbo acompanha Ejuke, Badé, Saúl, Nyland e Nianzou entre as baixas. Além disso, o belga já estava na mira de outros clubes do mercado de transferências, portanto, a nível pessoal, é um fator que coloca a sua carreira em risco.
Quem são os jogadores do Sevilla FC e quais lesões apresentam?
Além de Idumbo, os demais afetados no elenco sevilhano são os seguintes:
- Loïc Badé: sua lesão está localizada no sóleo do lado esquerdo.
- Tanguy Nianzou: sua lesão é no reto femoral da coxa direita e deverá ficar afastado por um tempo considerável.
- Saúl Ñíguez: o meio-campista sofre uma lesão grave no bíceps femoral da coxa esquerda. No caso dele, foi durante a partida contra o Real Valladolid, da qual teve que ser retirado de maca.
- Orjan Nyland: o goleiro do Sevilla FC sofreu uma entorse de grau 2 no ligamento colateral interno do joelho esquerdo. A lesão ocorreu durante a partida contra o RCD Espanyol, após receber uma bola aérea.
- Chidera Ejuke: o diagnóstico oficial fornecido pelo clube foi uma lesão grave no tendão da coxa esquerda. Portanto, ele não deverá retornar a campo até o ano que vem, inclusive, com possibilidade de precisar de cirurgia.
Em geral, o fator comum que esses jogadores compartilham é que os problemas estão localizados nos músculos da parte alta dos membros inferiores. E, independente da posição que ocupem em campo, a maioria tem uma das coxas afetada.
Por que existem tantas lesões semelhantes no Sevilla FC?
O número de entorses, rupturas, distensões e rupturas que o clube sofre ao mesmo tempo é incomum. Porém, essa coincidência sugere fatores que poderiam favorecer esse acúmulo de lesões.
Embora sejam meras hipóteses, todas as opções devem ser consideradas. E uma delas é a carga horária. Já não é novidade que as equipes do topo têm horários muito apertados e um calendário que não deixa margem para descanso. Aliás, vários jogadores de futebol de diversos países queixaram-se da organização de datas nacionais e internacionais que os expõem a lesões.
Mas, além da falta de descanso, a equipe de preparação física do Sevilla FC terá que avaliar a sua modalidade de trabalho. Obviamente, será necessário dar mais ênfase à prevenção de lesões musculares nas coxas. Embora Saúl tenha declarado que a série de baixas é algo incomum para eles, agora é uma realidade que devem analisar.
Depois, em particular, é preciso reconhecer que o estilo de jogo imposto por Xavier García Pimienta tem muitos sprints e reações rápidas que levam a uma mudança repentina de direção. Esses esforços, realizados em um contexto de pouco descanso, podem facilitar o alongamento excessivo dos músculos.
A coxa e as lesões no futebol
Estima-se que aproximadamente 30% de todas as lesões no futebol sejam lesões musculares da coxa. Entre elas, as distensões nos isquiotibiais seriam uma das mais comuns entre os jogadores de futebol profissionais que jogam na Europa.
E isso é de se esperar. A dinâmica e a mecânica do esporte levam a uma sobrecarga das extremidades que facilita a localização de pausas e alongamentos ali, entre o quadril e o joelho.
Precisamente, os isquiotibiais lesionados, como os de Ejuke e Badé, estão associados a fibras musculares que são esticadas além da sua capacidade. Algo que acontece no final dos jogos por cansaço ou quando os músculos estão muito cansados.
A existência de lesões anteriores nos músculos isquiotibiais aumenta significativamente o risco de uma nova lesão. Atletas com histórico negativo podem ter duas a seis vezes mais probabilidade de recaída. E embora este não seja o caso de Idumbo, pode ser um fator para Ejuke e Badé, por exemplo. Saúl Ñíguez também tem um histórico recorrente de afastamentos.
Qual será a estratégia do Sevilla sem Idumbo?
A ausência de Ejuke, que estava em boa forma e se tornou um jogador fundamental, representou um duro golpe para o treinador. Agora, o afastamento de Idumbo limita ainda mais as opções táticas de Xavier García Pimienta.
O clube provavelmente terá que priorizar a boa recuperação dos lesionados para começar 2025 da melhor forma. Isso incluirá um novo plano de treinamento com foco na prevenção de lesões para jogadores ativos.
No entanto, a tática de jogo vertical com arrancadas rápidas valeu a pena para o Sevilla FC. Portanto, será difícil que isso mude. Especula-se que Lukebakio cobrirá a ala esquerda, enquanto Navas ocupará a direita. E, talvez, Valentín Barco jogue como ponta avançado.
De uma forma ou de outra, o desafio é enorme. A série de jogos antes da pausa internacional em novembro coloca García Pimienta na difícil tarefa de chegar a dezembro da melhor maneira possível.
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