Existem coisas que por algum motivo acontecem e outras que não
Escrito e verificado por o fisioterapeuta Abel Verdejo
Há coisas que, de fato, acontecem por uma razão. Porque temos trabalhado, porque demos todo o nosso ser para chegar a conquistá-las; algo que há muito tempo temos aguardado e o destino finalmente nos deu o que nós sonhamos.
Agora, no outro lado da moeda, existem as outras coisas que não acontecem porque não era o tempo, porque a situação não foi favorável ou porque a sorte ou má sorte, assim o quis.
É curioso ver como a vida está sempre suspensa neste esse equilíbrio estranho onde tudo se encaixa, por vezes, e às vezes tudo parece estar de cabeça para baixo.
Esperamos tantas coisas em nosso dia a dia que, às vezes, temos a sensação de que nada avança, nada chega, e que o destino se esqueceu de nós. Agora, é necessário ver as coisas de uma abordagem ou perspectiva diferente.
Somos responsáveis por nossa existência; se quisermos algo, temos que sair à sua procura. O destino e a sorte podem se juntar a nós muito ocasionalmente, mas somos nós mesmos que com nossa atitude e vontade nos levantamos como autênticos artesãos de nossas trilhas vitais.
Convidamos você a pensar sobre isso.
Coisas que acontecem “por algum motivo”
Estamos certos de que você alguma vez já esteve nesta mesma situação: um companheiro de trabalho, um vizinho ou um amigo diz: “que sorte que você tem em sua vida e que bom que as coisas estão indo bem”.
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Nós calmamente respondemos que mais do que “sorte” são os “esforços diários e a vontade”. Porque nem todas as coisas acontecem sem que saibamos, por que na maioria das vezes nós mesmos as promovemos com a nossa dedicação.
A boa e a má sorte
Existe boa e má sorte? Como tudo na natureza, há uma pequena porcentagem de contingente aleatório ou incontrolável que sempre escapa à nossa vontade.
Não podemos evitar certas doenças, acidentes, muito menos ter o “controle” sobre as reações ou os desejos das pessoas que estão ao nosso redor.
- A boa sorte e o azar existem, mas em uma pequena probabilidade e que temos que aceitar e assumir. No entanto, o resto do que acontece ao nosso redor tem uma fonte que podemos controlar.
- Agora, o que acontece muitas vezes é que não estamos plenamente conscientes da “nossa capacidade de controlar e escolher”.
- Os psicólogos falam do “locus do controle interno ou externo”. Pessoas com um locus de controle externo são as que atribuem tudo o que acontece ao acaso ou à vontade dos outros.
- Eles têm esse tipo de desamparo em que, se algo der errado é atribuído a fatores externos, nunca a essa falta de investimento pessoal.
- Não é adequado; as pessoas devem aprender a desenvolver um controle interno onde nos vemos como responsáveis por nossas próprias vidas.
Só então poderemos aprender com os erros e compreender que muitas coisas boas nos acontecem porque merecemos.
Coisas que não acontecem “por algum motivo”
Quero ser feliz e não consigo. Há talvez uma força negativa e invisível que me impede de conseguir? Afinal, a infelicidade sempre tem fontes muito concretas que você precisa saber identificar.
Se há coisas que não acontecem é por algum motivo. Talvez seja porque existe algum desses fatores que devemos saber enfrentar e gerenciar a nosso favor.
O medo
O medo é a raiz principal da infelicidade e que desativa qualquer hipótese de “acontecer algo” novo, algo bom e enriquecedor.
O medo nos corta as asas e impede-nos de reagir; também não podemos nos esquecer que quem tem medo de algo delega a outros. É então que começamos a desenvolver o lócus de controle externo de que falamos no início.
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Indecisão
Todos nós experimentamos algum ponto de indecisão. Essa atitude apagada e temerosa na qual deixamos de agir e de “promover” as mudanças ao nosso redor.
A vida torna-se gradualmente em um filme que passa em nossa janela, no qual nós nunca somos o protagonista.
Se chegamos a esse ponto de nosso ciclo vital onde temos a sensação de que nada acontece, nada muda e nada ocorre, talvez seja a hora de sair e fazer as “coisas acontecerem”.
O perigo de esperar muito tempo
Quando esperamos demais, as esperanças e os sonhos são perdidos. Os trens passam e nós perdemos todos eles.
Felicidade não é algo que alguém espera como quem espera o amanhecer, a felicidade se cria e se sente e, para isso, devemos começar a dar-lhe a forma desde o nosso próprio interior. Precisamos parar de esperar.
Derruba os medos, desative as incertezas, afaste-se de quem quer você “quieto”, maleável e solícito. O bem-estar precisa de movimento e ir além das nossas rotinas e das nossas zonas de conforto. Atreva-se a conseguir que seus sonhos “aconteçam”.
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- Domínguez V. El miedo en Aristóteles. Psicothema. 2003.
- Hui C-CH. Locus of control. Int J Intercult Relations. 1982.
- Visdómine-Lozano JC, Luciano C. Locus de control y autorregulación conductual: Revisiones conceptual y experimental. International Journal of Clinical and Health Psychology. 2006.
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