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Dicas para estimular a capacidade visual do bebê

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Os olhos do bebê se abrem sobre o seio que o recebe, e a criança descobre ali o fio de luz que o liga à vida. Estimular a visão dele é integrá-lo ao mundo e fortalecer a união parental.
Dicas para estimular a capacidade visual do bebê
Escrito por Ana Núñez
Última atualização: 23 agosto, 2022

O sentido da visão é um dos menos desenvolvidos ao nascimento, por isso é tão importante estimular a capacidade visual do bebê.

As crianças nascem com dificuldade de se concentrar. Porém, em poucos meses de intenso aprendizado elas adquirem essa capacidade, imitando movimentos, reconhecendo rostos e interagindo com eles.

O bebê é atraído por objetos de alto contraste, com formas arredondadas, movimentos e vozes. O estímulo precoce oferece segurança, ajudando-o a se localizar e reconhecer seus cuidadores. A comunicação visual conforta e conecta a criança.

Sem dúvida, é necessário estimular o bebê por razões que explicaremos a seguir. No primeiro ano, o ritmo das experiências cognitivas é vertiginoso.

Como é a visão de um recém-nascido?

Os recém-nascidos chegam ao mundo com a visão adequada para uma vida perto da mãe. Em primeiro plano eles veem a mãe que, a cerca de 20 ou 30 centímetros, olha para eles, sorri e amamenta. Mais longe, a visão turva os impede de entender o que está acontecendo ao seu redor, e eles se concentram apenas no que é próximo e importante para a sua sobrevivência.

O olhar dos bebês ao nascer é dirigido para a mãe, para a forma arredondada de seu rosto, o contraste dos seus olhos e sua voz aguda. Também para a cor mais escura da aréola. É um primeiro olhar que conecta.

O pediatra Marc Pilliot, no artigo “O olhar do recém-nascido”, se refere a isso como um olhar fundador. Uma ponte para a vida que começa. Devido ao calor escuro do útero que fica para trás, os bebês não gostam muito da luz. Se eles seguem algo com os olhos, o fazem para os lados, não de cima para baixo. Eles olham para as bordas e não para o centro.

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Dicas para estimular a capacidade visual do bebê

Em geral, não devemos forçar a criança a realizar nenhuma atividade. Elas aprendem exclusivamente brincando, em um ambiente de harmonia, alegria e tranquilidade. Se percebemos que ela está irritada, é porque algo não está bem.

Estimulação precoce

Desde o útero, a mãe mantém um relacionamento íntimo e próximo com o bebê. O feto ouve sons e vozes que, ao nascer, encontra novamente. Isso o deixa animado. Inúmeras pesquisas mostram que a relação pré-natal é crucial para o desenvolvimento do afeto mãe-bebê.

Assim que o bebê abre os olhos e ocorre o cruzamento de olhares inicial que estabelece a relação materna, é possível estimular sua capacidade visual. Cheiros e cores, somados ao calor e à suavidade da pele, o dispõem no mesmo momento à aventura instintiva da existência.

Fortalecer o contato

A relação visual mãe-filho é intensa e será o fio condutor dos demais estímulos. As relações que o olho estabelece com os objetos mobilizam as mãos e o corpo.

A coordenação olho-mão é estrutural e determinará os avanços no desenvolvimento neurológico. Inclusive, se a mãe não o olhar na hora da amamentação, o bebê se inclinará para frente tentando restabelecer o contato. Se não conseguir essa conexão, ele pode chorar.

Outro elemento que fortalece o contato é a formação e o conhecimento da própria mulher. Nesse sentido, mães sensíveis têm uma maior propensão a adaptar seus comportamentos às necessidades de estímulo, regulação e comunicação de seus bebês.

Incentive a curiosidade

Não há dúvida de que o motor do conhecimento é a curiosidade. Na criança, ela movimenta e influencia todo o sistema do seu aprendizado.

A área que ele visualiza, próxima e em movimento, restringe-o à sobrevivência e proteção. Biologicamente, ele é atraído por rostos, porque em particular são os rostos que ele mais vê.

Depois, ele é atraído pelas formas luminosas que reproduzem sequências e ritmos orgânicos. Atrair a sua curiosidade, fazê-lo seguir objetos para fazê-los aparecer e desaparecer: tudo isso faz parte do treinamento da sua capacidade de buscar e memorizar. São exercícios que fazem parte do campo da neuroplasticidade.

Benefícios do estímulo visual precoce

A acuidade visual começa por volta dos três meses e aumenta até os seis. Depois, já se aproxima dos valores do campo visual dos adultos, embora desde o nascimento seja possível estimular a capacidade visual do bebê.

Um elemento importante no estímulo é a possível detecção precoce de problemas de visão. De fato, eles podem ser diagnosticados antes do primeiro ano de vida.

Por exemplo, em bebês com menos de trinta dias de vida é possível observar se eles fixam e seguem o olhar em um objeto de interesse que esteja em movimento. O exame não será conclusivo até o terceiro mês de vida, mas se o bebê mostrar esse sinal, deve ser levado a um especialista.

Por fim, o estímulo gera consciência corporal, que é a base da consciência espacial. Ela, por sua vez, é baseada no desenvolvimento auditivo e tátil e nas informações hápticas ao nascimento.

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Os brinquedos pendurados e coloridos estimulam as crianças pelo seu contraste.

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Estimular a capacidade visual do bebê: quanto mais cedo melhor

Na 25ª semana de gestação o feto tem 100 bilhões de neurônios, mas apenas alguns estão conectados no momento do nascimento. É desse momento até os 3 anos que eles serão integrados de forma gradual ao ambiente por meio de redes e conexões.

Por isso é tão importante o estímulo precoce desde o útero, com musicoterapia, por exemplo, até os 6 anos de idade. Adicionar exercícios e jogos que incentivem o desenvolvimento sensorial, intelectual, motor, afetivo e social é fundamental. Vozes e sons, carícias, cores e movimentos também são elementos que geram conexões nervosas no cérebro das crianças.

Em conclusão, a visão é um dos sentidos que deve começar a ser estimulado o mais rápido possível. É preciso ter em mente que é nos primeiros quatro meses de vida que a visão se desenvolve, assim como o circuito neurológico correspondente.


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